Rapper Roger Deff apresenta sua 'Trilogia periférica' na Sala Juvenal Dias
Cantor e compositor leva ao palco, neste sábado (29/3), repertórios dos discos solo 'Etnografia suburbana', 'Pra romper fronteiras' e 'Alegoria da paisagem'
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Siga noDepois de deixar a banda Julgamento, em 2018, Roger Deff iniciou sua carreira solo com o lançamento do álbum “Etnografia suburbana”, em 2019, sucedido por “Pra romper fronteiras” (2021) e “Alegoria da paisagem” (2023). Com esses três trabalhos, ele considera ter fechado um ciclo e marca este momento com o show “Trilogia periférica”, que estreia neste sábado (29/3), às 20h, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes.
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Acompanhado por Celton Oliveira e Michelle Oliveira (vozes), Ricardo Cunha (guitarra), Luiz Prestes (baixo), Edgar Filho (bateria), Marcelo Kavalim (teclado) e DJ Hamilton Júnior (toca-discos), Deff condensa os repertórios dos três álbuns. A seleção das músicas foi orientada pela forma como elas amarram temáticas presentes nos trabalhos.
“Eles convergem nessa coisa de falar da periferia e de trazer a cultura afrodiaspórica do hip hop. Pensei nas músicas mais representativas de cada disco. O repertório não é linear, não segue a cronologia dos lançamentos, tem misturas, porque a música de um disco pode conversar muito bem com a de outro num dado momento”, destaca. Deff escolheu as faixas que mais gosta de executar quando está acompanhado de banda.
A temática da periferia é o que os três álbuns compartilham, mas há questões que são mais acentuadas em cada um deles. “Etnografia suburbana” é mais aberto, a pelo que ele chama de música negra universal.
“Tem ênfase na herança cultural da população negra, trata do sujeito que está na periferia, transita pelo centro, retorna para a periferia. Então é sobre como a periferia ecoa no centro, até num contexto global, pensando que África é considerada periferia do mundo”, diz.
“Pra romper fronteiras” tem foco mais fechado na estética musical do hip hop clássico. “É um disco que parte da ideia do hip hop como tecnologia social que cria pontes e, dessa forma, rompe fronteiras”, pontua.
Já “Alegoria da paisagem” trata da questão territorial. “É homenagem às quebradas, com musicalidade mais brasileira e a gente fazendo muita questão do samba, do funk soul da Banda Black Rio, também com menções ao Clube da Esquina”, diz.
Ao comentar o fechamento de um ciclo, Deff diz querer ir para outros lugares, mas ressalva que alguns temas e ideias podem voltar. “A questão do engajamento com as questões sociais, por exemplo, porque os problemas não estão resolvidos”, diz.
No Conservatório
A ideia agora é circular com “Trilogia suburbana”, o que implica pensar em novo trabalho apenas para 2026. No último dia 20, ele apresentou o show derivado de “Alegoria da paisagem” no Conservatório UFMG e agora ocupa um dos palcos do Palácio das Artes.
Esses dois espaços, há 15 anos, não se abriam para o hip hop ou a cultura periférica de modo geral. Deff credita a mudança ao fortalecimento dessa cultura ao longo dos últimos anos.
“Há abertura das instituições, que estão com uma visão mais ampla das coisas. A importância de ocupar esses espaços é legitimar que a gente faz música, pois há algum tempo se dizia que rap não era música. Ainda tem gente com esse tipo de preconceito, então ocupar esses palcos significa ar o espaço maior que o hip hop conquistou”, avalia.
“TRILOGIA PERIFÉRICA”
Show de Roger Deff. Neste sábado (29/3), às 20h, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na plataforma Eventim e na bilheteria da casa.
OUTROS SHOWS
>>> MADE IN BRAZIL
A Faculdade Milton Campos (Rua Senador Milton Campos, 202, Vila da Serra) será palco, neste sábado (29/3), a partir das 17h, do festival Made in Brazil, que traz como atrações principais o rapper Hungria e a dupla Maomé e Batoré executando sucessos do grupo ConeCrew Diretoria, como “Rainha da pista”, “Chama os mulekes” e “Chefe de quadrilha”. Também se apresentarão a DJ Bela Simões, o DJ Mayrink e o DJ DH. O preço dos ingressos varia de R$ 50 a R$ 190, à venda na plataforma Sympla.
>>> IRA! EM CONTAGEM
Capitaneada pelo vocalista Nasi e pelo guitarrista Edgard Scandurra, a banda paulista Ira! faz show neste sábado (29/3), no Rooftop do Shopping do Avião (Av. Babita Camargos, 1.295, Cidade Industrial). O repertório rea sucessos do grupo desde os anos 1980, como “Envelheço na cidade”, “Dias de luta” e “Flores em você”, entre outros. As bandas Cash e M8 abrem a noite, a partir das 19h. O preço dos ingressos varia de R$ 60 (pista) a R$ 130 (camarote, 3º lote), à venda na plataforma Central dos Eventos.
>>> FESTA RUDE
A cultura soundsystem e a música jamaicana em suas diferentes vertentes – dancehall, reggae, dub, ska – são o motor da 3ª Festa Rude, nesta sexta-feira (28/3), a partir das 21h, no Afro Galpão (Av. Dom Pedro II, 2.725, Alto Caiçaras). A programação conta com os coletivos Bronka, Free the Punanys e Fervo, além do DJ Knid. Os ingressos custam R$ 10 (lote promocional) e R$ 15, à venda na plataforma Shotgun. Pessoas trans, travestis e não binárias têm entrada gratuita mediante inscrição via formulário disponível no Instagram (@festarude).