TELEVISÃO

Bipolaridade não é escolha, alerta Cláudia Abreu, a Filipa de 'Dona de mim'

Atriz chama a atenção para a importância do debate sobre saúde mental proposto por Rosane Svartman, autora da novela das sete da Globo

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Cláudia Abreu está de volta às novelas da Globo após nove anos. Em “Dona de mim”, ela interpreta Filipa, que enfrenta diversas frustrações e é diagnosticada com transtorno bipolar. Foi justamente a oportunidade de abordar o tema da saúde mental que a motivou a aceitar o convite para integrar o elenco da novela.

Atuar novamente ao lado de Tony Ramos, com quem já havia trabalhado em “Belíssima” (2005), também pesou na decisão. “Nunca perderia a oportunidade de contracenar com ele novamente. Tony é aquela luz da televisão, né? Ele também me faz rir, me desconcentra bastante”, conta. 

A atriz retorna à emissora após ter encerrado, em 2023, o contrato fixo que durou 37 anos. Seu vínculo agora é por obra e isso lhe dá liberdade, como revela nesta entrevista. 


O que fez você voltar às novelas após nove anos? Estava com saudades?

Estava. Nesses nove anos, trabalhei muito. Fiz séries, filmes, escrevi “Valentins” (série infantil), viajei e continuo viajando com o monólogo “Virgínia”, que conta a história da escritora britânica Virginia Woolf (1882-1941), e o espetáculo “Os mambembes”, adaptação da comédia de Artur Azevedo (1855-1908). Sempre encontrava pessoas que diziam: “Você precisa voltar a fazer novela”. Comecei a ouvir isso com maior frequência, e então vieram outros sinais. 


Quais sinais?

O chamado do diretor Allan Fiterman, amigo e parceiro com quem trabalhei em “Cheias de charme” (2012) e “Geração Brasil” (2014). Um convite dele é irresistível. 

A novela é escrita pela Rosane Svartman, de quem já vinha lendo algumas coisas, e, para completar, teria a chance de atuar com Tony Ramos. Nunca perderia a oportunidade de contracenar com ele novamente. Trabalhamos juntos em “Belíssima” (2005), talvez isso nunca mais acontecesse. Tony é aquela luz da televisão, né? Ele também me faz rir, me desconcentra bastante (risos). 


Quem é Filipa, sua personagem?

Ela é uma artista, uma pessoa solar e intensa. Carrega a frustração de não ter tido sucesso como atriz e cantora e também fracassou como mãe, porque estava tentando seguir a carreira artística. Não deu a atenção que deveria à filha, Nina (Flora Camolese), e também não se identifica muito com Sofia (Elis Cabral), a menina que chegou à vida dela com Abel (Tony Ramos). 

Filipa vive sentindo que não é validada. Está sempre procurando seu lugar no mundo, e isso traz uma certa instabilidade de humor. 


Filipa é bipolar? A personagem vai abordar a questão de saúde mental?

Sim, minha personagem é bipolar, e a Rosane propôs discutir saúde mental. Muita gente sofre por não ter um diagnóstico. Se for mulher, então, muitas vezes é chamada de maluca, histérica. Quando o diagnóstico vem, também chega com ele o estigma. 

A bipolaridade não é escolha, não é algo que a pessoa pode simplesmente controlar. E não é apenas sobre interpretar uma personagem divertida, alegre, que também pode ficar deprimida ou agressiva. É sobre ajudar o público a falar mais sobre esse transtorno de humor, que é muito mais comum do que a gente imagina. 

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Você encerrou o contrato com a Globo há dois anos e volta em outro formato, por obra. Essa é relação que você gosta de ter com a emissora?

Sempre quis ter liberdade. Também sempre tive uma relação maravilhosa com a Globo, de sair e voltar. Se observar a minha história, vai perceber que fiquei vários períodos sem fazer novelas, embora tenha feito muitas. E, justamente por isso, não tinha renovado. 

Escolhi ser livre, dona da minha carreira, da minha vida, e poder fazer muito cinema, teatro. Sempre tive um caminho natural de poder aproveitar as coisas que a vida me trazia e também aproveitar as coisas que a Globo me trazia. (Ana Cora Lima/Folhapress)

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