A Coca-Cola zero é frequentemente associada a estratégias de emagrecimento por conter zero calorias. Mas será que isso significa que ela é inofensiva para a saúde? Em vídeo publicado no Instagram (@drhenriquesantiago), o Dr. Henrique Santiago (CRM MG 64.944), médico com foco em emagrecimento e qualidade de vida, chama a atenção para os impactos metabólicos do consumo excessivo de refrigerantes dietéticos.
Com tom crítico e informativo, ele reforça que a ausência de calorias não significa ausência de consequências. Apesar de não engordar diretamente, o consumo exagerado de refrigerantes zero pode estar associado a problemas como resistência à insulina, inflamações e risco cardiovascular.
Coca-Cola zero realmente não engorda?
Tecnicamente, sim — pelo menos em termos calóricos. A Coca-Cola zero é adoçada com substâncias artificiais que não fornecem energia, como a sucralose ou o aspartame. Isso significa que ela não adiciona calorias à dieta e, por isso, não contribui diretamente para o ganho de peso.
No entanto, o Dr. Henrique alerta que esse raciocínio é incompleto. O foco excessivo nas calorias ignora o impacto metabólico, hormonal e inflamatório dessas substâncias no organismo. A obesidade e as doenças crônicas não são causadas apenas pelo excesso de energia, mas também pela qualidade dos alimentos consumidos.
Adoçantes artificiais são seguros para consumo diário?
A segurança dos adoçantes artificiais é tema de debate científico. Embora aprovados por agências reguladoras como a ANVISA, FDA e EFSA, estudos recentes sugerem que o uso constante pode alterar a microbiota intestinal, aumentar a resistência à insulina e até elevar o risco de doenças cardiovasculares.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou diretrizes recomendando não usar adoçantes artificiais como estratégia para controle de peso a longo prazo, reforçando que seus benefícios são limitados e seus efeitos colaterais ainda estão em investigação. O consumo pontual é seguro, mas o uso crônico e exagerado pode trazer prejuízos.
Quais os riscos associados ao consumo excessivo de refrigerantes zero?
O Dr. Henrique cita, com ironia, os potenciais riscos de doenças como diabetes tipo 2, infarto e AVC como consequências indiretas do consumo contínuo de refrigerantes zero. Embora o refrigerante não contenha açúcar, ele pode contribuir para:
- Desequilíbrio da microbiota intestinal
- Aumento da compulsão por doces
- Alterações na percepção do sabor doce
- Possível aumento de marcadores inflamatórios
Esses fatores, combinados com um estilo de vida desregulado, podem contribuir para doenças metabólicas e cardiovasculares, mesmo em pessoas magras.
Refrigerante zero ajuda ou atrapalha no emagrecimento?
Em um plano de emagrecimento bem estruturado, o uso ocasional de refrigerante zero pode ser tolerado. No entanto, o Dr. Henrique reforça que esse tipo de bebida não promove saúde metabólica, nem deve ser tratado como “liberado” só porque não tem calorias.

O verdadeiro emagrecimento saudável envolve reeducação alimentar, controle hormonal, sono de qualidade e movimento regular. Substituir o açúcar por adoçantes não resolve o problema da compulsão alimentar nem educa o paladar.
O que priorizar em uma alimentação voltada à saúde?
O ideal, segundo recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, é uma alimentação baseada em alimentos in natura e minimamente processados. Refrigerantes, mesmo os sem calorias, são considerados ultraprocessados e devem ter consumo limitado.
Foco em vegetais, frutas, leguminosas, proteínas de qualidade e água como principal fonte de hidratação é o caminho para saúde real. Pequenos excessos pontuais não são problema, mas o hábito constante de consumir bebidas artificiais sim.
Fontes confiáveis e diretrizes de apoio
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/pt
- Food and Drug istration (FDA): https://www.fda.gov
- Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia: https://www.endocrino.org.br
Essas instituições oferecem diretrizes seguras sobre o uso de adoçantes, consumo de ultraprocessados e prevenção de doenças crônicas.
Vale a pena trocar açúcar por refrigerante zero?
Se o objetivo for apenas reduzir calorias, pode parecer uma solução inteligente. Mas, como lembra o Dr. Henrique Santiago, saúde não se resume ao número na balança. Trocar o açúcar por adoçante sem mudar hábitos alimentares de fundo é uma substituição ilusória.
A busca por saúde de verdade precisa olhar para o todo: qualidade alimentar, equilíbrio metabólico, mente tranquila e corpo em movimento. Refrigerantes zero não engordam — mas também não promovem saúde.