Em uma era em que o celular se tornou uma extensão do corpo, muitas pessoas têm o hábito de dormir com o aparelho ao lado da cama. No entanto, segundo o Dr. Bruno Pitanga, médico (CRM 6443/ES e CRM 5262490-0/RJ), essa prática pode comprometer significativamente a qualidade do sono — especialmente entre crianças.
Em vídeo publicado no Instagram (@drbrunopitanga), o especialista alerta para os riscos das radiações eletromagnéticas e da exposição à luz azul à noite. “Nunca durma com o celular próximo à cabeça. Isso interfere no ritmo circadiano, bloqueia a produção de melatonina e atrapalha o sono — e, consequentemente, sua saúde”, afirma.
Qual o impacto do celular no sono?
Os smartphones emitem radiação eletromagnética, especialmente na faixa de 900 MHz. Essa frequência, embora considerada baixa e não ionizante, pode interferir nos processos fisiológicos relacionados ao sono. O Dr. Bruno explica que essa exposição contínua pode alterar o ritmo circadiano — nosso relógio biológico interno que regula o ciclo de sono e vigília.
Além disso, o uso de telas antes de dormir, com forte emissão de luz azul, inibe a liberação natural da melatonina, o hormônio responsável por induzir o sono. Isso não só atrasa o adormecer, como prejudica a profundidade e a qualidade do descanso noturno.
Crianças estão mais vulneráveis?
Sim. O alerta do Dr. Bruno Pitanga é especialmente dirigido aos pais. Crianças e adolescentes têm o sistema neurológico em desenvolvimento, o que os torna mais sensíveis aos efeitos da radiação e da luz azul. Além disso, o uso excessivo de telas à noite está associado a distúrbios do sono, alterações de humor e dificuldades de concentração em idade escolar.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças até 2 anos não devem ser expostas a telas, e o uso entre 2 e 5 anos deve ser limitado a no máximo 1 hora por dia — sempre com supervisão. Durante a noite, o ideal é que o ambiente esteja escuro e livre de estímulos eletrônicos.
Luz azul realmente interfere na melatonina?
Sim. A luz azul emitida por telas de celulares, tablets e computadores tem efeito direto sobre a glândula pineal, responsável pela produção de melatonina. Essa glândula só libera o hormônio em ambientes escuros, o que explica por que luz artificial intensa à noite prejudica tanto o sono.
Estudos do National Institutes of Health (NIH) mostram que a exposição à luz azul à noite reduz os níveis de melatonina em até 50%, dificultando o início e a manutenção do sono. Essa alteração impacta diretamente o sistema imunológico, o metabolismo e até o humor.
Existe risco nas radiações emitidas pelo celular?
Embora as radiações emitidas por celulares sejam classificadas como “não ionizantes”, ou seja, não causam danos imediatos ao DNA, há preocupação crescente sobre os efeitos cumulativos da exposição. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), ligada à OMS, já classificou os campos eletromagnéticos de radiofrequência como “possivelmente carcinogênicos para humanos”.

O Dr. Bruno Pitanga não afirma que o celular causa doenças graves diretamente, mas reforça que dormir com o aparelho colado ao corpo, por meses ou anos, não é inofensivo. A recomendação é clara: deixe o celular longe da cama enquanto dorme.
O que fazer na prática para dormir melhor?
O Dr. Bruno sugere uma dica simples: use um despertador convencional e desligue o celular ou deixe-o fora do quarto à noite. Além disso, evite usar telas ao menos 1 hora antes de dormir. Criar um ambiente escuro, silencioso e livre de distrações digitais é essencial para a qualidade do sono.
Outras boas práticas incluem: manter horários regulares para dormir e acordar, evitar cafeína à noite, e realizar atividades relaxantes antes de deitar, como leitura, meditação ou um banho morno. Dormir bem não é luxo — é pré-requisito para uma saúde equilibrada.
Fontes oficiais e instituições confiáveis
- Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/pt
- Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): https://www.sbp.com.br
- National Institutes of Health (NIH): https://www.nih.gov
Essas fontes oferecem dados baseados em evidência sobre sono, melatonina, radiação eletromagnética e saúde digital.
Você dorme bem ou dorme ao lado do celular?
Se a qualidade do seu sono está comprometida, talvez a resposta esteja ao lado da sua cama. Como aponta o Dr. Bruno Pitanga, evitar o uso e a presença de celulares no ambiente noturno é um o simples, mas poderoso, para dormir melhor — e, consequentemente, viver com mais saúde, clareza mental e disposição.