O Brasil volta a sentir no bolso os efeitos do clima. Desde abril de 2025, a bandeira amarela está em vigor no sistema de tarifas de energia elétrica, elevando em R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. O motivo? A chegada do período seco e a consequente queda no nível dos reservatórios das hidrelétricas, que ainda são responsáveis por mais de 60% da energia gerada no país.
Com a baixa nas chuvas e o aumento no uso de usinas termelétricas — mais caras e poluentes —, o custo de produção de energia sobe, e o reflexo disso já aparece nas contas residenciais.
O que é a bandeira amarela e por que ela foi acionada?
Criado em 2015 pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o sistema de bandeiras tarifárias funciona como um semáforo para alertar os consumidores sobre o custo real da geração de energia. Quando a produção é favorável, com muita água nos reservatórios, a bandeira é verde e não há cobrança extra. Mas, em períodos críticos, entram em cena as bandeiras amarela e vermelha, sinalizando aumento no custo.
A bandeira amarela atual reflete o início do período seco no Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, que concentram os principais reservatórios. Com a previsão de chuvas abaixo da média até julho, o governo já ite que a situação pode se agravar.
Qual o impacto da bandeira amarela na conta de luz?
O valor adicional da bandeira pode parecer pequeno, mas impacta diretamente o orçamento doméstico, principalmente para famílias de classe média e baixa. Veja alguns exemplos:
- 200 kWh/mês: acréscimo de R$ 3,77
- 350 kWh/mês: acréscimo de R$ 6,60
- 500 kWh/mês: acréscimo de R$ 9,43
Lembre-se: esse valor é acumulativo e se soma a outros encargos, como impostos, taxas e contribuições municipais. Ou seja, qualquer desperdício de energia vira custo real no fim do mês.

Como economizar energia e evitar sustos na conta?
A boa notícia é que economizar energia está ao alcance de qualquer pessoa, com pequenas mudanças no dia a dia:
- Na cozinha: use a geladeira com eficiência, evite abrir a porta repetidamente e desligue micro-ondas e cafeteiras da tomada.
- No banho: reduza o tempo no chuveiro e prefira a posição “verão”.
- Na lavanderia: lave e e roupas em grandes quantidades de uma vez só.
- Nos aparelhos: desligue TVs, computadores e carregadores da tomada quando não estiverem em uso.
- Na iluminação e climatização: aproveite a luz natural e opte por lâmpadas LED. Prefira ventiladores ao ar-condicionado sempre que possível.
O que esperar nos próximos meses?
Se a estiagem se mantiver e os níveis dos reservatórios continuarem a cair, bandeiras vermelhas podem ser acionadas, encarecendo ainda mais a tarifa de energia. A Aneel já estuda revisões nas metas de segurança energética para os próximos meses e alerta que o monitoramento será constante.
Portanto, o momento é de atenção redobrada e consumo consciente. Com medidas simples, é possível reduzir o impacto financeiro e ajudar na preservação dos recursos hídricos do país.