RECONHECIMENTO

'Ainda Estou Aqui' estreia em Pequim e faz chineses chorarem

Longa lotou sala de cinema de 625 lugares durante o 15º festival de cinema de Pequim. Espectadores ficaram maravilhados com a história de Eunice Paiva

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PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) - A estudante de medicina Luo Shengzhen, 25, foi a última a deixar o lotado China Film Archive Art Cinema, sala de 625 lugares na região que concentra universidades em Pequim. Foi a estreia de "Ainda Estou Aqui" no país, parte do 15º festival de cinema da capital.

"Fiquei muito tocada desde o começo", disse ela. "Era um filme muito alegre no início, a família deles, e então a atmosfera mudou de repente. Chorei por cerca de duas horas, por isso saí tão tarde."

Perguntou se era mesmo baseado em fatos reais, contando não ser muito familiarizada com a história do Brasil. Não sabia, por exemplo, se o governo havia mudado. Ao ouvir que sim, reagiu: "Que bom, boa notícia. Eu realmente gostei deste filme".

Outros espectadores chineses responderam na mesma linha, como Weiwei, 38, gestora de ativos, tocada pela "família, suas crianças", e Eleven, 20, estudante de cinema, impressionado com Eunice Paiva, personagem de Fernanda Torres.

"A mulher, ela ainda está esperando", falou. "Esperando o marido, uma resposta. Está sempre aqui. Fiquei triste por eles, tão triste no final."

O estudante de literatura Koco, 23, descreveu o filme como uma obra-prima, se dizendo "chocado pela pressão da política e da máquina nacional e pelo fato de que havia uma família envolvida, que tinha uma conexão muito forte entre seus membros".

Isabella, 23, mestranda em linguística, destacou "o poder de uma mulher para sustentar a família inteira num cenário catastrófico, de tentar tornar tudo pacífico e calmo".

"O filme me deu uma aula de história do Brasil", disse Celia, também 23, estudante de jornalismo, sublinhando a demora para saber sobre a morte do marido e pai. "Contar a verdade seria mais humanitário, mas o governo então não pensou nisso."

A produção entra em circuito comercial no próximo dia 16. A distribuidora chinesa Hishow busca viabilizar uma apresentação para os dois dias em que o presidente Lula estará na China, 12 e 13 de maio.

"O mercado cinematográfico chinês é conhecido por suas barreiras de o, como as cotas de importação, a necessidade de aprovação pelas autoridades de censura e a intensa concorrência com produções locais", conta a diplomata brasileira Bárbara Policeno.

A embaixada em Pequim começou em dezembro o trabalho para a chegada do filme aos cinemas, que vai acontecer como resultado de acordo com a Hishow. "Contar com uma distribuidora chinesa é fundamental", aconselha.

Avalia que a aceitação de "Ainda Estou Aqui" pode aumentar a abertura aos títulos do Brasil. A embaixada busca agora viabilizar outros filmes brasileiros e, até o fim do ano, uma mostra.

Na direção oposta, o distribuidor brasileiro Nelson Sato, que esteve no festival de Pequim do ano ado com uma comitiva organizada pelo Ministério da Cultura, adquiriu dois filmes para exibir no Brasil.

A comédia "Detetive Chinatown", com participação de Chow Yun-Fat e John Cusack, segunda maior bilheteria deste ano na China, deve entrar em cartaz no próximo dia 15.

A ficção científica "Terra à Deriva 2", blockbuster de 2023 baseado no escritor Liu Cixin, estrelado por Wu Jing e com uma astronauta brasileira feita por Daniela Tassy, estreia em 5 de junho.

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