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SUPERLOTAÇÃO

Hospital Risoleta Neves limita atendimento em meio a superlotação

O hospital, que já atende o dobro da sua capacidade, informou não ter condições físicas ou estruturais para receber novos pacientes nesta quarta-feira (22)

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O Hospital Risoleta Tolentino Neves, na região Norte de Belo Horizonte, limitou de forma temporária novos atendimentos por causa da superlotação. De acordo com a diretoria da instituição, o Risoleta Neves não tem condições estruturais e de espaço físico para receber novos pacientes nesta quarta-feira (22/1).  Ainda de acordo com a unidade, a diretoria do hospital já notificou a situação para a Rede de Urgência e Emergência de BH e solicitou apoio no processo de referenciamento de pacientes para outras unidades da rede SUS. 

 

O Pronto-Socorro do Hospital tem capacidade para 90 pacientes atendidos de forma simultânea. No entanto, conforme informou o hospital em nota, hoje a unidade já atende cerca de 180 pessoas. A diretoria da unidade também reforçou que a capacidade máxima do hospital vêm sendo constantemente superada desde 2023.

Em nota, o Risoleta Neves esclareceu que os usuários que já estão dentro do hospital serão atendidos normalmente, mas reforçou a necessidade da medida adotada nesta quarta. "Reforçamos a necessidade da restrição temporária da entrada de novos pacientes no Pronto-Socorro para assegurar a qualidade e segurança assistencial."

De acordo com informações readas pela comunicação do hospital, que chega no hospital a pela triagem e é classificado entre verde, amarelo, laranja e vermelho, dentro da urgência da situação. No entanto, apenas os casos de urgência são atendidos. Já os demais pacientes não existe previsão para o atendimento.

A diretoria da unidade também reforçou que medidas como a reavaliação dos doentes, agilização para realização do apoio diagnóstico e de outros recursos que possam assegurar uma alta hospitalar segura dos doentes estão sendo tomadas para assegurar uma movimentação adequada e mais ágil dos pacientes em atendimento ou internação. O hospital é considerado referência para o tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC), urgência e emergência e atendimentos de alta complexidade.

"O Hospital Risoleta lamenta o desconforto gerado para a população de referência neste momento, mas reafirma seu compromisso de, mesmo diante de todos os desafios, prestar uma assistência aos pacientes com segurança e qualidade", afirma. 

Pacientes 'tentam a sorte' por um atendimento

A medida, descrita pela istração como necessária para garantir a segurança e a qualidade do cuidado, atingiu em cheio pacientes e acompanhantes que, sem aviso prévio, chegaram ao hospital em busca de ajuda. O Risoleta Neves é referência em atendimento não apenas para os moradores da regional Norte, mas também para regiões próximas e outras cidades da Grande BH.

A aposentada Nelma Nanci Nascimento, de 70 anos, deixou sua casa em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nas primeiras horas da manhã para acompanhar o marido, de 65, em busca de atendimento no Hospital Risoleta Tolentino Neves. Ele, que é diabético, está com os dedos dos pés inflamados e necessita de uma cirurgia vascular devido ao entupimento das veias.

A saga do casal começou com um encaminhamento feito por um médico particular para a UPA de Venda Nova, que, por sua vez, os direcionou ao Risoleta. Ao chegar no hospital, às 7h, ele recebeu a classificação verde e descobriu que não tem previsão de ser atendido. “Ele está aguardando a cirurgia, mas aqui dizem que não têm previsão para atender. Minha cunhada está tentando, de lá da UPA, conseguir um encaminhamento, ver se eles ligam pra cá para conseguir uma vaga", conta.

Após mais de quatro horas de espera, Nelma demonstrava cansaço e preocupação, mas ainda mantinha a esperança de uma solução. “Deus abençoe que consiga, porque a gente sair de Lagoa Santa para perder a caminhada e ficar esse tempo todo aqui, não dá, né?", afirma. 

Outra moradora da Grande BH, a aposentada Maria Auxiliadora Lopes, de 69 anos, também foi tentar atendimento para o marido, Incêncio de Jesus, de 70, depois que ele começou a sentir dores intensas na cabeça, ombros e costas no domingo (19/1). Mas, mesmo com a pulseira amarela –indicativo de urgência moderada– ele já aguardava por mais de três horas na fila  até o momento em que a aposentada conversou com a reportagem.

“Foi uma luta para trazer ele aqui, ele não gosta de hospital. Aí chega aqui e já quer ir embora. O que eu vou fazer com ele em casa desse jeito? Ele já piorou de ontem para cá", relatou. A aposentada ainda lamenta a falta de alternativas, já que o posto de saúde da cidade não conseguiu atender às necessidades do marido. “Estou dando medicação por conta própria, mas não resolve. Ele segura a dor por quatro horas só", conta.

O mecânico Guilherme Augusto Alves de Souza, de 23 anos, chegou ao hospital à 1h da madrugada desta quarta com o irmão, de 22, que sofreu um grave acidente de moto. Com uma fratura exposta na perna direita e gritando de dor, o jovem ou pela triagem e foi encaminhado para dentro do hospital, mas ficou no corredor, sem atendimento.

"Fui eu quem teve que ajudar a colocá-lo na maca, porque não tinha ninguém disponível para isso. Desde então, ele está lá, sem notícias, sem previsão", relatou Guilherme, visivelmente exausto após mais de 24 horas sem dormir. Além da preocupação com o estado do irmão, Guilherme enfrentou outro problema. Enquanto fazia a documentação, sua moto foi furtada em frente ao hospital. "É revoltante para a gente que é trabalhador. Não temos como pagar um plano de saúde e precisamos ar por isso", afirma.

 

Reflexos para outras unidades da Rede Sus em BH

A superlotação no Risoleta Neves também gera impactos para outros serviços de saúde municipais. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, o SUS funciona em rede e possui vários equipamentos para realizar os atendimentos à população. 

"A situação do Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN) certamente vai gerar impactos para os serviços de saúde municipais", esclarece a istração municipal em nota. 

De acordo com a PBH, os casos que seriam encaminhados ao Hospital Risoleta Tolentino Neves vão ser direcionados a outras unidades, como UPAs e hospitais. "A Secretaria Municipal de Saúde tem empreendido todos os esforços para garantir a assistência necessária aos usuários em todas as unidades da rede SUS-BH", finaliza.

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