Rogério Tobias
Rogério Tobias
Mestre em Marketing; Pós-graduado em marketing; ; Professor; consultor de marketing e negócios. Palestrante; Escritor.
MARKETING E NEGÓCIOS

O marketing que veste a alma

A roupa que escolhemos diz muito sobre nós. E a marca que escolhemos também. O marketing da moda precisa vestir mais do que corpos: precisa vestir significados

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Desde que o mundo é mundo, a roupa fala. E fala muito. Antes da gente abrir a boca, já estamos dizendo quem somos — ou pelo menos, quem queremos ser. A roupa que usamos é quase como uma carta de intenções silenciosa. E o marketing da moda, se quiser fazer sentido hoje, precisa entender isso: mais do que vestir corpos, ele precisa vestir sentimentos. Emoções. Histórias.

Quem compra uma marca quer se reconhecer nela. Não basta cair bem no corpo. Tem que cair bem na alma. E isso vale do consumidor mais jovem, buscando autenticidade, até aquele mais maduro, que compra com memória. Em tempos em que tudo é imagem, o simbólico virou rei. A cor do tecido importa, mas o que aquela cor representa importa mais ainda.

Não é de hoje que vemos o varejo de moda se transformar. Aquela lógica antiga de só empurrar tendências perdeu o fôlego. Hoje, o que permanece mesmo são os valores costurados nas peças. A Nike entendeu isso quando lançou sua campanha com Colin Kaepernick, assumindo posicionamento político claro — arriscado, sim, mas poderoso. Resultado? Fortaleceu vínculos com o público mais jovem, engajado, que busca marcas com voz ativa.

E por aqui, no Brasil, a Farm é outro belo exemplo. A marca se conectou com as causas ambientais e indígenas de maneira orgânica, com coleções colaborativas e campanhas que tocam. E tocou mesmo. Porque fez com verdade. Não foi oportunismo: foi coerência. O público-alvo sentiu, acolheu e respondeu com fidelidade.

No dia a dia, o que se percebe é que o marketing que funciona de verdade é aquele que escuta. Que olha o cliente como gente. Gente que tem pressa, mas que também tem saudade, tem sonho, tem memória afetiva. É por isso que, mesmo com toda a tecnologia, o que encanta ainda é o atendimento caloroso, o cuidado no detalhe, a embalagem com bilhetinho escrito à mão.

E isso não vale só para as gigantes. Vale, e muito, para o pequeno varejo, para aquela lojinha de bairro onde o cliente tem nome e história. O afeto hoje é estratégia. A empatia virou diferencial competitivo. Claro que usar ferramentas digitais ajuda — e como ajuda — mas elas precisam traduzir o jeito humano de se relacionar. A vitrine digital só funciona se a alma da marca estiver ali também.

Vivemos um tempo em que o consumo deixou de ser só vaidade. As pessoas estão mais conscientes, mais críticas, mais conectadas aos próprios valores. O excesso perdeu a graça. O exagero virou ruído. O que encanta agora é aquilo que tem verdade. Que tem causa. Que tem propósito. O marketing da moda, se quiser acompanhar esse ritmo, precisa parar de falar alto e começar a ouvir mais. E sentir.

A escolha por uma marca vai muito além da vitrine. É quase um encontro. Quando alguém se vê numa roupa, se sente acolhido, respeitado, representado. E isso, meu amigo, minha amiga, não tem preço. Marcas que conseguem gerar esse tipo de vínculo saem da prateleira e vão parar dentro da vida das pessoas. Viram memória. Viram história. Viram afeto.

Por isso, o papel do marketing hoje é outro. Não se trata mais de convencer alguém a comprar. Trata-se de entender o que essa pessoa busca — mesmo que ela nem saiba direito. O que move o consumidor, mais do que nunca, é identificação. E isso não se faz com promessa vazia. Se faz com coerência. Com escuta. Com presença.

No fim das contas, vestir alguém é quase um abraço. É um gesto íntimo. E marca que quer permanecer precisa, sim, ter bons produtos, boa entrega, bons preços. Mas precisa, principalmente, ter alma. Representar o que o cliente sente. Ser uma extensão da sua identidade.

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O marketing da moda, quando é verdadeiro, é aquele que une estética com ética. Produto com pessoa. Imagem com empatia. Porque, no fundo, como diz a célebre frase da Gabrielle Chanel — aquela que entendeu tudo com simplicidade e elegância:

“A moda a, mas o estilo permanece.”

E quando esse estilo revela a alma de quem o veste, o marketing deixa de ser discurso — e vira conexão.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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