MÚSICA

Luedji Luna propõe "Um mar para cada um" em novo disco

Artista baiana diz que seu quarto álbum é "para quem gosta de música". Ela usou influências do sound healing para investigar a relação com o amor e carências 

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Em seu quarto disco de estúdio, “Um mar para cada um”, a baiana Luedji Luna renova a conexão com as águas para falar de amor.

Em busca de compreender suas carências e os motivos da busca pelo amor ao longo da vida, a artista mergulhou em terapias alternativas e no estudo de técnicas de sound healing – práticas que promovem a cura por meio de sons. O resultado está nas 11 faixas inéditas do álbum, que chega às plataformas nesta segunda (26/5).


“É um disco para quem gosta de música, um disco em que talvez a música seja até mais protagonista do que a poesia”, diz ela. Luedji busca mobilizar no ouvinte sentidos além da audição e que possam gerar uma sensação de bem-estar. A faixa “Gênesis”, que ocupa os quatro minutos iniciais, é dedicada apenas a um instrumental, executado por músicos baianos no piano, saxofone, bateria e contrabaixo.


Adepta do ThetaHealing, ela conta que 2024 foi um ano desafiador no campo das relações, especialmente com algumas amizades, e também na relação com o trabalho. Nesse contexto, “Um mar para cada um” representa um reencontro com sua essência. “Fiz esse disco pra mim. Pra retomar o meu gozo pela música. Agora ela voltou a ser só minha”, afirma.


“É natural nesse mercado, nessa indústria, a gente se deixar levar por ruídos que tiram um pouco o sentido do porquê você faz música. Me curei das ambições que nem eram minhas, das expectativas que não eram minhas, das pressas que não eram minhas”, completa.


Traumas


Segundo Luedji, este foi o disco que mais demorou a ficar pronto (mais de um ano). Ao procurar compreender por que sempre buscou o amor em dimensões que define como “oceânicas”, ela diz ter compreendido que “essa carência é fruto de traumas. Fruto de uma programação mental em uma sociedade machista e racista, que diz que há determinados corpos que não são dignos desse amor.”


“Concluo, no final dessas questões todas, que sou, sim, uma pessoa digna de ser amada; sou, sim, merecedora desse amor, porque sou um ser divino”, diz Luedji, que canta “Tenho tudo que eu posso/ Tudo que sonhei, eu sei”, em “Harém”, um dos pontos altos do disco, parceria com Liniker que lançou o elogiado “Caju” no fim do ano ado.


Vindas da mesma geração musical (Liniker lançou o primeiro disco em 2016, e Luedji, em 2017), as duas já haviam dividido palco, inclusive no Rock in Rio, mas não haviam gravado juntas. “Somos amigas pessoais, temos uma relação de muita troca. Meu público e o dela já esperavam por isso há tempos”, diz Luedji.


Grande parte das canções faz uso de imagens ligadas à água, especialmente nas faixas “Gamboa” e “Salty”, que trazem referências como “peixe”, “maré”, “mar”, “praia” e “oceano”.


Em “Joia”, a artista utiliza um sample de “Pérola negra”, canção escrita por Luiz Melodia (1951–2017) e eternizada na voz de Gal Costa (1945–2022). Já em “Kyoto”, que conta com a participação do trompetista japonês Takuya Kuroda, Luedji reflete sobre sua primeira viagem ao Japão, feita em 2023 para um show.


Com influências do jazz e do neo soul, o resultado é um disco elegante, sensorial e carregado de sensualidade. A escolha dos ritmos, segundo ela, foi guiada pelo que tem escutado recentemente. “Quero estar alinhada com as coisas que escuto.” Ela cita como referências a nigeriana Sade e o norte-americano John Coltrane (1926–1967).


O álbum se encerra com “Baby, te amo”, poema da pensadora e ativista do movimento negro Beatriz Nascimento (1942-1995), musicado por Luedji a pedido da filha da autora. Na faixa, Beatriz recita os próprios versos por meio de uma recriação feita com inteligência artificial. “Embora ela já tenha falecido há um tempo, essa tecnologia a trouxe para o presente”, aponta a cantora.


Luedji completou 38 anos ontem, 25 de maio. Ela avalia que o tempo lhe trouxe mais maturidade e autoconfiança. “O tempo e a maturidade vão entregando essa autoconfiança pra gente, inclusive essa segurança de fazer um disco superdisruptivo, livre e segura das minhas escolhas. Muito segura do que estou fazendo. Isso só a idade e o tempo podem trazer, mas vem com questões, com dúvidas. Não chega pronto, mas vem.”


“UM MAR PRA CADA UM”

Disco de Luedji Luna

11 faixas

Disponível nas plataformas digitais a partir desta segunda (26/5)

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