Por Isabel Gonçalves 

Helena cuida da sua mãe idosa que tem diabetes e do seu filho de 5 anos que precisa de medicamento e bombinha de asma. Todos os meses ela gasta uma grande parte de sua renda com cuidados à saúde da família e sobra pouco para outras despesas.  Então, ela conheceu o Programa Farmácia Popular e respirou aliviada. 

De volta em 2023, após anos sem funcionar, o programa Farmácia Popular cobre 100% do preço de 41 produtos de saúde, incluindo remédios, fraldas geriátricas e absorventes. Em um cenário que gastamos cada vez mais com saúde, o benefício pode ser um alívio e tanto nas finanças. Mas será que é para todo mundo? 

O que é a Farmácia Popular? 

Criado em 2004, o programa tem o objetivo de fornecer tratamento contínuo para doenças através de remédios gratuitos ou com desconto. Após relançamento e ampliação, em 2025, todos os remédios e itens da lista são fornecidos de graça. São disponibilizados itens para dignidade menstrual, anticoncepcional, incontinência e outros.

O Farmácia Popular complementa a entrega de medicamentos do SUS, que acontece nas Unidades Básicas de Saúde, através do credenciamento de farmácias da rede privada. Pensando nas economias, o programa é um grande alívio no orçamento familiar de muita gente.

Como funciona a Farmácia Popular?

O público alvo da ação são idosos, cidadãos de baixa renda e pessoas com doenças crônicas. Isso porque para retirar os remédios, a pessoa tem que ser diagnosticada com hipertensão, diabetes, asma, osteoporose, colesterol alto, doença de Parkinson ou glaucoma.

As fraldas geriátricas buscam atender os idosos e os absorventes são disponibilizados para pessoas atendidas pelo Programa Dignidade Menstrual. 

O que precisa para pegar remédio na Farmácia Popular?

Para retirar os produtos, basta ir a uma farmácia credenciada e apresentar um documento com foto que tenha o número do F e a receita médica. Atenção nessa parte, porque ela precisa estar dentro do prazo de validade. Por outro lado, um ponto positivo é que são aceitas receitas tanto do SUS quanto de médicos ou hospitais particulares, então se parte do seu orçamento já vai para o plano de saúde, dá pra economizar nos remédios.  

Se você está indo retirar o medicamento para alguém que não pode comparecer à farmácia, você precisa ser o representante legal ou procurador dessa pessoa, ou seja, pode responder em nome dela e para isso, é necessário documento oficial da representação (declaração por sentença judicial; identidade que comprove a responsabilidade pelo menor de idade; instrumento público ou particular de procuração). 

Qual farmácia posso pegar remédio de graça?

Atualmente, 31 mil farmácias no Brasil participam da ação, mas 14% dos municípios do país ainda não conseguem ar o benefício. As farmácias credenciadas e aprovadas contam com o selo “Aqui tem Farmácia Popular”, então é só procurar pela etiqueta vermelha no estabelecimento. Além disso, a lista de farmácias que fornecem os remédios pode ser encontrada no site do Governo Federal.

Imagem com fundo vermelho, a bandeira do Brasil e o escrito "Aqui tem Farmácia Popular"

Reprodução Educando Seu Bolso


Quanto posso economizar? 

Vamos tomar como exemplo, a história da Helena. Ela usa o anticoncepcional Norestin que custa R$14,48 nas farmácias, o Clenil HFA é o remédio de asma do seu filho e custa aproximadamente R$84,00. Por fim, a insulina que a mãe dela precisa tomar é R$47,80. Todos esses remédios são fornecidos na Farmácia Popular, por isso podemos dizer que, em uma ida à farmácia, a Helena consegue economizar por volta de R$146,28 reais. É um valor bem expressivo né? Se tomarmos como referência o salário mínimo atual (R$1.518,00) esse valor corresponde a 9,6% da renda mínima no país. 

Quais são os medicamentos gratuitos na Farmácia Popular?

Para descobrir os medicamentos disponíveis gratuitamente na Farmácia Popular, basta ar a lista disponibilizada no site, mas trouxemos aqui os principais itens disponibilizados: 

  • Insulina humana regular e cloridrato de metformina, para pessoas com diabetes;

  • Aerolin spray e Clenil HFA para pessoas com asma;

  • Losartana potássica e Captopril para tratamento de hipertensão; 

  • Contracep e Norestin, que são anticoncepcionais;

  • Sinvastatina, para problemas no coração; 

  • Carbidol e Prolopa BD para tratamento de Doença de Parkinson;

  • Busonid para quem tem rinite; 

  • Colírio Tenoftal para glaucoma; 

  • Absorvente higiênico;

  • Fralda geriátrica;

Uma crítica feita ao programa é a falta de remédios de atenção psicológica como antidepressivos e remédios para ansiedade, o que é estranho já que o Brasil é o país com maior índice de depressão no mundo - cerca de 11,3% da população é atingida pela doença. 

O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) afirma que a oferta não é suficiente para os quase 500 mil trabalhadores que se afastam do trabalho todos os anos devido a doenças mentais. Ele destaca ainda que incluir antidepressivos no programa Farmácia Popular ampliaria o o da população a esses medicamentos.

Conclusão: a Farmácia Popular vale a pena?

A resposta é sim! Comprovamos que o benefício pode ser uma grande ajuda e aliviar o orçamento familiar dos brasileiros. A estimativa é que 24,7 milhões de pessoas foram atendidas pelo programa em 2024, porém isso corresponde a um pouco mais de 10% da população do país. Em um país que é modelo em saúde pública gratuita e de qualidade com o SUS, o programa ainda precisa evoluir, abrangendo uma cobertura de tratamentos cada vez maior. 

Mas, se você precisa de tratamento contínuo para hipertensão, diabetes, asma, osteoporose, colesterol alto, doença de Parkinson ou glaucoma, a Farmácia Popular pode te ajudar e muito. Por isso, procure a farmácia mais próxima de você e economize.

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