O excesso de açúcar na alimentação infantil é uma preocupação crescente entre médicos e especialistas em saúde pública. Em vídeo publicado em seu Instagram oficial (@imariannamagri), a Dra. Marianna Magri (CRM 182375), médica e criadora do Método Magri, faz um alerta direto: “Quem come muito açúcar vive estressado e sem paciência — inclusive as crianças”.
Com linguagem clara e baseada na prática clínica, a médica explica que uma dieta rica em açúcar não afeta apenas o peso, mas também o comportamento, o humor e a capacidade de concentração das crianças. O impacto vai além do físico: afeta diretamente o emocional e o desempenho escolar.
Qual a relação entre açúcar e comportamento infantil?
A Dra. Marianna afirma que o consumo excessivo de açúcar está associado à irritabilidade e à perda de paciência — tanto em adultos quanto em crianças. Isso acontece porque o açúcar provoca picos rápidos de glicose no sangue, seguidos por quedas bruscas, o que pode gerar agitação, impulsividade e até episódios de ansiedade.
Estudos confirmam que alterações no índice glicêmico impactam diretamente neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, responsáveis pela regulação do humor. Crianças que ingerem grandes quantidades de açúcar tendem a oscilar emocionalmente com mais frequência, demonstrando sinais de estresse, impaciência e dificuldade em lidar com frustrações simples.
O açúcar pode afetar a capacidade de aprendizado?
Sim. Segundo a Dra. Magri, o consumo exagerado de açúcar pode comprometer funções cognitivas importantes, como atenção, memória e raciocínio. Isso prejudica diretamente o aprendizado, dificultando a concentração em sala de aula e a assimilação de conteúdos.
A explicação está no efeito inflamatório e energético do açúcar no sistema nervoso central. Uma alimentação desbalanceada, rica em açúcar refinado, interfere na plasticidade cerebral e na estabilidade dos níveis de energia, o que impacta o rendimento escolar. A Sociedade Brasileira de Pediatria já reconhece que hábitos alimentares inadequados são um dos fatores que prejudicam o desempenho acadêmico infantil.
Existe uma quantidade segura de açúcar para crianças?
Sim. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que crianças e adultos consumam no máximo 10% das calorias diárias provenientes de açúcares livres — idealmente, menos de 5%. Isso equivale a cerca de 25 gramas (ou 6 colheres de chá) por dia. Entretanto, muitos produtos industrializados destinados ao público infantil excedem essa quantidade com facilidade.
A Dra. Marianna reforça que o problema não está apenas no açúcar de mesa, mas também nos alimentos ultraprocessados: biscoitos recheados, sucos de caixinha, cereais adoçados e refrigerantes. É importante ler os rótulos e evitar alimentos com nomes como xarope de glicose, maltodextrina e açúcar invertido, que também são formas de açúcar.
Como reduzir o açúcar da alimentação das crianças?
A orientação da Dra. Magri é começar pela substituição gradual dos alimentos industrializados por opções naturais. Frutas, alimentos integrais e lanches caseiros são aliados poderosos. Além disso, é fundamental não utilizar o açúcar como recompensa ou consolo emocional, prática comum que reforça a dependência e o vínculo afetivo com o doce.

Outra dica é envolver a criança no preparo dos alimentos e educá-la sobre os efeitos do açúcar no corpo. Essa abordagem, quando feita com leveza e informação, ajuda na formação de hábitos saudáveis e na autonomia alimentar desde cedo.
Fontes oficiais e instituições confiáveis
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/pt
- Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): https://www.sbp.com.br
- Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz): https://portal.fiocruz.br
Essas entidades fornecem diretrizes científicas sobre alimentação infantil, consumo de açúcar e saúde comportamental em crianças.
Como o açúcar influencia o futuro das crianças?
A alimentação na infância forma a base da saúde física e emocional na vida adulta. Como lembra a Dra. Marianna Magri, “crianças que consomem muito açúcar não apenas ficam mais estressadas — elas têm mais dificuldade para aprender e se desenvolver plenamente”.
Reduzir o açúcar não é proibir o prazer, mas ensinar moderação e autocuidado desde cedo. Com escolhas conscientes e hábitos saudáveis, é possível formar uma geração mais tranquila, concentrada e saudável — por dentro e por fora.