O decreto de emergência sanitária anunciado ontem pelo governo de Minas Gerais tem caráter preventivo. A informação é da diretora geral do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), Luiza Castro, em entrevista coletiva nesta manhã, na Cidade istrativa.
A intenção do encontro com a imprensa foi tranquilizar a população após um foco de gripe aviária ter sido diagnosticada em Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
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Luiza explicou que o vírus da gripe aviária foi detectado em aves de vida livre que viviam em uma propriedade preservacionista localizado em uma rota de aves migratórias, o que indica que o sistema de vigilância sanitária está funcionando bem no estado.
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A diretora do IMA frisou que a identificação do vírus seria um problema se fosse em uma propriedade comercial. As medidas sanitárias que são tomadas servem justamente para evitar que o vírus alcance as granja comerciais, já que seria impossível controlar o fluxo de todas as aves livres.
Os trabalhadores da propriedade em que o foco da gripe aviária foi identificado, em Mateus Leme, estão sendo monitorados e não apresentaram sintomas. Foram instaladas barreiras sanitárias no local e os funcionários estão usando equipamentos de proteção individual. Além disso, as granjas do entorno serão investigadas.
Ainda que a situação da gripe aviária esteja sob controle em Minas Gerais, Luiza explicou que a emergência sanitária foi declarada para que o estado possa adotar recursos necessários para combater uma possível proliferação da doença, como adentrar propriedades, sanitizar veículos e adquirir equipamentos de proteção individual.
A veterinária Izabella Hergot, gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, garantiu que, até esta manhã, não existia qualquer outra notificação de gripe aviária no estado e que o vírus é comum em aves de vida livre.
Ela enumerou os trabalhos de monitoramento da gripe aviária: a investigação de casos suspeitos de Síndrome Respiratória e Nervosa (SRN) em aves domésticas; investigação de ventos excepcionais de mortalidade em aves domésticas; vigilância ativa em avicultura industrial; vigilância ativa em aves de subsistência em áreas de maior risco; o monitoramento em compartimentos livres de Influenza Aviária (IA) e Doença de Newcastle (DNC).
João Albanez, secretário de estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, falou sobre o impacto do embargo de diversos países à carne de frango brasileira. Ele citou um levantamento feito pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) que indicou que, na primeira quinzena de maio, as importações de carne de frango caíram somente 2%. Para Albanez, a queda discreta se dá devido ao reconhecimento da qualidade do produto e da eficiência do sistema de segurança sanitária do Brasil por parte do mercado internacional.
O secretário pontuou que o Brasil foi o último dos países do mundo com avicultura significativa a registrar casos da gripe aviária e que Minas Gerais a um bom momento na venda de proteína, com aumento de 10% do volume, devido à grande demanda mundial.
Poliana Lopes, secretária adjunta de Saúde, afirmou que não existe risco do ser humano contrair a gripe aviária ao consumir carne e ovos de frango. Sobre a recomendação de consumir esses alimentos bem cozidos, ela explica que isso é válido para qualquer alimento, evitando, por exemplo, a intoxicação por Salmonella. No entanto, não existe comprovação de contágio de gripe aviária pela ingestão de carne ou ovo mal cozidos.
O contágio da gripe aviária é feito pelo contato direto com as aves que possuem o vírus. Por esse motivo, é essencial que os trabalhadores de granja usem equipamentos de proteção individual. Se alguém encontrar uma ave morta, a recomendação é não encostar no animal e notificar a autoridade sanitária.