O cenário da moda em Minas vai ganhar em breve mais um importante capítulo, com a inauguração, ainda no primeiro semestre, do Botânico Shopping, um centro de compras e lazer de luxo, em Belo Horizonte, e o primeiro do estado integrado à natureza.


Sete marcas vão dividir o espaço em uma espécie de galeria assinada pela arquiteta Ana Bahia, que receberá um aporte de mais de R$ 3 milhões. Entre as marcas, estão seis mineiras – Anna Barroso, Coven, Elisa Atheniense, Essenciale, Printing, Tatiane Queiroz – e a paulista Manolita.

A Coven, de Liliane Rebehy, é uma das marcas participantes

Coven/Divulgação


“É uma proposta totalmente inovadora no país. Tivemos uma curadoria especial e a total liberdade de escolher marcas que têm sinergia e se complementam, que possuem o mesmo posicionamento de mercado, autorais, que têm cuidado com qualidade, acabamento e atendimento exclusivo”, explica Elisa Atheniense, proprietária da marca de bolsas que leva seu nome e uma das responsáveis pela curadoria.
Segundo Atheniense, não se trata de uma loja multimarcas, e nem de compartilhamento, mas sim de corners, espaços exclusivos dentro de uma loja, delimitados por mobiliário, a exemplo da galeria Le Bon Marché em Paris. “Temos certeza de que será um sucesso”, garante.


No mercado há 30 anos, a Elisa Atheniense é conhecida pelo trabalho artesanal e sofisticado. A marca trabalha com bolsas, órios e complementos para a casa que unem o couro e as técnicas de modelagem com estilo e elegância.


Outra marca consolidada no mercado mineiro, com mais de 30 anos de história e que fará parte do pool de moda do Botânico é a Coven. A diretora-criativa, Liliane Rebehy, compartilha o entusiamo com a curadoria das marcas. “Somos um grupo de marcas amigas que se comunicam, se conectam. Foi uma escolha feita em conjunto, para somar e proporcionar o melhor aos clientes. Desde o começo, achei o projeto muito especial. Cada marca selecionada tem a sua história, a sua identidade própria e valores agregados ao seu produto. A nossa expectativa é muito alta. O Botânico é maravilhoso, tivemos um encantamento, não só pela proposta, mas pela estrutura oferecida em um ponto estratégico que é o Belvedere”, enfatiza.


Assim como todas as marcas presentes no espaço da moda do Botânico, a Coven também é pautada na autenticidade (autoralidade) do design e na qualidade do produto. Tendo o tricô como carro-chefe, a marca também produz peças com mix que contempla composições associadas como camisaria, alfaiataria, tecido plano e peças curinga em malha.


Especializada em moda festa e casual, a Printing, no mercado há três décadas, é outra marca de peso do pool exclusivo do Botânico. Com loja no airro Funcionários e uma nos Jardins, em São Paulo, é dirigida por Malu Queiroz. A empresária está ansiosa pela abertura do segundo ponto em Belo Horizonte e credita o sucesso ao cuidado da curadoria. “Essa será nossa segunda loja na cidade. A curadoria do Botânico foi muito bem pensada. A ideia é proporcionar algo novo para o cliente em termos de experiência de compra, com alto nível, onde o produto e o atendimento são diferenciados”.

Ana Bahia assina projeto inovador, sem barreiras físicas e visuais, que oferecerá uma experiência imersiva

Bárbara Dutra/divulgação


Anna Barroso, marca de calçados femininos, destaca o projeto como desafiador. “Essa é uma iniciativa visionária e ao mesmo tempo desafiadora, é algo que não existe em Belo Horizonte. Todas as marcas possuem um viés artístico”, conta. Segundo Barroso, que tem um ateliê no Bairro Lourdes, essa será uma grande oportunidade de se aproximar de mais clientes.


“Nossa marca tem clientes fiéis, que chamo de colecionadoras. Muitas já estão ansiosas pela inauguração desse novo espaço, que será importante para estarmos mais próximas de muitas que moram na região”, revela, empolgada. Anna adianta que a marca vai lançar coleções exclusivas no espaço.


Presente nos melhores shoppings de luxo de São Paulo, a grife de calçados femininos Manolita chega pela primeira vez a Minas Gerais no Botânico. As peças são feitas a mão por artesãos, que primam pela qualidade dos materiais e produtos.
O projeto

O pool de moda tem 450 metros quadrados, tendo à sua frente a grande praça central e ao fundo o jardim vertical. “Estamos em um espaço generoso, em uma grande loja iluminada, onde a natureza também se faz presente. O nosso desafio foi criar um projeto orgânico, onde todas as sete marcas tenham destaque e a sua individualidade”, explicou a arquiteta Ana Bahia, responsável pelo projeto.


Para alcançar esse objetivo, Ana Bahia criou um projeto em formato de S, com linhas curvas e grandes painéis vazados que, além de delimitar os espaços, direcionam o fluxo de visitantes, promovendo uma integração visual e conceitual entre as marcas.


O projeto moderno do espaço da moda do Botânico se inspira na arquitetura brutalista, caracterizada pelo uso do concreto aparente e uma estética imponente em contraste com o requinte e o refinado. “É uma arquitetura que valoriza a matéria-prima em sua forma essencial, como o cimento aparente. Buscamos preservar a estrutura original do local e ao mesmo tempo trazer a sofisticação com paleta de cores neutras, tapetes delicados, cortinas de linho requintadas, móveis de pedras de quartzito brasileiras, que se assemelham a verdadeiras joias”, detalha Ana Bahia.


Segundo a arquiteta, o projeto contará com uma área central com três amplos provadores, caixas revestidas em espelho e tapetes que demarcam sutilmente o espaço de cada marca. “Todo o design do ambiente foi projetado para promover uma conexão com todas as sete marcas, eliminando barreiras físicas e visuais. O visitante terá uma experiência imersiva e completa dentro do espaço”, pontua. 

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