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Cinema

"O livro da discórdia", comédia para refletir, estreia nesta quinta em BH

Longa de Baya Kasmi mostra um escritor fracassado que ganha fama após publicar obra inspirada na sua família e nos tabus sobre a sexualidade dos argelinos

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Youssef Salem (Ramzy Bedia) leva uma vida dupla. Sua vida real é em Paris, onde mora sozinho em uma quitinete, tem grandes noitadas e mal paga as contas como escritor. Sua vida imaginada é a que ele apresenta para a família em Marselha, onde moram os pais e os três irmãos. Para os pais, Youssef continua casado, é um escritor bem-sucedido que se dedica a retratar figuras importantes da Argélia.


Estes dois mundos vão entrar em conflito de uma maneira hilária. Com estreia nesta quinta (9/3) no Cine Ponteio, “O livro da discórdia” fala de família, valores e tradições em uma comunidade argelina. A comédia é o segundo longa da diretora Baya Kasmi, também vinda de uma família magrebina.


“Sei que com o filme represento toda uma comunidade, então há um senso de responsabilidade. Não poder falar de certas coisas é algo que existe nessas famílias, mas não só. Também está nas católicas, por exemplo”, afirma ela, que, assim como o seu protagonista, tem três irmãos.


OBSESSÃO PATERNA

Youssef é o orgulho do pai, Omar (Abbes Zahmani). Obsessivo no francês, corrige o filho desde a infância. Depois de fracassar nos dois primeiros livros, o escritor finalmente consegue reconhecimento com “Choque tóxico”, romance inspirado nos pais e nos irmãos e também nos tabus que rodeiam a sexualidade dos argelinos.


O livro provoca um debate apaixonado na França. E Youssef tenta por todos os meios escondê-lo dos pais. Os irmãos, que acabam descobrindo a verdade, são os primeiros a questionar o que Youssef levou para o papel. E ele acaba ando por maus pedaços, pois o sucesso do livro acaba fugindo ao controle.


O que se segue é uma comédia com diálogos muito rápidos, algum humor físico e também observações ácidas sobre as relações (seja de argelinos ou ses) no mundo atual.


“Sou de uma família que conversa e grita muito, então queria ar isso para a história. Gosto de comédia, e para mim ela funciona quando tem um ritmo que não dá tempo para o espectador pensar. O riso não vem da cabeça, mas da emoção. Por isso, não há tempos vazios. Queria que os atores falassem sem parar. É tudo muito rápido, porque devemos pensar sobre um filme depois dele, não durante”, diz a diretora.


NA PELE

O longa de estreia de Baya, “À sua completa disposição” (2015), acompanha um irmão e uma irmã que têm um segredo que os mantêm separados. Na época, comenta a diretora, ela foi questionada sobre imigração e islamismo. Teve discussões com pessoas da mesma origem que ela, que a contestaram sobre a maneira como retratava os norte-africanos. O que sentiu na pele a partir deste primeiro filme serviu como base para o roteiro de “O livro da discórdia”, escrito em parceria com o marido, Michel Leclerc.


“O LIVRO DA DISCÓRDIA”
(França, 2023, 97min., de Baya Kasmi, com Ramzy Bedia e Noémie Lvovsky). O filme estreia nesta quinta-feira (14/3), às 17h45, no Cine Ponteio 2 (Rodovia BR 356, 2.500 – Santa Lúcia)

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