Folias começam nesta quinta-feira (20/2) nos jardins do Palácio das Artes
Com entrada franca, série de shows terá Veronez, Maria Alcina, Orquestra Cabaré e os blocos Benteviuzinho e Fera Neném
compartilhe
Siga noCriado em 2013 pela produtora Casulo Cultura, o projeto Mistura Minas chega à sétima edição, a partir desta quinta-feira (20/2), no embalo da folia de Momo. Até o próximo domingo (23/2), a iniciativa, que faz parte do projeto Palco Aberto, da Fundação Clóvis Salgado, leva aos jardins internos do Palácio das Artes, gratuitamente, atrações musicais que se amparam em repertórios carnavalescos consagrados, com destaque para a marchinha e o frevo.
A atração de hoje é o “Baile do Verão”, comandado por Marcelo Veronez, que contará com a participação da cantora Maria Alcina. Amanhã, haverá show da Orquestra Cabaré, que volta à cena após um hiato de 15 anos. No domingo, o foco será o público infantil, com apresentações das bandas de base dos blocos Fera Neném e Bentiviuzinho. A multiartista trans Efe Godoy será a mestre de cerimônias nos três dias.
Leia Mais
Veronez faz questão de frisar: não é “Baile de verão”, como tem sido divulgado, e sim “Baile do Verão”. “Verão sou eu, é meu apelido. De Veronez, os amigos aram a me chamar de Verona e Verón, até chegar em Verão”, explica. Figura emblemática do carnaval de Belo Horizonte, ele conta que no ano ado resolveu fugir da folia na capital para visitar a amiga percussionista Chaya Vazquez, que também teve papel central na retomada da folia em BH e está morando em Garopaba (SC).
Este ano, Veronez resolveu ficar para a folia na cidade e comunicou aos quatro cantos sua disponibilidade. “Com isso, pintou o convite para o Mistura Minas, daí criei o 'Baile do Verão', inspirado no 'Baile do prazer', espetáculo que mantive em cartaz tempos atrás”, diz.
O repertório é composto por muito frevo, com destaque para as obras de Moraes Moreira e Caetano Veloso, e marchinhas eletrificadas, que evocam os primórdios dos trios elétricos baianos.
Veronez adianta que a participação de Maria Alcina se dará em praticamente metade do repertório. Eles estarão acompanhados pela banda formada por Mateus Rocha e Rogério Delayon (guitarras), Yuri Velasco (bateria), Pedro Fonseca (baixo) e Analu Braga (percussão).
Maria Alcina é referência e fonte de inspiração para o trabalho de Veronez. “Sempre quis promover o meu encontro com ela no palco”, destaca. Assumindo ser “filhote” da cantora, ele ressalta que seu trabalho sempre foi em direção ao dela.
“Temos, ambos, um pensamento dramatúrgico sobre a música, sobre as canções. Nos valemos da teatralidade muito fundada no deboche, na ironia, no teatro de revista para falar de coisas sérias. Em quase todos os meus trabalhos tem alguma coisa da Maria Alcina, seja no figurino, na movimentação ou na música”, diz.
Orquestra Cabaré está de volta
Grupo que teve presença marcante na cena de BH no início da década ada, a Orquestra Cabaré volta à baila, após anos de hibernação, no “Mistura Minas – É carnaval”. A formação original trazia Aline Calixto, Renegado, Gustavo Maguá, Mariana Nunes e Pedro Morais, entre outros, capitaneada pelo bandolinista, cantor e compositor Marcos Frederico. Ele aponta que a proposta também difere um pouco da anterior.
Se outrora a Orquestra Cabaré tinha feição de banda de baile, com repertório variado de música brasileira, ela está de volta com foco mais fechado nas marchinhas carnavalescas. O roteiro vai de “Ô abre alas”, composta por Chiquinha Gonzaga em 1899, até a produção dos anos 1950, com temas como “Mamãe eu quero”, “Touradas em Madri” e “Allah-la-ô”.
“Também pensamos em incluir alguma coisa autoral, como 'O pano da cuíca', minha com o Flávio Henrique e o Maguá. Ela foi uma das finalistas no Concurso Mestre Jonas em 2014, ano em que o 'Baile do Pó Royal' ganhou”, diz Marcos Frederico.
Além dele, no bandolim, a atual formação da Orquestra Cabaré conta com André Miglio (voz), Aloízio Horta (baixo), Bianca Luar (voz), João Machala (trombone), Pedro Caldas (percussão), Raquel Coutinho (voz), Rodrigo Carioca (bateria) e Samy Erick (guitarra).
Em família
O “Mistura Minas – É carnaval” vai encerrar a sétima edição com o Fera Neném, criado pelo cantor e compositor Dudu Nicácio, a partir das 16h de domingo (23/2). O bloco celebra seu 12º ano de atividades com repertório variado, voltado para toda a família.
Na sequência, o bloco Bentiviuzinho, que tem crianças como vocalistas, apresentará músicas que celebram a infância.
Agenda carnavalesca
Marcelo Veronez tem “agenda foliã” até a quarta-feira de cinzas. Nesta sexta-feira (21/2), ele canta no Bloco Abra-te Sésamo, que desfila no Centro à noite.
“Depois, estarei nos meus blocos amados: Corte Devassa, Havayanas Usadas, Manjericão e Bloco da Praia. Participo seja como folião, tocando na bateria ou cantando. No dia 2 de março, domingo, faço novamente o 'Baile do Verão', desta vez sem a Maria Alcina, na varanda do Cine Theatro Brasil Vallourec. Por fim, na terça-feira de carnaval, me apresento em Ouro Preto, ao lado da Sílvia Gomes”, diz Veronez.
O cortejo do Fera Neném será neste sábado (22/2), com concentração em frente à Escola da Serra, na Rua do Ouro, a partir das 9h.
MISTURA MINAS – É CARNAVAL
• “Baile do Verão”, com Marcelo Veronez e Maria Alcina, nesta quinta-feira (20/2), às 18h.
• Orquestra Cabaré, na sexta (21/2), às 18h.
• Bandas dos blocos Fera Neném e Bentiviuzinho, no domingo (23/2), a partir das 16h.
Jardins internos do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca