A dieta carnívora durante a gravidez ainda gera muitas dúvidas entre mulheres que seguem esse estilo alimentar. É possível manter esse padrão nutricional sem comprometer a saúde da mãe e do bebê? O Dr. Alexandre Duarte, médico especialista em fisiologia metabólica e hormonal (CRM‑SP 162757), esclareceu em seu perfil @dralexandreduarte que, em certos casos, a prática pode ser compatível com a gestação, mas exige atenção.
Segundo ele, a transição para esse tipo de dieta não deve ser feita durante a gravidez sem acompanhamento médico, pois envolve adaptações importantes que podem impactar diretamente a nutrição fetal e o bem-estar materno.
Grávidas podem seguir a dieta carnívora com segurança?
De acordo com o Dr. Alexandre Duarte, mulheres que já estão adaptadas à dieta carnívora antes de engravidar podem continuar com ela durante a gestação, desde que com o devido acompanhamento médico. Ele afirma que, na história da humanidade, as mulheres grávidas consumiam basicamente o que conseguiam caçar, e que isso é compatível com nossa biologia ancestral.
Entretanto, ele alerta: fazer a transição para a dieta carnívora durante a gestação é mais delicado e não recomendado sem supervisão. O corpo da mulher a por diversas adaptações hormonais e metabólicas, e qualquer mudança brusca pode causar impactos indesejados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a suplementação de ácido fólico é essencial antes e durante a gravidez para prevenir malformações neurológicas. Isso reforça que qualquer restrição alimentar precisa de acompanhamento profissional durante a gestação.
Quais são os riscos da dieta carnívora na gravidez?
A dieta carnívora exclui alimentos vegetais, o que pode levar à deficiência de fibras, vitaminas antioxidantes (como a vitamina C) e minerais fundamentais como magnésio e potássio. Esses nutrientes têm papel importante no desenvolvimento fetal e no equilíbrio corporal da gestante.

A OMS e o Ministério da Saúde recomendam uma alimentação variada, com proteínas, vegetais, frutas e carboidratos complexos, para garantir todos os nutrientes necessários. O risco da carnívora sem orientação é comprometer esse equilíbrio.
Quem pode seguir esse padrão alimentar durante a gestação?
Segundo o Dr. Alexandre Duarte, apenas mulheres que já seguem a dieta carnívora há pelo menos 1 a 2 anos antes de engravidar podem continuar com ela de forma mais segura. Essas pessoas já aram por um processo de adaptação e sabem como suprir suas necessidades nutricionais.
Ele também menciona que, em alguns casos, é possível fazer jejum intermitente durante a gravidez, mas somente se houver experiência prévia e avaliação médica constante. Fora disso, a transição para a carnívora estrita deve ser evitada.
E quem deseja começar a dieta carnívora na gravidez?
Esse é o ponto de maior alerta. O Dr. Alexandre é categórico: “Não recomendo fazer a transição para uma carnívora estrita durante a gravidez. A não ser que seja com acompanhamento médico. Se não, não dá.”
Começar essa dieta no meio da gestação pode causar quedas bruscas de glicose, alterações intestinais, deficiência de micronutrientes e impacto no desenvolvimento fetal. Por isso, a recomendação é não iniciar esse estilo alimentar durante a gravidez sem supervisão completa de um médico e nutricionista especializados.
O que dizem os especialistas e órgãos de saúde?
Diversos estudos apontam que dietas restritivas, como a carnívora, podem levar à deficiência de vitaminas, constipação, alterações no colesterol e sobrecarga renal, especialmente em gestantes. A falta de carboidratos e fibras também afeta a microbiota intestinal, essencial na imunidade da mãe e na formação do bebê.
Tanto a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição quanto a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia defendem a alimentação diversificada, equilibrada e rica em alimentos naturais, com inclusão de vegetais e frutas diariamente.
Fontes confiáveis
Organização Mundial da Saúde – https://www.who.int
Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição – https://www.sban.org.br
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia – https://www.febrasgo.org.br
O que levar em consideração antes de seguir essa dieta?
A recomendação final do Dr. Alexandre Duarte é clara: não se deve fazer mudanças alimentares radicais durante a gravidez sem acompanhamento. A dieta carnívora pode ser mantida em casos específicos, mas iniciar do zero nesse período exige risco e atenção.
Escute seu corpo — e, principalmente, seu médico. Alimentação é uma escolha individual, mas na gravidez, é também uma responsabilidade compartilhada com a saúde do bebê.