Uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) resultou na desarticulação de uma organização criminosa envolvida em golpes do bilhete premiado. A ação, realizada em 8 de abril de 2025, revelou que pelo menos quatro pessoas, com idades entre 60 e 84 anos, foram vítimas do esquema, acumulando um prejuízo de R$ 3 milhões. A investigação trouxe à tona o modus operandi sofisticado dos golpistas, que exploravam a boa-fé das vítimas.
Os criminosos abordavam as vítimas fingindo ser pessoas humildes que não conseguiam sacar o valor de um suposto prêmio de loteria. O golpe começava com a apresentação de um falso bilhete premiado, seguido por um pedido de ajuda para receber a quantia em dinheiro. Um segundo golpista surgia em cena, sugerindo que ele e a vítima ajudassem o “ganhador”, prometendo dividir o prêmio entre os três.
Como funcionava o golpe do bilhete premiado para enganar as vítimas?
O esquema envolvia a apresentação de um bilhete de loteria falso, com um valor de prêmio que chegava a R$ 24 milhões. Os golpistas levavam a vítima a um banco, onde um dos comparsas aparecia com uma sacola de dinheiro falso. A vítima recebia o bilhete e os dados bancários dos criminosos como garantia de que pagaria a quantia acordada. Posteriormente, as vítimas eram pressionadas a transferir dinheiro aos golpistas para receber sua parte do prêmio.
Em muitos casos, as vítimas sacavam grandes quantias diariamente, chegando a vender imóveis e enfrentar dificuldades financeiras. O golpe era bem orquestrado, com os criminosos mantendo contato constante para assegurar que as vítimas continuassem a transferir dinheiro.

Quais foram as consequências devastadoras para as vítimas do esquema?
As vítimas do golpe do bilhete premiado enfrentaram consequências financeiras devastadoras. Algumas chegaram a sacar R$ 50 mil por dia, enquanto outras venderam propriedades para atender às exigências dos golpistas. A pressão psicológica e o estresse financeiro deixaram marcas profundas, com muitas vítimas preferindo não se identificar devido ao constrangimento e à vergonha.
O relato de um parente de uma das vítimas descreve como a abordagem inicial parecia inofensiva, com uma mulher humilde pedindo ajuda para chegar a um local. A situação rapidamente evoluía para um cenário em que a vítima era levada a acreditar que poderia ganhar uma fortuna, desde que contribuísse com uma quantia inicial.
Como foi a operação policial e a apreensão de bens adquiridos pelos golpistas?
A operação da PCDF culminou na prisão de quatro golpistas, incluindo dois homens e uma mulher. Além das prisões, a polícia apreendeu diversos carros de luxo pertencentes aos criminosos, incluindo dois Porsches, um Jaguar, um Ford Fusion, um Hyundai Creta, uma Mercedes e um Dodge Journey. Os veículos foram levados para o pátio da 11ª Delegacia de Polícia, onde as investigações continuam.
As autoridades destacaram a importância de denunciar atividades suspeitas e alertar a população sobre golpes semelhantes. A operação não apenas desmantelou uma organização criminosa, mas também serviu como um lembrete da necessidade de cautela ao lidar com promessas de ganhos fáceis. Além disso, a operação levou a novas investigações que estão revelando outros envolvidos no esquema, mostrando a amplitude da rede de fraudes.