Dia da gula: a diferença entre comer demais e a compulsão
Perder o controle à mesa pode sinalizar distúrbio alimentar, como quadro de bulimia, e a tentativa de tapar um buraco emocional
Estado de Minas26/01/2023 11:04
A gula pode ser o sintoma de uma tentativa malsucedida de suprimir algumas emoções
(dunkindonies/Pixabay )
Quem nunca cometeu o pecado da gula? O Dia da Gula, instituído em 26 de janeiro, é um convite para que as pessoas comemorem com fartura. Mas sabemos, no entanto, que comer demais faz mal à saúde. Eventualmente, exagerar ao se deliciar com um prato de doce ou salgado é natural e bastante prazeroso, mas quando a situação se torna recorrente e deixa de ser um deleite, ando a ser uma fonte de sofrimento e ansiedade, é a hora de buscar ajuda profissional. A equipe do Núcleo de Compulsão Alimentar da Holiste Psiquiatria destaca que a falta de controle pode caracterizar quadros como obesidade ou bulimia.
"A gula pode ser o sintoma de uma tentativa malsucedida de suprimir algumas emoções. A pessoa come para se ver livre da angústia, por exemplo. Ela não tem fome e come além da sua necessidade como uma tentativa de tapar um buraco emocional. A primeira questão seria: o que é este vazio? O que podemos falar dele">
Compulsão alimentar pode ser impulsionada por diversos fatores.
Comida é paradigma de comportamento
A pessoa não tem fome, mas come além da sua necessidade como uma tentativa de tapar um buraco emocional
(foto: Pixabay)
A gula é vista como aquilo que é excessivo na relação do indivíduo com a comida. Já pelo viés médico, a alimentação é um paradigma de comportamento, como aquisição do controle e autocontrole. Assim, a pessoa compulsiva come em grandes quantidades e não consegue ter controle sobre o que está ingerindo.
“Muitas vezes, os pacientes que buscam tratamento não conseguem caracterizar onde está a fonte do problema, mas ao longo das sessões com foco na saúde mental, é comum que apareçam fatos relacionados a questões pessoais, marcas familiares e que muitas vezes não são falados e literalmente engolidos. São pontos importantes a serem escutados, falados e trabalhados junto com a equipe multidisciplinar, que também pode envolver nutricionistas e psiquiatras", relata a psicóloga.