Nos últimos anos, a comunidade científica tem expressado preocupações crescentes sobre o potencial impacto das tempestades solares extremas na infraestrutura global. Especialistas alertam que até o final de 2025, um aumento significativo na atividade solar pode desencadear eventos que afetam profundamente as comunicações e redes elétricas em todo o mundo.
As tempestades solares são causadas por explosões na superfície do Sol que lançam massa coronal em direção à Terra. Quando essas partículas carregadas interagem com o campo magnético do planeta, podem resultar em tempestades geomagnéticas, capazes de interromper sistemas de comunicação e causar danos a instalações elétricas.
Como funcionam as tempestades solares?
Durante uma emissão de massa coronal (EMC), o sol libera grandes quantidades de gás ionizado a temperaturas extremamente altas. Este fenômeno ocorre na coroa solar e, ao atingir a terra, pode desencadear tempestades geomagnéticas. Estas tempestades são conhecidas por afetar satélites, redes de energia e até mesmo a internet.
O ciclo solar, que dura aproximadamente 11 anos, a por fases de atividade mínima e máxima. Durante o máximo solar, a atividade do sol é mais intensa, aumentando a probabilidade de tempestades solares significativas. Cientistas monitoram manchas solares e erupções para prever esses eventos com antecedência, geralmente de dois a quatro dias antes.
Quais são os riscos para a infraestrutura?
O impacto potencial de uma tempestade solar extrema é significativo. Em 1859, um evento conhecido como a “Tempestade de Carrington” causou falhas em sistemas telegráficos em todo o mundo. Hoje, a dependência da internet e de redes elétricas torna a sociedade ainda mais vulnerável a tais eventos.

Especialistas alertam que uma supertempestade solar poderia “fritar” sistemas eletrônicos delicados, resultando em interrupções que poderiam durar semanas ou até meses. Governos e empresas teriam apenas alguns dias para tomar medidas preventivas após a detecção de uma EMC potente.
O que está sendo feito para mitigar os efeitos?
Pesquisadores, como o professor Peter Becker da Universidade George Mason, estão desenvolvendo sistemas de alerta para prever tempestades solares perigosas. Esses sistemas visam oferecer tempo suficiente para que medidas preventivas sejam implementadas, minimizando os danos potenciais.
No entanto, os desafios permanecem. Os sistemas de aterramento, por exemplo, podem não ser suficientes para proteger a infraestrutura. A condução de correntes indutivas para a superfície da terra pode, na verdade, aumentar o risco de danos.
O futuro da preparação para tempestades solares
Com a crescente dependência da tecnologia, a preparação para tempestades solares se torna cada vez mais crucial. As previsões indicam que há uma chance de 10% de um evento solar significativo ocorrer na próxima década, o que poderia causar danos substanciais à infraestrutura global.
É essencial que governos, empresas e instituições científicas continuem a investir em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de mitigação. A colaboração internacional será fundamental para garantir que a sociedade esteja preparada para enfrentar os desafios impostos por tempestades solares extremas.