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CARNAVAL 2025

Cuidados da cabeça aos pés para a ressaca da folia

Especialistas apontam quem são vilões e aliados dos foliões durante o carnaval e dão dicas de como lidar com eles

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Bebidas alcoólicas, calor e sol podem formar o combo perfeito para grande parte dos foliões que vão às ruas este ano, mas podem, também, oferecer riscos à saúde. Durante o carnaval, quando Belo Horizonte deve receber cerca de 6 milhões de pessoas, de acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), os cuidados e a atenção aos sinais do corpo devem ser redobrados.


A grande concentração de pessoas e a exposição excessiva ao sol e ao calor acendem o alerta para problemas de saúde que vão desde torções e traumas até a desidratação. De acordo com Marco Antônio de Castro, ortopedista membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia, uma das mais recorrentes e alarmantes condições que esse cenário pode gerar é o estresse térmico.


Segundo o especialista, ele pode ocorrer tanto no frio quanto no calor, quando o corpo não consegue manter a temperatura ideal, entre 36,1 e 37,2 ° C. Suor excessivo, cãibra, fadiga e ânsia de vômito são alguns sintomas da condição que pode levar a desidratação ou até mesmo a insolação.


Em caso de estresse térmico, é importante ir para uma região com sombra, retirar fantasias quentes e desconfortáveis e aplicar compressas de água fria na testa, axilas, nuca e virilha, ressalta Castro.

Alimentação e hidratação

Para enfrentar o calor e as multidões do carnaval, é essencial se hidratar e se alimentar bem e de maneira adequada. Para a nutricionista Angélica Melo, é interessante que o folião beba pelo menos 1 litro de água por dia. A especialista ressalta que, se não for possível fazer isso durante os blocos, que seria o ideal, a ingestão de água deve ser priorizada antes e depois do evento.

A água, que é essencial no dia a dia, se torna ainda mais importante para o corpo com as altas temperaturas e a ingestão de bebidas alcoólicas, diretamente ligadas à desidratação. A retenção de líquido é outra condição que requer o consumo de água, que pode ser atrelado a outras bebidas, como o chá de cavalinha. Segundo a nutricionista, o chá tem a propriedade de eliminar líquidos mas manter os minerais que são importantes para o corpo.


Antes da folia, segundo Melo, é interessante prezar por uma refeição proteica, com carboidratos complexos, como batata ou mandioca, e fibras. No almoço, a nutricionista indica um prato tradicional brasileiro, com uma proteína pouco gordurosa, fonte de carboidrato e algum vegetal e, para o café da manhã, a indicação é uma crepioca recheada com frango e cenoura. Durante as festas, a alimentação acaba sendo mais restrita, mas a especialista sugere opções como mix e barrinhas de castanhas ou paçoca, que são compactas e de fácil manuseio.


Para o pós-evento, a reposição de eletrólitos e de vitamina C são preocupações, uma boa opção é água de coco, frutas ricas nessa vitamina e em água e isotônicos. Melo explica ainda que existem opções rápidas de lanches que podem substituir itens gordurosas e pouco nutritivos. O hambúrguer artesanal sem maionese, sanduíches de carnes magras e a carne com mandioca, petisco tradicional de bares mineiros, são boas e práticas alternativas para depois dos blocos.

Outra ótima opção para eliminar o excesso da ingestão de álcool e de retenção de líquidos é a drenagem linfática, diz a massoterapeuta Karlla Gischewski. Essa massagem pode ser feita uma vez por dia, e seu efeito dura dois dias. “Têm pessoas mais exageradas que se sentem tão inchadas que fazem a drenagem linfática duas vezes por dia. Apesar de não ser necessário, o efeito é acelerado e a pessoa afina bastante”, relata Karlla tomando como exemplo a apresentadora Angelica e fez isso como rotina e mudou o visual do seu corpo.

Infecções

O carnaval, com as aglomerações e com o calor, se torna palco propício para as infecções. Para evitar essas doenças, algumas atitudes básicas podem ser tomadas. “Lavar as mãos parece um hábito simples, mas a mão pode contaminar o alimento que está sendo ingerido”, pontua Angélica Melo.
Para Marco Antônio de Castro, outra precaução importante é o uso de copos de plástico quando for consumir bebidas enlatadas, que não são higienizadas. O médico também alerta para os riscos em compartilhar copos, o que pode gerar contaminações.

Requebra mas não quebra!

