
Mais da metade das vítimas de acidentes na BR-040 não usavam cinto
Das nove mortes registradas em acidentes na BR-040 em janeiro de 2025, no trecho entre Juiz de Fora e BH, cinco não usavam cinto de segurança
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Siga noMais da metade das vítimas de acidentes na BR-040, entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, em janeiro de 2025, não usavam cinto de segurança. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela concessionária que istra o trecho, a EPR Via Mineira. De acordo com o estudo, das nove mortes registradas em acidentes na via, cinco foram de pessoas que estavam sem o cinto de segurança. O número representa 55% dos acidentes registrados no período e lança um alerta para a importância do uso do dispositivo, considerado essencial para salvar vidas.
O levantamento também registrou um leve aumento em relação ao número de acidentes envolvendo pessoas sem cinto de segurança em comparação a dezembro de 2024. De acordo com a concessionária, dos três óbitos registrados, uma pessoa não usava cinto de segurança. Entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, 30% das ocorrências com vítimas fatais envolviam pessoas que não usavam o dispositivo.
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Segundo o mestre em engenharia dos transportes, Frederico Augusto, quando o ageiro ou condutor não usa o cinto de segurança durante o acidente, é impossível prever o que vai acontecer. “Com a falta do cinto de segurança, as pessoas podem ser impulsionadas para frente, para os lados… A situação da pessoa dentro do veículo fica imprevisível. Pode acontecer qualquer coisa, inclusive que a pessoa seja jogada para fora do automóvel. Dependendo do tipo de batida, a pessoa é jogada até pela janela”, reforça o engenheiro de transportes.
O especialista acredita que não utilizar cinto de segurança ainda é uma questão cultural. Apesar do dispositivo ter começado a ser obrigatório em 1997, Frederico Augusto ressalta que muitas pessoas ainda seguem o exemplo ado por familiares mais velhos que começaram a dirigir com a legislação antiga. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, não utilizar o cinto de segurança em vias urbanas e rodovias é considerado infração grave, com multa de R$ 195,23, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
“É cultural o brasileiro não querer usar cinto, principalmente como ageiro, no banco de trás, porque o pessoal ainda acredita que o banco da frente atua como uma proteção. Também é um pensamento comum as pessoas acreditarem que o airbag vai salvar ou vai mitigar o dano para os ageiros dos bancos da frente”, reforça Augusto. A tese do mestre em engenharia de trânsito é reforçada pela última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde e IBGE. O levantamento, realizado em 2019, mostrou que apenas 50,2% da população tem o hábito de usar cinto no banco traseiro. Já no banco da frente, o dispositivo é utilizado por 79,4% dos brasileiros.
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No entanto, o especialista reforça que mesmo o carro tendo airbag e outros aparelhos de segurança, o cinto de segurança continua sendo essencial. “Mesmo que o carro tenha seis airbags, airbag de cortina, airbag de joelho, airbag lateral, airbag frontal. Sem cinto não vai adiantar muita coisa, vai ser só uma bolsa que vai abrir e vai receber o impacto de um corpo. O cinto é um complemento para a função do airbag. Não adianta a pessoa ter o carro mais seguro do mundo e andar sem cinto”, afirma Frederico Augusto.
*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos