Jaeci Carvalho
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COLUNA DO JAECI

Ancelotti só ganhou em clubes bilionários

Isso não diminui seu trabalho, mas quando dirigiu Reggiana, Parma, Napoli e Everton, nada feito, o trabalho não vingou

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Não há dúvida que o técnico Carlo Ancelotti é um grande treinador e que é o único que venceu em todas as grandes Ligas da Europa com Real Madrid, Bayern de Munique, Chelsea, Milan e PSG. Vejam senhoras e senhores, que ele só venceu com times bilionários, com dinheiro para contratar e com grandes jogadores. Isso não diminui seu trabalho, mas quando dirigiu Reggiana, Parma, Napoli e Everton, nada feito, o trabalho não vingou. São equipes de porte médio para baixo e sem bons limões, não se faz uma boa limonada.

A CBF sonhou com o técnico italiano, flertou com o português Jorge Jesus e, finalmente, conseguiu o sim de Ancelotti, que confirmou, ontem cedo, em entrevista em Madri. Xabi Alonso já está contratado pelo time merengue, embora Ancelotti tenha contrato até 2026. Na Europa funciona assim. Um técnico é avisado de sua demissão mesmo antes da temporada terminar. Achei injusto o que o Real fez com Ancelotti, pois ele não teve laterais, zagueiros e o maestro Toni Kroos, que se aposentou. Repito: sem grandes jogadores, ninguém consegue vencer, pois quem ganha títulos são os atletas.

Fiz essa introdução para dizer que os torcedores brasileiros podem “tirar o cavalinho da chuva”, pois a contratação de Ancelotti não significa dizer que os títulos virão. Não temos um grande goleiro, os laterais são fracos e o meio-campo inexistente. Não temos um craque, pois Neymar, que seria o único, não joga bola há dois anos – na verdade há seis, pois não jogou nada no PSG. Os atacantes me agradam, principalmente Vini Júnior e Rafinha, que andam voando na Espanha. Ancelotti já fala em Casemiro, fracassado em duas Copa do Mundo e no próprio Neymar. Se nossa renovação começa por esses caras, eu desisto de Ancelotti, mesmo antes de ele começar. Não adianta imaginarmos o Brasil campeão do mundo em 2026, pois não há tempo hábil para formarmos uma grande Seleção.

O projeto deveria ser para 2030, com renovação quase que total. Ninguém a mais Danilo, Marquinhos e Alisson, mas não acredito que Ancelotti fará diferente disso. A safra é ruim e não há como formar um grande time. Alemanha, França, Espanha, Holanda, Inglaterra e Argentina estão à nossa frente. Porém, vale lembrar que a Copa do Mundo se caracteriza por três jogos. Na primeira fase, você joga contra “ninguém”. Se não pegar uma seleção forte nas oitavas, chegará às quartas, e aí sim começa o Mundial. Quartas, semi e final. Mesmo assim, não acredito no time brasileiro.

Gosto e iro Ancelotti, com as ressalvas que fiz acima, mas como técnico italiano, consagrado, me pergunto: por que a Seleção Italiana não o procurou? A Itália ficou fora dos dois últimos Mundiais e seria coerente procurar o melhor técnico do mundo. E tem mais um detalhe: O atual presidente da CBF poderá perder o cargo a qualquer momento, tanto que anunciou Ancelotti, na segunda-feira, quando estava marcado o depoimento do coronel Nunes ao TJ do Rio. Há suspeita de que houve falsificação de sua para a eleição e manutenção do atual mandatário. Será que se Ednaldo cair, Ancelotti vai manter a palavra com o novo presidente? Prefiro aguardar o desfecho, pois o sonho de todos é a saída do atual ocupante da cadeira da CBF.

Não temos mais treinadores de ponta, craques ou jogadores de alto nível. O Brasileirão tem jogos sofríveis, de baixíssimo nível, arbitragens péssimas e duvidosas e até gramados sintéticos. Estamos na contramão da história e ainda há os que acham que a chegada de um treinador estrangeiro será como num e de mágica e tudo estará perfeito. Não é assim que funciona. Precisamos nos reestruturar e esse processo tem de vir de cima para baixo, de mudanças radicais, que comecem pela saída do atual presidente da CBF. Com ele no poder, nosso futebol continuará na lama, com ou sem Ancelotti.

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