As mudanças climáticas têm se tornado uma preocupação crescente em todo o mundo, e Minas Gerais não é exceção. Nos últimos anos, o estado tem experimentado um aumento significativo nas temperaturas, acompanhado por eventos climáticos extremos. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Minas Gerais está entre os estados brasileiros que mais esquentaram nas últimas duas décadas, com um aumento médio de 1,1°C.
Este aquecimento não se limita apenas a longos períodos de calor. Belo Horizonte, a capital do estado, registrou um aumento de temperatura de 4,23°C acima da média nos últimos anos. Além disso, 2024 foi considerado o ano mais quente já registrado no planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), e Minas Gerais seguiu essa tendência global.
Como as anomalias de temperatura afetam Minas Gerais
Para entender melhor o aumento das temperaturas, os cientistas utilizam o conceito de anomalias de temperatura. Este método permite observar as diferenças entre a temperatura média de um local em um determinado período e uma média histórica. Em Minas Gerais, as anomalias indicam um aumento de até 2°C em comparação com o período de 1981 a 2010.
Estudos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) revelam que das 20 cidades brasileiras que mais esquentaram, 18 estão localizadas em Minas Gerais, especialmente no Vale do Jequitinhonha. Este aumento nas temperaturas tem implicações significativas para o clima e a qualidade de vida no estado.

Quais são as causas do aumento de temperatura em Minas Gerais
Pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que a expansão urbana desordenada e a redução de áreas verdes são fatores que contribuem para o aumento das temperaturas. Em 2023, por exemplo, Belo Horizonte perdeu 7.326 árvores, o que agrava o problema do calor urbano.
Além disso, o desmatamento da Mata Atlântica e do Cerrado tem sido um problema persistente. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que Minas Gerais lidera a destruição desses biomas no Brasil. A combinação de desmatamento e urbanização descontrolada resulta em um ambiente mais propenso a eventos climáticos extremos.
O que pode ser feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas
O Nacional de Mudanças Climáticas (IPCC) projeta que, sem ações de mitigação, a temperatura média em Belo Horizonte pode aumentar em 3°C até 2050. Para evitar esse cenário, é crucial implementar políticas de replanejamento urbano que priorizem áreas verdes e permeáveis.
Especialistas sugerem que medidas locais, como a preservação de áreas verdes e a promoção de práticas sustentáveis, podem ajudar a reduzir os impactos das mudanças climáticas. A ambientalista Jeanine Oliveira destaca a importância de ações locais para mitigar os efeitos globais das mudanças climáticas.