
BH: parentes de vítimas da ditadura fazem manifestação pró-memorial
Ato foi organizado pelo produtor cultural Pedro Martins, do Coletivo Alvorada, que é sobrinho de Pedro Alexandrino Oliveira Filho, o Peri
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Siga noUm grupo de parentes de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar no Brasil realizou, na manhã deste sábado (1/2), nas escadarias do antigo DOPS (Departamento de ordem e Política Social), em Belo Horizonte, uma manifestação em defesa da manutenção do Memorial dos Direitos Humanos e também lembrando as vítimas do período.
A manifestação foi organizada pelo produtor cultural Pedro Martins, do Coletivo Alvorada, que é sobrinho de Pedro Alexandrino Oliveira Filho, o Peri, guerrilheiro do Araguaia, torturado no DOPS, desaparecido e morto no Araguaia.
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Foi Pedro quem leu um manifesto em prol da memória do que o Brasil ou em um de seus períodos mais sombrios, a partir de 1964. “Nossa luta é para que essas lembranças não sejam apagadas”.
Segundo ele, os familiares das vítimas da ditadura vivem uma lembrança dolorosa. E o local da manifestação foi escolhido não só por ser hoje um espaço destinado aos Direitos Humanos, mas que está abandonado, fechado e que é preciso que seja reaberto.
“Nossa presença aqui é um ato simbólico e performático, destinado a causar impacto e conscientizar as pessoas sobre a brutalidade desse período sombrio da nossa história e pela manutenção desse espaço como um espaço da memória”, diz Pedro.
Ele afirma ainda que não se pode esquecer as violações cometidas contra os que lutaram pela democracia e pela liberdade e que o DOPS foi um instrumento de repressão, utilizado para calar vozes dissidentes e sufocar a resistência.
“Estamos aqui para manter viva a memória dos que sofreram, dos que lutaram e dos que foram silenciados. Estamos aqui para garantir que a história não seja esquecida e que as lições do ado sejam aprendidas”.
Da manifestação participaram 22 parentes de vítimas de 1964. Eles carregavam fotos de seus entes desaparecidos, alguns com até duas fotos.
Também foi muito marcante o personagem performático que ficou, o tempo todo, deitado nu no eio, preso a uma barra de ferro, ensanguentado, relembrando o pau de arara, que era um dos equipamentos de tortura usados pelos simpatizantes da ditadura.
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