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O mau tempo não dá trégua em Veneza, e novas marés altas são temidas depois da registrada nesta sexta-feira, que obrigou as autoridades a fechar por horas a praça São Marcos - devastada pela inundação excepcional há três dias.
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Praça de São Marcos, em Veneza, é fechada após nova inundaçãoVeneza, no norte da Itália, enfrenta maior cheia em 50 anos Veneza amanhece assustada com maré alta históricaNão eram registrados picos consecutivos tão elevados de marés altas desde 1782, o que levou as sirenes a continuar tocando três dias depois das inundações que provocaram danos materiais à cidade e que obrigaram o governo a declarar estado de emergência.
Segundo o centro de monitoramento, por volta de 11h20 locais foi registrado um pico de 154 centímetros, mais alto que o calculado, mas mais baixo que os 160 centímetros temidos de manhã.
As sirenes começaram a soar por volta de 6h50, com o céu escuro e pesado e um forte vento - que, com o ar das horas, se acalmou.
A maré começou a baixar no meio da tarde, segundo informaram unidades de controle em mar aberto e o serviço de transporte público - os famosos vaporetti - foi retomado.
Contudo, as autoridades declararam alerta vermelho para sábado em toda a região pelas chuvas intensas. São esperadas marés altas pelo menos até domingo.
Museus e escolas fechados 685h2v
Pelo quarto dia consecutivo, as escolas e universidades permaneceram fechadas, assim como importantes museus e instituições culturais, entre eles o Guggenheim e o Teatro La Fenice.
Na noite de terça, a cidade, joia da arquitetura bizantina, registrou sua pior maré alta em 53 anos.
A água inundou igrejas, lojas, museus e hotéis, causando inestimáveis danos ao patrimônio artístico e imobiliário.
Os 50.000 habitantes do centro histórico temem agora que o fenômeno da "acqua alta" se torne mais frequente, já que aumentou nos últimos anos devido às mudanças climáticas e ao aquecimento do mar Adrático, segundo especialistas.
Há três dias, chegou ao nível de 187 centímetros, o segundo recorde histórico, após o registrado em 4 de novembro de 1966 (194 centímetros), deixando 80% da cidade coberta pela água.
Os prejuízos chegam a "centenas de milhões de euros" e o governo autorizou o uso de um fundo imediato de 20 milhões de euros para reativar os serviços essenciais e indenizar a população.
"Esse primeiro fundo é apenas para as necessidades urgentes. Vamos pedir uma lei especial com cifras muito altas", comentou o ministro da Cultura, Dario schini.
"Mais de 50 igrejas sofreram danos e foram inundadas. A situação é mais grave do que se vê na televisão", itiu.
Uma onda de solidariedade tomou conta da península italiana, com doações e contribuições para ajudar os residentes e proprietários de atividades comerciais a recuperar boa parte de seus bens perdidos.
A Prefeitura abriu uma conta corrente para todos os que quiserem contribuir com a recuperação de uma das cidades mais belas do Velho Continente, declarada patrimônio da Humanidade.
Centenas de jovens se mobilizaram através das redes sociais para protestar contra a mudança climática, mas também para recuperar livros, mosaicos e partituras antigas de bibliotecas, conservatórios e templos.
Falta pão nos restaurantes entre Rialto e San Marco, e a padaria de Emilio Colussi, fundada em 1840, ficou submersa.
Sete de cada dez lojas estão fechadas, entre elas o célebre Caffè Florian, em plena praça São Marcos e o American Bar, a poucos os.
Segundo o jornal La Stampa, 3 milhões de euros são perdidos diariamente.