Paulo Guerra
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Quando a gamificação atinge o campo de batalha

Exército ucraniano transforma operações de drones em um jogo estratégico, unindo tecnologia e guerra em uma nova era de combate

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No cenário atual de conflitos armados, a inovação tecnológica tem se mostrado um diferencial decisivo. A guerra na Ucrânia deixa isso muito claro. Em meio a um embate intenso contra as forças russas, o exército ucraniano adotou uma estratégia ousada: a gamificação de suas operações com drones.

A iniciativa, batizada de Army of Drones bonus, recompensa os soldados com pontos por meio da gravação de vídeos que comprovam a destruição de alvos inimigos. Esses pontos podem ser trocados em um mercado virtual, o Brave 1 Market, que funcionará como uma Amazon militar, permitindo que os militares adquiram equipamentos necessários diretamente na linha de frente. Essa ideia inova ao levar o conceito de gamificação para um contexto mortal e pragmático.

Mas como funciona essa gamificação? A mecânica é simples: quanto mais efetivos forem os ataques documentados, mais pontos acumulam as unidades. Esse sistema é uma tentativa de não apenas motivar, mas também de engajar os soldados em um ambiente em que a pressão e a responsabilidade são extremas. De acordo com Mykhailo Fedorov, vice-primeiro-ministro da Ucrânia, essa nova forma de combater é uma resposta estratégica ao influxo de tecnologia de guerra que a Rússia possui.

Entretanto, a transformação de um conflito em um jogo envolve riscos. Se, por um lado, a gamificação pode elevar a moral e estimular a criatividade no combate, por outro, ela pode desumanizar o ato de guerra. A linha entre jogo e realidade torna-se tênue, e o valor da vida humana pode ser minimizado. Assim, essa abordagem precisa ser cuidadosamente avaliada tanto por suas vantagens quanto por suas consequências.

Essa abordagem não apenas aumenta a eficácia das tropas, mas permite um melhor alinhamento entre recursos e resultados, promove aprendizado e evolução constantes, facilita o processo de comunicação de prioridades, pois basta mudar o peso de cada baixa e cria-se automaticamente um incentivo para alcançar objetivos considerados mais estratégicos. Além de todas essas vantagens, ainda se tem um ganho substantivo na documentação dos resultados alcançados, que aumenta a transparência e a geração de material para ampliação do moral das tropas e para troca de experiência entre unidades. 

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Porém, as experiências devem ser analisadas não apenas sob a ótica da eficácia militar, mas também em sua capacidade de moldar a moralidade e a ética da guerra moderna. Assim, enquanto a Ucrânia avança na implementação dessa tática, fica a reflexão: até onde é aceitável levar a gamificação?

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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