Rami Malek é agente da CIA que mata sem sujar as mãos em thriller
Em "Operação vingança", que estreia nesta quinta-feira (10/4) nos cinemas, ele vai atrás de rede terrorista responsável pela morte de sua mulher
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Siga noA esposa de um agente da CIA é morta a sangue frio por terroristas. Inconformado, esse agente jura vingança e decide ir até o fim do mundo para encontrar os assassinos e matá-los. A premissa é batida em Hollywood – Liam Neeson que o diga!
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No entanto, há um componente em “Operação vingança”, longa que que estreia nesta quinta-feira (10/4) nos cinemas, que o distancia das demais produções do gênero: o alto QI do protagonista.
Indo na contramão de produções semelhantes, o filme de James Hawes estrelado por Rami Malek (“Bohemian rhapsody” e “Mr. Robot”) não aposta na pancadaria e nas infinitas trocas de tiros – Hawes, no entanto, não conseguiu fugir das grandes explosões, que estão no DNA hollywoodiano.
A trama se desenrola nos planos que o personagem de Malek traça para encontrar os assassinos de sua esposa e, ao mesmo tempo, escapar da CIA, que tenta impedir que ele faça justiça com as próprias mãos.
Rotina
Tudo começa quando Sarah (Rachel Brosnahan), a esposa de Charles Heller (Malek), precisa viajar a trabalho para Londres, ficando separada do marido por uma semana. Nesse intervalo, Charles mantém a mesma rotina de trabalho: acorda cedo, prepara o café e vai para a sede da Central de Inteligência norte-americana, onde trabalha com descriptografia e análise de dados.
As coisas começam a mudar de figura quando uma fonte anônima com quem Charles se corresponde há algum tempo envia para ele documentos secretos do governo norte-americano revelando que um atentado terrorista ocorrido na França um ano antes, na verdade, tinha sido planejado e executado pela própria CIA, numa decisão que beneficiaria politicamente o chefe da segurança nacional, Alex Moore (Holt McCallany). Foi um baque para Charles.
Em paralelo a essa descoberta, ele recebe de Moore a notícia do assassinato de sua esposa. Outro baque.
Perito em computação, Charles rastreia imagens de câmeras do hotel onde Sarah sofreu o atentado e das ruas no entorno. Descobre o caminho que os terroristas fizeram e, com ajuda do sistema de reconhecimento facial do governo, chega até a identidade dos quatro assassinos. Ele leva essas informações para Moore, mas percebe a frieza do chefe e o desinteresse em enviar equipes atrás dos terroristas.
Chantagem
Fica claro que a CIA não faria esforço para prender os assassinos de Sarah. E, num insight, Charles lembra que Moore ordenou um atentado no ano anterior. Ele confronta Moore, mostrando os documentos sigilosos que recebeu da fonte anônima. E, em troca do silêncio, pede para que seja treinado como agente de campo e tenha carta branca para ir atrás e se vingar dos terroristas.
Moore cede à chantagem. Envia Charles para ser treinado pelo veterano Robert Henderson (Laurence Fishburne), mas aproveita o tempo para investigar toda a vida do analista da CIA, a fim de encontrar e deletar os documentos comprometedores. Chantagear a CIA, afinal, nunca é uma boa ideia.
Charles sai do treinamento com o objetivo de vingança ainda vivo em mente. E é a partir daí que o filme ganha fôlego. Com apenas um notebook e um celular, o protagonista consegue hackear e ter em suas mãos todos os os de suas futuras vítimas, na França, Espanha, Istambul e Rússia.
Para cada uma, ele prepara um desfecho mórbido envolvendo tortura psicológica – em um único caso, ele lança mão da tortura física –, jogos mentais e indução ao suicídio. Tudo isso sem disparar uma única bala ou dar um soco.
Por outro lado, Moore ainda está no encalço dele. Quando nota que a vingança de Charles está dando certo, manda sua equipe tentar pará-lo. Charles, então, precisa elaborar planos para vingar os assassinos de Sarah e, ao mesmo tempo, despistar a CIA.
É quando “Operação vingança” ganha contornos de “Prenda-me se for capaz” (2003), sucesso de Steven Spielberg, com Tom Hanks e Leonardo Dicaprio. Também não deixa de seguir a fórmula dos filmes do gênero, com reviravoltas inesperadas que deixam o protagonista de mãos atadas e explosões gigantescas típicas de tais produções.
O longa de James Hawes cumpre com a função de entreter. Está longe de ser revolucionário, mas também não é nada ordinário. Além de apostar no intelecto, é sensível ao abordar a morte de Sarah pelo ponto de vista de Charles.
“OPERAÇÃO VINGANÇA”
(EUA, 2025, 123 min.) Direção: James Hawes. Com Rami Malek, Holt McCallany, Laurence Fishburne e Rachel Brosnahan. Classificação: 14 anos. Estreia nesta quinta-feira (10/4), em salas dos shoppings BH, Big, Boulevard, Cidade, Contagem, Del Rey, Diamond, Estação, Itaú, Minas, MonteCarmo, Norte, Partage, Pátio, Ponteio e Via.