
Governo Lula muda e reage à banana de Zema: bateu, levou
De tanto apanhar, a ordem no governo é não deixar mais o mineiro falar sozinho, até porque o governador está em campanha
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A paciência acabou em Brasília. Agora, é tolerância zero com o governador mineiro, que será tratado com a mesma tática que ele adota contra o governo Lula: bateu, levou. De maneira improvisada, a reação foi iniciada após as críticas do governador quando o estado estava sendo beneficiado com a renegociação da dívida e o anúncio da duplicação da BR-381.
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Zema atacou Lula em ambos os casos. De tanto apanhar, a ordem no governo é não deixar mais o mineiro falar sozinho, até porque o governador está em campanha e, após a troca de marqueteiro, está intensificando a estratégia. A qualquer declaração de Lula, que deixe espaço para crítica, Zema entra para fazer seu comercial. Quer reafirmar sua identidade com a direita, em especial o bolsonarismo, que está órfão de pré-candidato ante a inelegibilidade de Bolsonaro. Além disso, quer atrair o eleitorado insatisfeito com o momento ruim do governo, de acordo com as últimas pesquisas.
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Por ser mineiro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foi escalado para ser o batedor oficial. Na terça ada, classificou a postura de Zema de “subserviente e lambe-botas” diante do ato do presidente dos EUA de taxar em 25% o aço, afetando mais a Minas. Zema havia celebrado a posse de Trump em nome do desenvolvimento do continente, mas nada disse após o ataque comercial.
Nessa quarta, foi a vez do ministro Renan Filho, dos Transportes, contra-atacar o governador, que divulgou vídeo no qual come bananas com casca por conta da inflação. Disse que as redes sociais do governador estão cada vez mais parecendo Teletubbies e sem conteúdo. “Você só se aproveita de qualquer fato para ganhar notoriedade. Agora, comer banana com casca para falar sobre inflação? Tá muito falso”, disse.
Silveira sai ganhando com a reação. Como é pré-candidato a senador, ou a governador, recorre ao marketing do rival para ganhar visibilidade também no estado. É como dizem lá no interior mineiro, onde se decide a eleição, “o risco que corre o pau é o mesmo do machado”.
Valadares perde cargo e candidatura
Após nova trombada com o presidente da Assembleia, Tadeu Leite (MDB), Gustavo Valadares (PMN) perdeu o cargo de secretário e, em consequência, a candidatura ao TCE-MG. Sob o argumento de que, para viabilizar a disputa pela vaga ao Tribunal de Contas, Valadares deveria voltar ao Legislativo, onde é deputado estadual. Hoje, há duas vagas abertas ao cargo de conselheiro destinadas a deputado estadual.
Na verdade, Valadares colocou o cargo à disposição após mais uma derrota na Assembleia na indicação de líderes e presidentes de comissões temáticas. O governo aceitou e irá substitui-lo pelo secretário da Casa Civil, Marcelo Aro, que deixará a pasta que foi criada para acomodá-lo.
Thiago Cota: nome de Zema
Com a queda de Valadares, o deputado Thiago Cota ou a ser o candidato de Zema para assumir uma das vagas de conselheiro do TCE-MG. Ele ganhou a simpatia do vice-governador Mateus Simões (Novo), que dá as cartas no governo. Como Cota é filiado ao PDT, sua candidatura põe em xeque a de seu colega de partido, Alencar Silveira.
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PT olha para Contagem
“Todos que polarizam perderam as eleições”, apontou a prefeita reeleita de Contagem (Grande BH), Marília Campos (PT). “Eu sou tetra”, acentuou ela, referindo-se ao quarto mandato conquistado. Sua mensagem foi dirigida ao seu candidato e do presidente Lula para assumir a presidência nacional do PT, Edinho Silva. O petista esteve na cidade para abrir a campanha ao cargo e prestigiar o lançamento do livro “O Brasil olha para Contagem”. Edinho entendeu parcialmente a lição de Marília e disse que irá conversar com todos para derrotar o fascismo (bolsonarismo). Para isso, terá que fazer, primeiro, aliança com o eleitorado, resgatando a credibilidade do partido e do próprio Lula.