CINEMA

"Homem com h", cinebiografia de Ney Matogrosso, é fascinante

Longa que estreia nesta quinta (1º /5) tem atuação brilhante de Jesuíta Barbosa, intérprete do protagonista. Roteiro destaca seu compromisso com a liberdade

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Um filme sobre liberdade – a de ser quem se é e de fazer só o que se quer, sem se dobrar a nenhuma autoridade ou a qualquer tipo de opressão. Em linhas gerais, essa é a mensagem que carrega “Homem com h”, a cinebiografia de Ney Matogrosso escrita e dirigida por Esmir Filho e estrelada por Jesuíta Barbosa que estreia nesta quinta-feira (1°/5) nos cinemas. O longa acompanha a intensa trajetória do artista, desde a infância até sua consagração.

O roteiro é dividido em agens importantes da trajetória de Ney, ancorado em algumas de suas principais performances e turnês. Durante a infância e a adolescência, Ney de Souza Pereira morou com os pais e irmãos em Bela Vista (MS). Os embates com o pai (Rômulo Braga), militar, que insistia em que o menino “virasse homem”, o levaram a se afastar da família e acabaram por moldar sua personalidade e firmar suas escolhas. 

Esmir Filho conta que o projeto da cinebiografia chegou às suas mãos por um convite da produtora Paris Entretenimento. “Eles me chamaram para roteirizar e dirigir, com total liberdade para propor o recorte que eu quisesse, porque, claro, uma vida inteira não cabe em um filme”, diz. A partir daí, ele mergulhou na discografia de Ney, em livros sobre ele e em vídeos e clipes disponíveis na internet. 

Ele conta que “uma coisa que impulsionou a escrita do roteiro foi a relação complexa do Ney com seu pai, a maior figura de autoridade que já enfrentou, como ele mesmo diz; as escolhas que fez para contrariar suas vontades e que o moveram nesse desejo de ser artista. Esse é o ponto de partida do filme”. 

Ditadura

O enredo gira em torno da luta do protagonista contra as figuras de autoridade, ando por vários obstáculos para conquistar a liberdade. Ao retratar o período da ditadura militar, “Homem com h” mostra que a vida de Ney está conectada com a história de um Brasil cercado pela opressão, mas que aspira à liberdade. Resistindo a toda forma de repressão da família e da sociedade, incluindo pessoas próximas, Ney desafiou preconceitos e inaugurou um estilo próprio. 

“Pensei em músicas cujas letras e versos dialogassem com o que ele estava vivendo naquele momento. Ney sempre escolhe o que ele canta e, ao fazer isso, amplia o significado da canção, torce os sentidos. Essa é a beleza de um artista que canta com o corpo, com expressão e dramaticidade”, afirma o diretor e roteirista. 

As músicas são, dessa forma, a coluna vertebral do roteiro, ao mesmo tempo em que são portais para que o espectador entre em determinada história da vida do artista, segundo o diretor. Além de pesquisas sobre a vida do artista, Esmir Filho teve muitas conversas com Ney. 

“Ouvi-lo me deixava inebriado porque, enquanto ele estava contando suas histórias, eu estava pensando em como ele contava, as pausas que usava, porque isso também era o personagem. Eu tinha que me familiarizar com essa voz do personagem, então foi uma pesquisa dupla. Na medida em que ia conhecendo situações da vida do Ney por sua própria voz, eu imaginava qual era o sentimento por trás de cada cena. Essa fonte de realidade me ajudou muito, foi o lugar mais inspirador”, comenta. 

Ele diz que o principal desafio de realizar a cinebiografia de um artista tão popular e de trajetória tão longa foi transformar uma pessoa da vida real em personagem. “Isso implica apresentar seu universo, desenhar as forças do antagonismo que servem de obstáculos para a vida do protagonista, que vai superá-los até chegar a um clímax e a uma resolução que leva a uma reflexão, um sentimento. Estruturar um roteiro assim depende de muitos elementos narrativos e dramatúrgicos”, diz. 


A força de “Homem com h” está no esmero com que é feito e na conjunção dos vários elementos que o compõem. Todo o elenco tem uma atuação de gala, especialmente Jesuíta Barbosa, que incorpora Ney, e Rômulo Braga, que faz o pai militar conservador, trancado em si mesmo. 

As reconstituições de época são minuciosas, com cenas que se am dos anos 1960 até a década de 1990, antes de culminar nos dias atuais. E a sincronia é perfeita entre a representação de Jesuíta e a voz de Ney, que gravou especialmente para o filme uma nova versão de “O mundo é um moinho”, com o violão de João Camarero, e “Réquiem para Matraga”, de Geraldo Vandré. 

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Ele também dublou Jesuíta Barbosa na cena em que o artista é “descoberto” enquanto cantava em um coral de Brasília. Todas as outras músicas são fonogramas de Ney dublados pelo ator. 


“HOMEM COM H”
(Brasil, 2025, 130 min.). Direção: Esmir Filho. Com Jesuíta Barbosa, Rômulo Braga, Jullio Reis, Hermila Guedes e Bruno Montaleone. Estreia nesta quinta-feira (1º/5) em salas do circuito Cineart, no UNA Cine Belas Artes e no Centro Cultural Unimed-BH Minas.

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