Música

Com Wilco e Nile Rodgers, C6 Fest, em São Paulo, encerra sua maior edição

Festival foi realizado durante quatro dias no Parque Ibirapuera. Programação ainda teve Air, Pretenders e jovens bandas indies

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São Paulo – Foi com um bailão, na melhor acepção da palavra, que a terceira edição do C6 Fest terminou na noite deste domingo(25/5), no Parque Ibirapuera. Diante de tamanho currículo, Nile Rodgers, guitarrista, produtor e compositor à frente do Chic, desfiou sua coleção milionária de hits numa festa para o corpo e a alma.

Com mais de 50 anos de serviços prestados para a música (em 72 de idade), Rodgers, comandando a superbanda de nove integrantes, emendou um hit no outro:“Let’s dance” (David Bowie), “Get lucky” e “Loose yourself to dance” (Daft Punk), “Notorius” (Duran Duran), afora os sucessos do Chic como “I want your love”, “Everybody dance”e “Good times”.

 

No gramado do parque, em frente ao imenso telão formado pelos próprios fundos do Auditório Ibirapuera, não havia ninguém parado. Festival como nenhum outro no país – grande (13 mil pessoas por dia, em média),mas longe de ser enorme; sem área vip e com uma programação para lá de diversa – o C6 Fest terminou sua maratona de quatro dias de shows em clima de festa.

Com as duas primeiras noites dedicadas ao jazz, exclusivamente no Auditório Ibirapuera, e o sábado e o domingo com o formato de festival no parque, o evento teve um público nitidamente maior do que o de 2024.

Teve muita banda jovem e inédita no Brasil, o que levou um público jovem. Nessa seara, um dos destaques foi o quinteto britânico The Last Dinner Party. Formado em 2021, já abriu para os Rolling Stones e Lana DelRey. É um indie dançante e divertido, tem uma pegada de drama, acentuado pela vocalista Abigail Morris, à frente de um grupo majoritariamente feminino. Para quem já ou dos 20, chamou a atenção mesmo com uma versão menos pulsante de “Call me”, do Blondie.

Ainda que traga atrações novidadeiras – outra diversão foi o English Teacher, também uma banda indie britânica comandada por uma vocalista –, o C6 aposta muito em nomes com muita história, relevância, mas que não fazem parte do arroz com feijão do cardápio de festivais.

Não há o que discutir que o grande show desta edição, e aquele que teve os fãs dedicados foi o Wilco. Foi sua terceira agem pelo Brasil – a primeira em quase uma década. O sexteto de Chicago comandado por Jeff Tweedy há 32 anos sabia que não havia tempo a perder.

Na hora e meia de show na tenda MetLife emendou uma música para outra, sem muito tempo para falar com o público – mas houve o momento em que Tweedy, sentindo a força da plateia, até brincou que deveria se mudar para o Brasil.

O Wilco tem um repertório enorme. Houve muitos hits – as delícias de acento folk “Jesus etc”, “Hummingbird” e “Either way” -, músicas obrigatórias como “Heavy metal drummer” e “I am trying to break your heart” – e ainda os momentos que fazem o fazem ser considerado a maior banda indie de rock do mundo.

A formação atual está junta desde 2004. Foi com a entrada de Nels Cline, um herói da guitarra ligado à fronteira entre o rock e a música de vanguarda e uma geração acima dos colegas de banda, que a sonoridade de camadas foi construída. Há grandes explosões instrumentais (como em “Via Chicago”) ou longas digressões hipnóticas (como em “Impossible ”), em que o guitarrista parece entrar num transe. De longe os melhores momentos de um show impecável, que terminou com o público “cantando o solo” de “Spiders”.

Isso foi só o domingo. O sábado (24/5) teve outro veterano de responsa. Abrindo a temporada deste ano da turnê que, desde 2024, celebra o 25.o.aniversário de “Moon safari” (1998), seu álbum de estreia, o duo Air fez o show mais concorrido do dia. É uma viagem no tempo e no espaço, que funciona mais para assistir de longe, dado o reforço imagético, amplificado pelo telão colocado.

De branco, dentro de uma estrutura da mesma cor, o multi-instrumentista Nicolas Godin e o mago dos sintetizadores Jean-Benoît Dunckel, aqui acompanhados pelo baterista Louis Delorme. O trio recriou, ao vivo, com uma grande variedade de instrumentos, o álbum que definiu a sonoridade de uma geração na música eletrônica.

É eletrônica, mas não necessariamente para dançar – “Sexy boy”, o hit que levou o Air às alturas tantos anos atrás, é o mais próximo de uma música de pista. Cada faixa leva a uma construção de climas, ora mais efusivos, ora estáticos. Mas hipnotiza, do início ao fim.“Moon safari” foi tocado na íntegra e na ordem.

No set final do show a banda tocou músicas de trabalhos posteriores, incluindo “Highschool lover”, da trilha do final “As virgens suicidas”(1999), de Sofia Coppola.

Imbatível do alto de seus 73 anos, Chrissie Hynde comandou outra viagem no tempo com os Pretenders. Com a voz como dantesm ela espalhou pelo show seus hits – “Back on the chain gang”, “Don’t get me wrong”, “Night in my veins”, além da popularíssima balada “I’ll stand by you”.

Acompanhada de um trio competente, onde se destaca o guitarrista James Walbourne, Hynde referendeu seu amor por São Paulo, cidade onde ou uma boa temporada muito tempo atrás. Nostálgico também, mas sem cheiro de mofo.

A repórter viajou a convite do C6 Bank  

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