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PROCEDIMENTO ESTÉTICO

Médico de clínica onde jovem morreu depois de cirurgia tem oito processos

Médico sócio de clínica, na Região da Pampulha, em BH, onde jovem morreu depois de ar por duas cirurgias, responde a processos por supostos erros médicos

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Um cirurgião plástico, sócio da Clínica HD Bellagio, onde uma jovem de 28 anos morreu depois de ar por duas cirurgias estéticas nesta quarta-feira (29/5), responde a oito processos por suposto erro médico, conforme consulta feita pelo Estado de Minas no sistema do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O estabelecimento, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), tem alvará de funcionamento e está regular.

Os processos movidos contra o profissional incluem problemas como o uso de material inadequado, mutilações, deformações e necroses no corpo. Em entrevista ao Estado de Minas, Glaucia Moura, a advogada das vítimas, contou que há quase dois anos vem sendo procurada por mulheres de diferentes idades que tiveram complicações após cirurgias realizadas pelo mesmo médico, que também teria atendido a jovem que morreu nesta quarta.

Os processos com pedido de indenização estão em fase de perícia, afirma a advogada. Algumas das vítimas também registraram boletim de ocorrência, mas a advogada não detalha quantas. O número de mulheres vítimas pode ser ainda maior, segunda ela, já que algumas a procuraram e "não tiveram coragem de denunciar".

Em um dos casos, uma paciente, que também trabalhava na clínica, pagou R$ 8 mil por uma abdominoplastia e enxertia. Após diversas complicações, o custo estimado para refazer as cirurgias e corrigir as cicatrizes aumentou em cerca de 400%, conforme consta no sistema do TJMG.

Além do processo na Justiça, a advogada pediu a cassação do registro do médico no Conselho Regional de Medicina (CRM). “Fiz denúncias, juntei provas, mas todos os processos istrativos foram arquivados”, disse em entrevista ao Estado de Minas. Procurado pela reportagem, o CRM-MG afirmou que todas as denúncias recebidas, formais e de ofício, são apuradas. "Todo o procedimento corre sob sigilo, conforme previsto no Código de Processo Ético-Profissional", registrou em nota.

Para a advogada, a morte da jovem nesta quarta foi uma tragédia anunciada. “Assim como essa jovem perdeu a vida, poderia ter sido uma das minhas clientes. Elas correram risco. É muito triste você ter o sonho de fazer uma cirurgia para se sentir melhor, e sair disso se sentindo pior”, declara. Agora, ela tenta mover uma ação no Ministério Público contra o médico, na promotoria especializada em casos do tipo.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou que a clínica tem alvará de funcionamento e está regular. "A última vistoria realizada pela Vigilância Sanitária no local, ainda segundo a pasta, foi em 15 de maio de 2024 e não foram encontradas irregularidades. A clínica tem autorização para fazer procedimentos cirúrgicos", disse por meio de nota.

Jovem morre depois de cirurgia

Thaynara Braz, de 28 anos, morreu depois de ar por duas cirurgias na Clínica HD Bellagio, localizada na Avenida Portugal, no Bairro Jardim Atlântico. Os procedimentos estéticos –para substituição de prótese nas mamas e uma abdominoplastia– haviam sido feitos na terça-feira (28/5). À polícia, o proprietário do estabelecimento disse que a cirurgia tinha sido “um sucesso”, mas, na madrugada de ontem, a moça foi atendida às pressas no local após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

Ela foi reanimada por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas faleceu após uma segunda parada cardíaca. Agora, o caso será investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Thaynara deixa três filhas, de 1, 7 e 13 anos. Nas redes sociais, a mais velha expressou sua dor: "Se eu soubesse que aquele era nosso último abraço, eu nunca teria te soltado! Esse sentimento é insuperável, você para sempre estará em nossos corações", escreveu.

Em nota, a Clínica HD Bellagio lamentou a morte da paciente e informou que os procedimentos pré e pós-operatórios foram conduzidos conforme os protocolos médicos. "Tanto o médico responsável pela cirurgia quanto o hospital permanecerão cooperando plenamente com as autoridades competentes para esclarecer todas as circunstâncias", afirmou a clínica, ressaltando que o prontuário médico é sigiloso e que a perícia confirmará a causa da morte. 

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