O governo brasileiro está diante de um grande desafio para garantir o financiamento do programa social Pé-de-Meia, que busca incentivar a permanência dos estudantes nas escolas. Apesar dos esforços para cortar gastos, as medidas adotadas até agora não são suficientes para cobrir integralmente as despesas do programa.
A equipe econômica segue ajustando o orçamento para viabilizar essa iniciativa, mas ainda há obstáculos a serem superados. O senador Ângelo Coronel, relator do orçamento de 2025, deve receber um ofício do governo detalhando as medidas necessárias para remanejar recursos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA).
O governo pode aumentar os gastos para bancar o programa?
Para financiar o Pé-de-Meia, o governo precisa respeitar o limite de despesas imposto pelo arcabouço fiscal. Atualmente, as regras permitem que os gastos cresçam até 70% do aumento real das receitas do ano anterior, com uma variação entre 0,6% e 2,5% acima da inflação. Isso significa que o governo não pode simplesmente elevar os gastos, mas precisa redistribuir os recursos disponíveis.
O pacote de cortes anunciado no início do ano gerou uma economia significativa, mas ainda não cobre totalmente as necessidades do programa. Estima-se que o Pé-de-Meia demande cerca de R$ 12 bilhões, enquanto o Vale-Gás precise de aproximadamente R$ 3 bilhões. A equipe econômica segue refinando os cálculos para definir o impacto dessas medidas no orçamento.

Governo pode usar dinheiro parado para financiar o Pé-de-Meia
Além do remanejamento de verbas, uma das alternativas em discussão é a liberação de restos a pagar. Um projeto em tramitação no parlamento propõe estender até 2026 o prazo para a utilização desses valores, permitindo a reativação de recursos cancelados entre 2019 e 2022.
O deputado Danilo Forte, relator do projeto, incluiu uma cláusula que coloca o Tribunal de Contas da União (TCU) como responsável por fiscalizar possíveis irregularidades nos pagamentos. Essa medida visa garantir que o dinheiro seja aplicado de maneira transparente e eficiente, evitando o uso indevido dos recursos.
Quais são os desafios para manter o equilíbrio fiscal?
O governo enfrenta o desafio de conciliar os gastos sociais com a necessidade de manter o equilíbrio das contas públicas. A realocação de recursos e a liberação de restos a pagar são estratégias importantes, mas não resolvem completamente a questão fiscal do país.
A equipe econômica precisa encontrar um meio-termo entre atender às demandas sociais e respeitar os limites orçamentários. Qualquer decisão terá impacto direto na estabilidade financeira e no crescimento econômico a longo prazo.
O que esperar dos próximos os?
À medida que o governo avança com as negociações, será fundamental monitorar os impactos econômicos e sociais das decisões tomadas. Transparência e responsabilidade fiscal serão essenciais para garantir que o programa Pé-de-Meia atinja seus objetivos sem comprometer a saúde financeira do país.
A expectativa é que novas medidas sejam anunciadas em breve para complementar as estratégias já apresentadas. Enquanto isso, o cenário econômico segue incerto, e qualquer ajuste fiscal exigirá um planejamento detalhado para evitar prejuízos futuros.