Construção do século 19 é reinaugurada em Belo Vale depois de restauração
Reinauguração da Casinha Velha teve música de congado; local é destinado a manifestações da cultura popular da região
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Siga noCom a música ritmada do congado, foi reinaugurada na tarde de quinta-feira (20), em Belo Vale, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a construção do século 19 conhecida por Casinha Velha. As obras de restauro demandaram 12 meses e foram custeadas pelo Programa Minas para Sempre, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) – os recursos provêm de medidas compensatórias.
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Destinado a manifestações da cultura popular da região, o imóvel tombado pela prefeitura local fica no distrito de Vargem de Santana, estando, antes da intervenção, “em processo de arruinamento”, de acordo com a equipe do Joaquim Artes e Ofícios, entidade responsável pelo restauro.
Em nota divulgada pelo MPMG, os restauradores explicam que “a relevância da entrega da Casinha Velha se encontra, essencialmente, no fato de se tratar do que chamam de ‘comunhão entre patrimônio material e imaterial’”.
Presente à solenidade, a secretária Municipal de Cultura de Belo Vale, Grasiele Regina Ribeiro, destacou a importância da edificação, que fica na zona rural do município. “Trata-se de um espaço para encontros culturais dos congadeiros, numa forma, também, de reavivar nosso pertencimento a esse patrimônio e buscar aflorar nas pessoas a sensibilidade com as matrizes religiosas africanas”.
SERVIÇOS
O coordenador Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico do Ministério Público de Minas Gerais (PC/MPMG), promotor de Justiça Marcelo Azevedo Maffra, ressalta a importância da conclusão do projeto, considerada especialmente significativa dentro do Programa Minas para Sempre: “Um bem cultural, muito mais do que e físico, carrega valores intangíveis, aspectos imateriais da nossa existência. Neste projeto de Belo Vale, eles estão reunidos no mesmo local. Corpo e alma de um mesmo bem cultural sendo devolvidos à comunidade detentora desses valores.”
Em um ano de obras, segundo o presidente do instituto Joaquim Artes e Ofícios, José Theobaldo Júnior, foram revitalizadas as portas e janelas da casa, bem como o piso de tábua de madeira. “As paredes de pau-a-pique, as instalações elétricas e o telhado foram renovados e a estrutura da fundação da casa ou por reforço”, disse.
José Theobaldo acrescenta que foi construído um anexo, no mesmo terreno, para comportar novos banheiros e ampliar o uso da casa. Com o início das obras, foi preciso, ainda, realizar o escoramento interno e externo da construção, em função do alto risco de desmoronamento sofrido pelo imóvel.
Minas Para Sempre
A conclusão das intervenções na Casinha Velha consiste na primeira entrega de obra 2025 do Programa Minas para Sempre, iniciativa MPMG, via PC. Lançado em 2023, o Minas para Sempre está na sua terceira fase e já contemplou 36 equipamentos públicos – entre eles Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte – em 25 municípios mineiros.
Já foram destinados recursos superiores a R$ 53 milhões de medidas compensatórias ambientais para atividades de restauro e preservação do patrimônio cultural no estado. O programa é viabilizado por meio do Semente, o núcleo de incentivo a projetos socioambientais do MPMG.
Já o Núcleo Semente conecta o MPMG à sociedade, viabilizando iniciativas que beneficiam as pessoas e o meio ambiente. Conforme o MPMG, “é uma alternativa segura, democrática e transparente”. Com ele, os promotores de Justiça podem destinar recursos, advindos de medidas compensatórias ou indenizatórias, a projetos de relevante interesse socioambiental, e que proporcionem expressivos resultados para toda a sociedade.