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Por Alexia Diniz
O primo do vizinho da sua tia, que colocou R$2 mil em uma "criptomoeda nova que ia explodir", viu o dinheiro virar R$14 mil em três semanas Em três semanas e um dia, virou R$8. Em três semanas e dois dias, ele foi pro Instagram vender cursos de cripto.
Essa história te parece familiar? É um monte de gente comum, como eu e você, sendo empurrada pra esse universo com uma mistura de ganância, desespero e vídeos cheios de gráficos coloridos.
Mas vamos com calma. Antes de sair comprando criptomoeda achando que vai pagar a próxima viagem pra Europa com dogecoin, senta aqui.
O que é criptomoeda e por que tanta gente fala nisso?
Criptomoeda é uma moeda digital, criada para funcionar como meio de troca. A diferença é que ela não é emitida por nenhum governo ou banco central. É descentralizada, criptografada e, teoricamente, mais segura e democrática. Tudo isso numa blockchain, que você não precisa entender 100%, mas saiba que é como um livro-caixa digital, onde todo mundo vê tudo, garantindo a transparência.
A Bitcoin foi a primeira moeda digital e ainda é a mãe das criptos. Depois, vieram milhares de outras, umas sérias, outras nem tanto. E é justamente a falta de regras no jogo que abre espaço para loucura e golpe.
Quanto vale 1 criptomoeda em reais hoje?
Depende da moeda. Bitcoin, por exemplo, está na faixa de 600 mil reais. Outras, como Shiba Inu ou Baby Doge, valem menos de um centavo. O valor muda o tempo todo e é essa volatilidade que atrai (e assusta) tanta gente.
Como investir em criptomoedas sem cair em ciladas
A primeira regra é: se a promessa for boa demais, já desconfie. Lucro garantido? Esquece. Criptomoeda não é renda fixa. Se você quer retorno certo, vai de Tesouro Direto. Aqui, o jogo é de risco.
Evite qualquer plataforma que não tenha registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), não tenha CNPJ no rodapé e ofereça "bônus de boas-vindas" melhores que os do cassino de Las Vegas.
Ah, e cuidado com a galera que posta print de ganho todo dia. Tem muito influenciador com conta "turbinada" para ganhar sempre, só pra fazer você acreditar que é fácil.
Tenho que declarar criptomoeda no Imposto de Renda?
Achou que só porque o dinheiro tá em “moeda digital” ele ia ficar invisível pro Leão? Que nada. Se você movimentou mais de R$30 mil em cripto no mês ou lucrou com venda, já sabe: tem que declarar no Imposto de Renda.
E não vem com papo de “mas foi só uma moedinha que eu deixei esquecida na corretora”… A Receita Federal tá cada vez mais de olho no blockchain, e sonegar cripto hoje em dia é pedir pra levar um “headshot” do Leão com F e tudo. Então anota: guarda os extratos, separa os ganhos, e na dúvida, declara. Sai mais barato do que explicar depois.
Criptomoeda é investimento ou aposta?
É os dois. Quer dizer, pode ser um ou outro. Depende de como você entra.
Se você estuda, entende o mercado, diversifica e investe só o que pode perder, é um investimento especulativo. Agora, se você vendeu o carro pra comprar Solana, porque viu um vídeo de 15 segundos no TikTok, você está apostando. E bem mal.
Quais criptomoedas são mais promissoras?
Quer uma resposta honesta? Pode ser tanto nenhuma, quanto todas.
O mercado é absurdamente volátil, hoje o Bitcoin sobe 12%, amanhã desaba 18%; o Ethereum até tem bons fundamentos, a Solana brilhou em 2024 com boa adoção, mas a verdade é que a única criptomoeda realmente promissora é aquela que você entende como funciona, conhece os riscos e não transforma num peso emocional gigante que tira seu sono à noite.
Principais tipos de criptomoedas (ou o zoológico digital)
No mundo cripto, cada moeda tem sua função, sua comunidade fanática e sua promessa de mudar o mundo, ou pelo menos a conta bancária de alguém.
Bitcoin é a mais famosa: veterana, valorizada e tratada quase como “ouro digital”. A galera guarda como se fosse um vinho raro: não mexe, só ira. Aí vem a Ethereum, que é tipo a prima inteligente da Bitcoin. Não é só moeda, é plataforma de contrato, aplicativo e o que mais a blockchain aguentar.
Já a Solana, a galera curte porque é rápida e barata, tipo mototáxi de cripto, só que de vez em quando… dá uma pane. Acontece. E tem as stablecoins, que são as cripto que tomam Rivotril: têm o valor atrelado a moedas reais, como o dólar. É pra quem quer brincar, mas sem tanta emoção.
Agora, se você topar jogar no modo hardcore, tem milhares de altcoins com nomes de cachorro, frutas, planetas e teorias da conspiração. Boa sorte.
Como saber se uma criptomoeda é golpe?
Aqui vai uma listinha simples:
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Promete rendimento fixo? Golpe.
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Tem "esquema de afiliados" com pirâmide disfarçada? Golpe.
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O site tem mais emoji que explicação? Golpe.
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Foi indicado por um cara que já tentou te vender curso milagroso de dropshipping? Golpe.
Se ainda tiver dúvida, o Banco Central e a CVM têm listas públicas com nomes de empresas e esquemas suspeitos.
Criptomoedas e bancos digitais: dá pra confiar?
Plataformas como Inter, Nubank, C6 e outras oferecem compra de criptos com certa segurança, mas isso não significa que não há risco. Os bancos só intermediam. Quem compra ainda é você.
Ah, e "investir no Nubank" não significa que o Nubank te protege de perdas. Se a cripto desabar, o roxo vira vermelho.
Conclusão: cripto pode ser parte do futuro. Mas não é atalho.
Se você quer investir em criptomoeda, que seja com o pé no chão, o bolso preparado e o emocional blindado.
Estude. Não siga modinha. Não ponha tudo num lugar só. E principalmente: não acredite em quem promete lucro garantido. A única coisa garantida nesse mercado é a oscilação.
E se te oferecerem um token novo que vai "explodir", pergunta antes: explodir pra cima ou explodir e sumir? Fica a dica.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.