Você já se sentiu sozinho mesmo cercado de pessoas? Ou escolheu estar só e sentiu paz? A resposta está na diferença entre solidão e solitude — dois estados parecidos na aparência, mas com impactos opostos na saúde mental. O tema foi abordado em profundidade no programa CNN Sinais Vitais, com o doutor Roberto Kalil, e trouxe à tona reflexões poderosas de especialistas como a Monja Coen e a psicóloga Dorli Kamkhag, da USP.
Solitude é escolha e autocuidado, diz Monja Coen
Em sua participação, a líder espiritual Monja Coen foi direta:
“Solitude é quando a gente escolhe estar só.”
Essa escolha, segundo ela, está associada a momentos de reflexão, meditação, estudo e autoconhecimento. A solitude é um silêncio interno que cura, fortalece e reconecta a pessoa com sua essência — algo cada vez mais raro num mundo barulhento e hiperconectado.
A ciência confirma os benefícios da solitude
A psicóloga Dorli Kamkhag reforça:
“A solitude é muito bem vivida. É fundamental para saber o que queremos e quem somos.”
Estar só por decisão própria permite reorganizar pensamentos, regular emoções e desenvolver inteligência emocional. Estudos recentes mostram que pessoas que praticam solitude têm mais clareza mental, melhor desempenho criativo e maior equilíbrio emocional.
O lado sombrio da solidão crônica
Mas nem toda ausência de companhia é saudável. A solidão — quando não é escolhida — tem efeitos devastadores. “A solidão causa tristeza e dizem até que causa problemas cardíacos”, alertou Monja Coen. E ela não está sozinha: pesquisas médicas apontam que o isolamento social crônico aumenta os riscos de doenças cardiovasculares, depressão, ansiedade e até mortalidade precoce.
Quando estar só se torna um perigo silencioso
A solidão costuma se transformar em um ciclo vicioso: quanto mais a pessoa se sente sozinha, mais tende a se isolar — prejudicando relações sociais e sua saúde mental. A sensação de desconexão, mesmo em ambientes cheios, é um sinal de alerta que não deve ser ignorado. A busca por ajuda é essencial.

Relações humanas são remédio contra a solidão
Para combater os males da solidão, é preciso investir em conexões reais. Participar de atividades sociais, cultivar amizades verdadeiras e, se necessário, procurar apoio psicológico são atitudes que podem salvar vidas. A tecnologia nos aproxima, mas é o contato humano que cura.
Aprender a estar só é tão importante quanto saber estar com os outros
Em um mundo cada vez mais conectado — mas paradoxalmente isolado — compreender a diferença entre solidão e solitude é mais do que uma questão filosófica: é uma necessidade de saúde pública. Escolher a solitude fortalece. Ser consumido pela solidão, adoece. Saber reconhecer essa linha tênue pode transformar sua relação consigo mesmo e com o mundo.