
Lívia Itaborahy vence Concurso Mestre Jonas com 'Perdi meu marido pra BET'
Compositora foi 1º lugar na categoria Marchinhas de Tema Livre com história da esposa trocada pela jogatina virtual
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Siga noA compositora Lívia Itaborahy venceu a categoria Marchinhas de Tema Livre do Concurso Mestre Jonas, com a canção “Perdi meu marido pra BET”. O segundo lugar ficou com “Chupê tinha”, de Bobô da Cuíca, e o terceiro com “Não se meta”, de Valdênio Martinho e Alexandre Rezende.
Lívia conta que compôs marchinha pela primeira vez, buscando inspiração nas clássicas canções de carnaval.
“Marchinha tem de ser crítica, mas também deve ter abordagem mais cômica. É importante desafiar a inteligência de quem está escutando. Por isso, quis trazer um ponto de vista dentro da narrativa que me permitisse apontar um novo lado”, explica.
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Sua marchinha fala da crescente popularidade dos jogos de apostas, propagandeados por jogadores de futebol e influenciadores. Em vez de a mulher ter o marido roubado por outra, ela o perde para o vício.
Na primeira estrofe, a compositora contextualizou a transição do jogo do bicho, antes praticado nas ruas, para as compulsivas apostas no celular. Em seguida, abordou a distância do marido que esconde algo no celular. Por fim, relaciona o termo “bet” (aposta, em inglês) com o nome feminino Bete.
“Conheço a Bete Silva, Bete Leivas, Bete Campos/ Conheço a Betinha e também Bete Balanço/ Mas nenhuma delas faria isso comigo/ Levar meu dinheiro, minha vida e meu marido”, diz a letra.
Serra do Curral
Di Souza, com “Seu cachorro tá na rua”, venceu a categoria Hit do Carnaval. Já a modalidade estreante Tira o Pé da Minha Serra premiou “Aí cê me quebra”, de Myro Rizoma.
Myro viveu os últimos 10 anos no Rio Grande do Sul e agora está de volta à capital mineira. Este ano, além do Concurso Mestre Jonas, ele venceu o Concurso Magia Tropical do bloco Então, Brilha! com a canção “Tropical tecnologia”.
Escrever sobre mineração na Serra do Curral, exigência da categoria, foi o desafio que Myro escolheu para testar suas habilidades como compositor. Segundo ele, a experiência da turnê com o cantor Bernardo do Espinhaço, ao longo de 2024, reforçou a conexão com a temática ambiental.
“Na turnê com o Bernardo, a gente percorreu oito estados do Brasil subindo montanhas e falando sobre montanhismo”, comenta. “Além disso, no Rio Grande do Sul, tive experiência com cogumelos que me fez sentir as minerações na pele. Então, não foi uma composição só para ganhar concurso, mas também uma oportunidade de falar sobre isso. Na marchinha, eu canto: ‘Sai fora com esse papo torto/ que eu sinto no osso essa terra rachar’”.
Vencedora do concurso de fantasias do Baile da Finalíssima, Ana Cristina levou o prêmio com o figurino “Espécie em extinção”. Coberta de cédulas, ela fez uma brincadeira com as palavras, destacando a extinção dos animais retratados nas notas e o desuso do dinheiro físico com o surgimento das transações eletrônicas.
“Gosto do carnaval. Sou assídua frequentadora do Concurso Mestre Jonas desde a primeira edição, já fui até jurada. Mas tenho 58 anos, sou artista analógica e uma espécie em extinção da mesma forma”, destacou.
Prêmios
Na categoria Marchinhas de Tema Livre, além do Troféu Mestre Jonas, o prêmio para o primeiro lugar foi de R$ 5 mil; o segundo levou R$ 3 mil; e o terceiro, R$ 2 mil. Nas categorias Hit do Carnaval e Tira o Pé da Minha Serra, o prêmio foi de R$ 3 mil. Já a melhor fantasia ganhou R$ 1 mil.
O Concurso de Marchinhas Mestre Jonas foi criado em 2012 para incentivar a produção de sambas-enredo em BH. Após quatro anos de hiato devido a dificuldades econômicas causadas pela pandemia, a competição voltou em 2025.
O processo seletivo começou há 10 dias, com o Baile da Seletiva no Distrital, quando os jurados escolheram as canções finalistas. Na última sexta-feira (14/2), o júri composto por Áurea Carolina, Dudu Nicácio, Fran Januário e Marina Miglio anunciou os vencedores.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria