Em 2025, a presença do chamado “café fake” nos supermercados brasileiros levanta questionamentos sobre a autenticidade do produto que chega à mesa do consumidor. O termo se refere a misturas que imitam o café tradicional, mas contêm ingredientes que vão além do grão torrado e moído. Esse fenômeno ganhou espaço nas prateleiras, impulsionado por fatores econômicos e mudanças nos hábitos de consumo, trazendo discussões sobre qualidade, saúde e regulamentação. Além das dúvidas sobre autenticidade, surge a preocupação se o café fake faz mal à saúde, especialmente devido à variedade de ingredientes adicionados nas misturas.
O café é uma das bebidas mais consumidas no Brasil, símbolo de hospitalidade e parte da rotina diária de milhões de pessoas. No entanto, a facilidade de o a versões adulteradas, muitas vezes vendidas a preços mais baixos, desafia a confiança do público. Entender o que está por trás do “parece, mas não é” tornou-se fundamental para quem busca garantir a autenticidade do produto e evitar surpresas desagradáveis, inclusive possíveis efeitos nocivos à saúde.
O que caracteriza o “café fake”?
O chamado café fake é uma mistura que, apesar de se assemelhar ao café puro, pode conter outros elementos como milho, cevada, soja, cascas de café e até mesmo amido. Essas adições são utilizadas para reduzir custos de produção e aumentar o volume do produto final. Em muitos casos, a embalagem pode não deixar claro o percentual de café puro presente, dificultando a identificação pelo consumidor.
Segundo normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o café torrado e moído deve conter apenas grãos de café, sem adição de outros ingredientes. No entanto, a fiscalização enfrenta desafios diante da criatividade de alguns fabricantes e da demanda por produtos mais íveis. Essa situação gera dúvidas sobre a procedência e a composição do que está sendo comercializado como café e ainda levanta questões sobre possíveis efeitos adversos desses componentes extras em pessoas com alergias ou intolerâncias alimentares.

Por que o café fake se espalhou pelos supermercados?
O aumento do preço do café nos últimos anos, aliado à busca por alternativas mais baratas, contribuiu para a popularização das versões adulteradas. Fabricantes encontraram no café fake uma forma de atender consumidores sensíveis ao preço, especialmente em períodos de inflação elevada. O produto, muitas vezes, é vendido em embalagens semelhantes às do café tradicional, o que pode confundir o público.
Além disso, a expansão de marcas regionais e a pulverização do mercado facilitaram a entrada de produtos de qualidade duvidosa. Em muitos casos, a fiscalização não consegue acompanhar o ritmo de lançamento de novas marcas, o que abre espaço para práticas irregulares. O consumidor, por sua vez, nem sempre possui informações suficientes para diferenciar o café autêntico das misturas—e, assim, corre o risco de consumir alimentos que, para algumas pessoas, podem ser prejudiciais, como no caso de quem tem alergia a milho, soja ou cevada.
Como identificar o café fake na prateleira?
Reconhecer o café fake exige atenção a detalhes na embalagem e no próprio produto. Algumas dicas podem ajudar:
- Leia o rótulo: Produtos legítimos trazem a informação “100% café” de forma clara. Fique atento a termos como “mistura de café” ou “bebida à base de café”.
- Observe o preço: Valores muito abaixo da média do mercado podem indicar adulteração.
- Verifique a cor e o aroma: O café puro apresenta aroma intenso e cor homogênea. Misturas podem ter cheiro mais fraco e coloração irregular.
- Pesquise a marca: Prefira marcas conhecidas e com histórico de qualidade comprovada.
Essas medidas ajudam a evitar a compra de produtos que não entregam o sabor e os benefícios esperados do café tradicional, além de auxiliarem a reduzir o risco de consumo inadvertido de ingredientes que podem fazer mal a quem tem restrições alimentares.
Quais são os riscos do consumo de café adulterado?
O consumo de café fake pode trazer consequências para a saúde e para o paladar. Ingredientes como milho e cevada, embora não sejam prejudiciais em si para a maioria das pessoas, podem causar reações em pessoas com alergias ou intolerâncias. Por exemplo, quem tem alergia a glúten deve ficar atento à presença de cevada. Já a soja e outros componentes como amido também podem ser problemáticos para determinados grupos. Além disso, a presença de substâncias não declaradas pode comprometer a experiência sensorial, alterando o sabor, o aroma e a textura da bebida.
Em casos mais graves, a adição de elementos não alimentares, como corantes ou resíduos industriais, representa risco à saúde pública e pode, de fato, causar danos sérios, como intoxicações e reações adversas. Por isso, órgãos de fiscalização intensificam o monitoramento, especialmente em períodos de aumento de denúncias. O consumidor deve estar atento a qualquer alteração incomum no produto e buscar canais oficiais para relatar suspeitas.

O que dizem as autoridades sobre o café fake?
Órgãos como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Anvisa atuam na regulamentação e fiscalização do café comercializado no Brasil. Em 2025, operações de fiscalização resultaram em apreensões de lotes adulterados e aplicação de multas a empresas que descumpriram as normas. As autoridades recomendam que o consumidor sempre confira o selo de inspeção e a procedência do produto.
Além disso, campanhas educativas têm sido promovidas para orientar sobre a importância de adquirir café de fontes confiáveis. O objetivo é garantir que o consumidor tenha o a informações claras e possa fazer escolhas seguras, evitando prejuízos à saúde e ao bolso. As instituições também alertam que, embora os ingredientes usados na adulteração do café fake sejam geralmente considerados alimentos, seu consumo involuntário pode provocar mal-estar ou reações adversas em pessoas sensíveis, reforçando a importância do rótulo claro e da informação correta.
Como proteger-se do café fake e garantir qualidade na xícara?
Adotar alguns cuidados simples pode ajudar a evitar o consumo de café fake e garantir uma experiência autêntica. Entre as principais recomendações estão:
- Comprar café em estabelecimentos de confiança, que respeitam as normas sanitárias.
- Verificar sempre o rótulo e a lista de ingredientes, priorizando produtos com indicação de pureza.
- Desconfiar de preços muito baixos e promoções exageradas.
- Pesquisar avaliações e recomendações de outros consumidores.
- Armazenar o café em local seco e protegido da luz, para preservar suas características.
Com essas práticas, é possível desfrutar do verdadeiro sabor do café brasileiro, mantendo a tradição e a qualidade que fazem da bebida um símbolo nacional. Lembre-se: o consumo de café fake, à primeira vista, pode não fazer mal para todos, mas há riscos envolvidos, principalmente para pessoas com alergias ou intolerâncias específicas aos ingredientes das misturas. Estar atento é a melhor forma de proteger a saúde e garantir qualidade na xícara.