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CINEMA

"Anora" aumenta suas chances no Oscar com vitórias em série

Longa sobre stripper conquistou os prêmios dos críticos, dos produtores e dos diretores nos EUA no fim de semana. Título concorre à estatueta em seis categorias

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Foi com indisfarçável surpresa que o cineasta Sean Baker subiu ao palco do Critics Choice Awards, na noite da última sexta-feira (7/2) em Los Angeles, início da madrugada de sábado no Brasil, para receber o principal troféu da cerimônia: Melhor Filme para “Anora”. “Tão inesperado”, afirmou o norte-americano, acompanhado de parte do elenco e equipe do longa.


Naquela altura, com pouco mais de três horas de cerimônia, 20 prêmios para cinema (e outras duas dezenas para TV) haviam sido distribuídos. Seu filme, até então, não havia recebido nenhum. O triunfo de “Anora” no Critics Choice, associação que reúne aproximadamente 600 críticos e jornalistas dos EUA e Canadá, foi só o primeiro no fim de semana.


No sábado, o longa venceu dois dos principais prêmios de sindicatos da indústria cinematográfica: o Producers Guild of America Awards (PGA, dos produtores) e o Directors Guild (DGA, dos diretores). Estes, sim, são dois dos mais relevantes termômetros do Oscar – “Anora” concorre em seis categorias, incluindo Melhor Filme e Diretor.


Cineasta e roteirista de prestígio no cenário independente, Sean Baker se estabeleceu por contar histórias com personagens que vivem à margem. Seus protagonistas habitam lugares que buscam refletir a vida real. É este o caso da stripper Ani, a personagem-título de “Anora” defendida com unhas e dentes (literalmente) por Mikey Madison.

O longa acompanha a história de uma jovem que encanta um garotão mimado, filho de um oligarca russo.Assim como a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o PGA também indica 10 produções na categoria de Melhor Filme.

Nas últimas edições, oito dos 10 indicados do prêmio do sindicato dos produtores se traduziram em nomeações ao Oscar. Neste ano, só dois filmes que concorrem ao troféu principal da Academia – “Ainda estou aqui” e “Nickel Boys” – não foram nomeados ao PGA. O prêmio foi criado em 1990. Em 25 destas edições os vencedores do PGA levaram o Oscar de Melhor Filme.


Em relação ao DGA, que foi criado em 1949, os acertos diante da premiação da Academia também impressionam. Somente duas produções – “Conduzindo Miss Daisy” (1989) e “No ritmo do coração” (2022) – foram eleitas na categoria Melhor Filme no Oscar sem ter tido uma indicação ao prêmio do sindicato dos diretores.


Menor orçamento

Dos 10 concorrentes a Melhor Filme pela Academia, “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, foi o de menor orçamento: custou cerca de US$ 1,5 milhão. “Anora” está na sequência, com US$ 6 milhões de custo de produção. “Isso é um micro orçamento hoje em dia. Filmamos em Nova York. Tudo isso aconteceu por causa do meu elenco e equipe incríveis que trabalharam duro. Investimos cada dólar na tela", disse Baker no discurso do Critics Choice.


O longa brasileiro, que concorria na categoria Melhor Filme Estrangeiro do Critics Choice, perdeu para “Emilia Pérez”. Nada fora do previsto, pois os votos dos críticos norte-americanos ocorreram antes do furacão que abalou a produção sa, a campeã de indicações (13) do Oscar 2025. O musical saiu da festa de sexta com três prêmios: Melhor Atriz Coadjuvante (Zoe Saldaña), Melhor Canção (“El mal”), além do já citado Filme Estrangeiro.


Ficou evidente que todo o foco da campanha do filme de Jacques Audiard está em cima de Zoe Saldaña, consolidada como favorita ao Oscar de Atriz Coadjuvante. Agora fora do circuito de premiações nos EUA em decorrência da exposição de antigos tuítes racistas e xenofóbicos, Karla Sofía Gascón, a intérprete de Emilia Pérez, rechaçada publicamente pelo próprio Audiard, só teve a ausência comentada no Critics Choice por Demi Moore.


A estrela de “A substância” falou de suas colegas no páreo, citando Karla Sofía nominalmente, quando subiu ao palco para seu discurso de agradecimento do Critics Choice de Melhor Atriz. O novo prêmio, somado ao reconhecimento de Demi Moore no Globo de Ouro, só faz crescer sua chance ao Oscar.


Bem longe do burburinho de Los Angeles, “Ainda estou aqui” venceu também um prêmio no sábado. Foi eleito o Melhor Filme Ibero-Americano pelo Goya, chamado de o “Oscar espanhol”. Walter Salles e Fernanda Torres não foram à cerimônia, pois estão nos EUA, na maratona promocional do filme. “Emilia Pérez” saiu do Goya com o troféu de Melhor Filme Europeu.


Os três importantes prêmios de “Anora” no fim de semana farão, certamente, efeito no Oscar, ainda mais porque terá início nesta terça (11/2) o período de votação da 97a edição da cerimônia.
Os membros da Academia vão votar até o dia 18. Será possível uma nova reviravolta na temporada? Se não, as probabilidades para o cinema independente de Sean Baker – que, não custa lembrar, levou a Palma de Ouro em Cannes em 2024 – sagrar-se vencedor na cerimônia de 2 de março aumentaram e muito. 

Em defesa das salas

Em seus dois discursos de aceitação (Critics Choice e DGA), Sean Baker afirmou ter filmado “Anora” para ser exibido no cinema. “Temos que lutar para que ele permaneça na tela grande”, disse ele, lembrando-se das mil salas que fecharam nos EUA durante a pandemia. Em BH, o longa segue em cartaz nos cines Centro Cultural Unimed-BH Minas (15h30 e 18h), Diamond (16h), Pátio (16h50), Ponteio (21h) e UNA Belas Artes (18h).

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