O sal é um dos ingredientes mais utilizados na culinária mundial, mas frequentemente visto como um vilão quando o assunto é saúde. Entretanto, o médico cardiologista e nutrólogo Dr. Lair Ribeiro trouxe um ponto de vista diferente em uma de suas falas nas redes sociais: o problema não está no sal em si, mas no tipo de sal que consumimos.
Segundo Dr. Ribeiro, o sal refinado, amplamente utilizado no Brasil, a por um processo de industrialização que retira praticamente todos os seus minerais naturais, deixando apenas o cloreto de sódio. Por outro lado, o sal integral, como o sal rosa do Himalaia, contém 82 minerais essenciais, como magnésio, potássio, cálcio e ferro, que são fundamentais para o bom funcionamento do organismo.
A fala do especialista reflete uma preocupação crescente na comunidade médica com o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, incluindo o sal refinado, e a importância de buscar alternativas mais naturais. O Ministério da Saúde alerta que o consumo excessivo de sódio, principalmente de fontes industrializadas, está relacionado a doenças como hipertensão, problemas cardiovasculares e insuficiência renal (Ministério da Saúde).
O que é o sal integral e como ele difere do sal refinado
O sal integral é obtido diretamente da evaporação da água do mar ou de minas de sal, sem ar pelo processo industrial que remove os minerais. Ele preserva sua composição natural e, por isso, é rico em diversos nutrientes. Um exemplo popular é o sal rosa do Himalaia, extraído de minas no Paquistão, que recebe sua cor característica devido à presença de óxidos de ferro.
Já o sal refinado é submetido a processos de branqueamento e refinamento, onde são retirados os minerais naturais e adicionadas substâncias químicas, como antiumectantes. O resultado é um produto composto praticamente apenas de cloreto de sódio. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o sal refinado utilizado no Brasil é obrigatório conter iodo, como política de saúde pública para prevenir doenças relacionadas à deficiência desse nutriente, como o bócio.
Entretanto, Dr. Lair Ribeiro alerta que, embora o iodo seja importante, o excesso de sódio e a falta de outros minerais no sal refinado podem gerar desequilíbrios no organismo.
Os 82 minerais presentes no sal rosa do Himalaia
O sal rosa do Himalaia é frequentemente apontado como uma das melhores fontes naturais de minerais. Segundo Dr. Ribeiro, ele contém 82 minerais essenciais em pequenas concentrações, que desempenham funções importantes no corpo. Entre eles:
- Magnésio: ajuda a regular a função muscular e nervosa, o nível de açúcar no sangue e a pressão arterial.
- Cálcio: fundamental para a saúde óssea e dentária.
- Potássio: essencial para a contração muscular, transmissão de impulsos nervosos e equilíbrio hídrico.
- Ferro: componente chave da hemoglobina, que transporta oxigênio no sangue.
Estudos como os publicados na National Library of Medicine (NIH) sugerem que a deficiência desses minerais está associada a diversos problemas de saúde, incluindo fadiga, fraqueza muscular, osteoporose e até arritmias cardíacas.
Benefícios do sal integral para a saúde
Dr. Lair Ribeiro argumenta que o consumo moderado de sal integral pode trazer benefícios significativos para a saúde, como:
- Melhor regulação da pressão arterial, pois minerais como o potássio ajudam a equilibrar os efeitos do sódio.
- Contribuição para o equilíbrio ácido-base no organismo, fundamental para o funcionamento de enzimas e processos metabólicos.
- Reforço no sistema imunológico, com minerais como o zinco e o selênio presentes no sal integral.
- Prevenção de cãibras e fadiga muscular, devido ao conteúdo de magnésio.
Por outro lado, o Ministério da Saúde reforça que, independentemente do tipo de sal, o consumo diário não deve ultraar 5 gramas (cerca de uma colher de chá), para evitar riscos à saúde cardiovascular.
Como consumir o sal integral de forma segura
Embora o sal integral seja mais nutritivo, Dr. Lair Ribeiro orienta que ele deve ser usado com moderação. O ideal, segundo ele, é substituir o sal refinado pelo sal integral no preparo de alimentos, mas sem aumentar a quantidade total consumida.

Além disso, é importante ler os rótulos e verificar se o sal adquirido é realmente integral, sem adição de aditivos químicos. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) também alerta que o consumo exagerado de qualquer tipo de sal pode aumentar a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares.