Polícia quer fim do carnaval em Rio Pomba por causa de tiroteio com morte
Suspeito de 25 anos foi preso com pistola austríaca capaz de disparar rajadas. Em respeito ás vítimas polícia pediu fim do festejo no município
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Siga noA Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) solicitou à Prefeitura de Rio Pomba, na Zona da Mata, que não haja mais carnaval na cidade devido ao tiroteio no meio de um bloco, na madrugada desta terça-feira (04/03), que deixou uma moça morta e 14 feridos.
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Dois suspeitos estão detidos. Um deles é Jalie Fernando Araújo Faria, de 25 anos, com quem foi apreendida uma pistola austríaca Glock, 9 milímetros, com dois carregadores, sendo um deles estendido para caber mais munição.
O outro suspeito ainda não foi identificado e não colabora com a polícia, segundo a PM, se recusando a comentar qualquer coisa sobre o crime.
"A polícia ainda está agindo. Pedimos para a prefeitura para que não tenha o evento hoje (04/03) em respeito às vítimas e ao povo que está muito alarmado. Vamos contar com o bom senso da prefeitura, mas se for preciso recorreremos ao Ministério Público", disse o comandante do 21º Batalhão (Ubá) da PMMG, responsável pelo policiamento em Rio Pomba, tenente-coronel Erick Leão Lopes.
O tiroteio ocorreu por volta de 0h, na altura da Praça Doutor Último de Carvalho, no Centro de Rio Pomba, quando o Bloco do Penico arrastava mais de 20 mil foliões pelas ruas.
Multidão em pânico com o tiroteio e ferido sendo socorrido por populares em Rio Pomba
"Em princípio, os dois suspeitos entraram em luta corporal, com um agredindo o outro. Tanto que o homem encontrado com a pistola está com o rosto e as mãos feridos e o corpo todo machucado", conta o tenente-coronel Erick.
Segundo o relato de testemunhas, o suspeito ainda sem identificação teria sacado um revólver de cor prata e disparado contra Jalie, atingindo uma perna de uma moça que estava atrás.
Em seguida, Jalie puxou a pistola para revidar. "Nos parece que a função de disparo em rajada estava acionada. Porque assim que ele puxou o gatilho saiu disparando a esmo para várias direções atingindo várias pessoas. O suspeito também aparentava estar bêbado ou drogado, o que pode ter contribuído", afirma o comandante do policiamento.
Jalie já foi detido várias vezes pela polícia por tráfico de drogas, tentativa de homicídio (fez disparos contra uma viatura da PMMG) e ameaça. Ele esteve preso, tendo sido solto há um ano em regime provisório, mas já com indicações da polícia para a Justiça de transgressões das condicionantes da liberdade precária.
Segundo o tenente-coronel Erick, a foliona morta, Luciana dos Santos Marques, de 25 anos, tentou escapar dos disparos se abaixando e projetando a mão para frente em gesto defensivo, mas um dos tiros atravessou a mão dela e a atingiu o peito, matando a mulher no local.
Com a troca de tiros, a multidão se dispersou em pânico. Feridos foram carregados por policiais e populares para dentro de carros e viaturas. Os 14 feridos a bala têm idades entre 19 anos e 35 anos e foram encaminhados para o Hospital São Vicente de Paulo, em Rio Pomba, onde receberam os primeiros atendimentos. Muitas pessoas que se machucaram na confusão depois procuraram outras instituições de saúde de Rio Pomba, Ubá e Juiz de Fora.
Imediatamente, o tenente-coronel Erick informou ter acionado os bloqueios policiais nos principais os a Rio Pomba e Ubá, que é a maior cidade próxima, a menos de 40 quilômetros. "Foi em um desses acesos à cidade de Ubá que conseguimos a prisão do suspeito, que estava em um VW Gol preto, e batia com a descrição, tendo também em sua posse a pistola com as munições 9 milímetros", conta o comandante do policiamento.
"O outro suspeito foi abordado a pé andando por uma estrada no entorno de Rio Pomba. Tinha um forte cheiro de pólvora nas mãos. O revólver prata ainda não localizado, mas a polícia permanece em diligência", disse o oficial.
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As causas do tiroteio ainda permanecem desconhecidas. "Os dois suspeitos não estão falando nada. Estão muito quietos. O que temos é um agravante aqui da cidade por ela estar sendo disputada pelas facções criminosos do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (T)", avalia o tenente-coronel Erick.