“Sempre devemos cuidar bem da base, que são os nossos pés. Não podemos esquecer deles”, afirma a podóloga Gabriela Azevedo. A escolha dos sapatos, que, segundo a especialista, devem ser fechados, é primordial. Os tênis com amortecimento são os mais indicados para as festas e deve, sempre que possível, ser usados com meias de algodão. De acordo com Azevedo, o material permite que o pé “respire” mais e ainda oferece mais conforto e proteção contra o atrito.


Durante o carnaval, os traumas também são comuns. Nesse sentido, o tênis protege de um pisão e pode evitar uma torção ou fratura. De acordo com Marco Antonio de Castro, nesses casos o folião deve aplicar gelo imediatamente na área e levantar os pés. Se a contusão for nos membros superiores, a recomendação é, além do gelo, improvisar uma tipoia para imobilização. O especialista ressalta ainda que, se as dores persistirem, é importante buscar atendimento médico.

Depois da curtição durante o dia, Gabriela Azevedo sugere um escalda pés com água morna, sal grosso, sabonete relaxante e ervas que estejam disponíveis em casa. Colocar os pés para cima quando chegar em casa também pode auxiliar na circulação e aliviar inchaços.


Desconfortos depois da curtição são comuns, de acordo com Castro. “Se o folião a o dia todo no bloco, ele pode ter, por exemplo, crise de lombalgia ou inchaço no joelho no dia seguinte”, explica. Nesses casos, o paciente deve ficar de repouso e utilizar compressa de gelo, segundo o especialista.

Para brilhar com segurança

“No carnaval o pessoal usa muito glitter. Eu sou contra, por ser um plástico, que, além de irritativo, não é nada sustentável”, pontua Renata Villas Boas, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. De fato, o uso do glitter durante o carnaval já virou tradição. Disponível nas mais diversas cores e texturas, o enfeite festivo pode trazer riscos à saúde e deve, portanto, ser usado de forma cuidadosa.


A dermatologista sugere para aqueles que desejam brilhar, utilizar o glitter cosmético, que causa menos alergias e efeitos colaterais. A preparação da pele também deve ser realizada antes da aplicação, que deve ser cautelosa. “O ideal é hidratar a área e aplicar protetor solar antes. É importante também não utilizar o glitter na região das mucosas, em locais próximo às narinas e aos olhos e em ferimentos”, completa.


O protetor solar, além de ser usado na preparação de pele, deve ser ado em todo o corpo. O uso de bonés e chapéus também é uma alternativa interessante para a proteção do couro cabeludo, região do corpo muitas vezes esquecida. Para Villas Boas, o uso de protetores solares à base de água ou direcionados à prática esportiva, é ideal durante o carnaval, momento que favorece a sudorese excessiva.

Além de proteger contra o câncer de pele, o filtro solar é essencial para um bom dia seguinte de carnaval, afinal, atua na prevenção de queimaduras solares, insolação e outros desconfortos. Para que continue eficaz, no entanto, deve ser reaplicado de 3 em 3 horas, pelo menos, de acordo com a médica.

De olho na saúde íntima

O carnaval é um momento em que a prevenção das ISTs, as infecções sexualmente transmissíveis, é destacada. O uso de preservativos é a única forma de prevenção dessas doenças e deve ser feito em qualquer relação desconhecida, de acordo com Leticia Campolina, ginecologista e obstetra membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais.


A especialista destaca também condições do carnaval que podem favorecer o surgimento de assaduras, desconfortos ou cândida na região íntima feminina. “O carnaval acontece em um período muito quente no Brasil e as mulheres usam roupas muito justas e fabricadas em materiais como a lycra, o que deixa a região da vagina ainda mais propensa a assaduras e com predisposição à candidíase”, elucida Campolina.


Urinar pode ser um problema para muitas mulheres durante festas nas ruas, afinal, banheiros ficam sujos e podem gerar mal-estar. A médica ressalta, entretanto, a importância de urinar de 3 em 3 horas, pelo menos. Para facilitar a vida do público feminino, Campolina sugere o uso de funis urinários, que são vendidos em papelão (descartáveis) ou em silicone. Esses pequenos dispositivos permitem que mulheres urinem sem precisar agachar, o que pode ser uma boa opção para banheiros não higienizados ou para situações de emergência.


A ginecologista faz um alerta que vale não só para o carnaval, mas para qualquer momento. “Não é não”, afirma. Em caso de abuso sexual, as mulheres devem sempre procurar auxílio policial, afinal, a prática é crime previsto por Lei, e médico, para a realização de teste e exames e prevenção de gravidez indesejada, destaca.

*estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino

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