Com o avanço da tecnologia, as ameaças cibernéticas também evoluíram, tornando-se cada vez mais sofisticadas e difíceis de identificar. A Inteligência Artificial (IA) tem desempenhado um papel crucial nesse cenário, permitindo a criação de vozes clonadas, vídeos falsificados e mensagens simuladas que parecem extremamente realistas. Esses desenvolvimentos não apenas visam roubar dados e dinheiro, mas também afetam a privacidade e a confiança no ambiente digital.
Segundo dados de uma pesquisa realizada pelo DataSenado em 2024, mais de 40 milhões de pessoas foram vítimas de crimes cibernéticos, resultando em perdas financeiras significativas. Especialistas como Allan Costa, pós-doutor em Segurança Cibernética, destacam que os golpes baseados em IA evoluíram rapidamente, transformando-se em estratégias de engenharia social automatizada.
Quais são as principais ameaças cibernéticas baseadas em IA?
As ameaças cibernéticas modernas podem ser categorizadas em quatro principais tipos: deepfakes de voz e vídeo, chatbots maliciosos, phishing inteligente e geração de documentos falsos. Cada uma dessas categorias utiliza a IA de maneiras inovadoras para enganar as vítimas.
- Deepfakes: essa tecnologia permite que criminosos imitem com precisão a voz de indivíduos, facilitando fraudes bancárias e extorsões.
- Chatbots Maliciosos: utilizando modelos de linguagem avançados, esses chatbots simulam interações humanas em redes sociais, enganando usuários em tempo real.
- Phishing Inteligente: a IA analisa padrões de escrita e comportamento digital para criar mensagens fraudulentas personalizadas, conhecidas como spear phishing.
- Documentos Falsos: ferramentas generativas produzem documentos forjados com detalhes precisos, dificultando a detecção sem perícia especializada.

Como se proteger de golpes cibernéticos?
A proteção contra essas ameaças exige uma abordagem multidisciplinar e constante atualização. Algumas práticas recomendadas incluem:
- Verificação Multifatorial (MFA): não confie apenas em voz ou mensagens para autorizar transações. A autenticação em dois fatores deve ser um padrão.
- Educação Digital: usuários devem ser treinados para reconhecer sinais de manipulação digital, como atrasos em chamadas de vídeo ou incoerências de linguagem.
- Uso de Antivírus com IA: ferramentas modernas de segurança já incorporam detecção comportamental baseada em IA para identificar anomalias.
- Desconfiança Inteligente: adote uma postura crítica ao receber mensagens emocionais ou urgentes, mesmo de fontes confiáveis.
O que fazer em caso de golpe?
Se um golpe ocorrer, é crucial agir rapidamente. A primeira orientação é manter a calma e preservar evidências, como prints e e-mails. Em seguida, deve-se registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia especializada em crimes cibernéticos. Além disso, é importante comunicar o banco, alterar senhas e alertar contatos em casos de vazamento de dados ou perfis clonados.
Para fortalecer o combate aos crimes digitais, iniciativas como o projeto SEC365, coordenado por Allan Costa, oferecem e técnico e educação sobre fraudes digitais e crimes cibernéticos. Essas ações são fundamentais para aumentar a conscientização e a proteção contra ameaças cibernéticas.