A Polícia Civil concluiu que Elvis Cleiton da Silva Batista, morto a pedradas no começo deste ano no Bairro Santa Cecília, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, era inocente. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (3/2), após investigação da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher.

 
O catador de recicláveis, muito conhecido na região, foi espancado e morto na rua por parentes e vizinhos de uma menina, de 9 anos. Elvis foi acusado de ter abusado sexualmente da menina. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. O atestado de óbito apontou como causa da morte tórax instável e politraumatismo.

A suposta violência sexual foi descartada pela polícia. Conforme a delegada Alessandra Azalim, a criança ou por exame de corpo de delito, que identificou apenas um arranhão no braço. "Segundo a própria criança, o arranhão foi causado por um cachorro. Nem ela nem a mãe afirmam com certeza que Elvis tocou nela", explicou.

Treze pessoas identificadas pelo crime

As investigações apontaram 13 participantes no crime, entre adolescentes e adultos. Dez pessoas já foram indiciadas, incluindo a mãe da menina, seu noivo e o sogro, presos no dia do homicídio. Outros três foram localizados e detidos na última sexta-feira (31/1), enquanto quatro seguem foragidos. Três adolescentes responderão por ato infracional análogo ao homicídio.

A delegada Camila Miller destacou que alguns envolvidos sequer sabiam o motivo da agressão. "Temos notado um aumento de casos de ‘justiça com as próprias mãos’, o que não pode ser tolerado. Em vez de acionar a polícia, algumas pessoas recorrem a supostos justiceiros, como aconteceu com Elvis, que foi morto injustamente", alertou.

Os suspeitos foram denunciados por homicídio qualificado e tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça.
 



Relembre o caso

Elvis foi assassinado na noite em 10 de janeiro, no Bairro Santa Cecília em Juiz de Fora. As agressões começaram após ser apontado como o autor de um suposto abuso sexual contra uma menina de 9 anos. 

Treze pessoas participaram o linchamento, que foi filmado e compartilhado nas redes sociais. Inclusive, a criança, que seria a suposta vítima, assistiu a brutalidade. 
 
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
 
compartilhe