Hospital Maria Amélia Lins será terceirizado e fará cirurgias eletivas
Edital para seleção do parceiro será publicado neste sábado pela Fhemig, com publicação do resultado no dia 15 de abril
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Siga noDepois de ar cerca de dois meses com o bloco cirúrgico fechado, foi anunciado na manhã desta sexta-feira (7/3) que o Hospital Maria Amélia Lins será exclusivo para cirurgias eletivas. Para isso, a unidade ará a fazer parte do Programa Opera Mais, com cessão gratuita do imóvel para um consórcio público de saúde ou entidades sem fins lucrativos.
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O edital para a seleção do parceiro será publicado neste sábado (8/3), pela Fhemig, com publicação do resultado no dia 15 de abril, com início de atuação imediato. O atendimento do Hospital Maria Amélia Lins seguirá totalmente dedicado ao SUS. No mesmo dia, também será divulgado um edital para contratação de mais de 200 enfermeiros e técnicos de enfermagem.
Atualmente, o hospital funciona de segunda a sexta e tem capacidade de realizar cerca de 200 cirurgias. Os pacientes são atendidos, primeiramente, no João XXIII e quando já estabilizados e sem risco de vida, são transferidos para o Maria Amélia Lins para realização de cirurgias especializadas e conclusão dos cuidados hospitalares. Com a iniciativa, a expectativa é estender o atendimento durante o fim de semana e chegar a cerca de 500 cirurgias eletivas mensais.
Em relação aos servidores, o secretário estadual da Saúde, Fábio Baccheretti, garantiu que serão realocados para o João XXIII em suas respectivas áreas de atuação. “Os servidores da mesma carreira serão absorvidos no João XXIII, lembrando que são 100 metros de distância, então não vai mudar a rotina deles. O hospital tem capacidade melhor e maior e nós precisamos deles: dos cirurgiões, enfermeiros e anestesistas”.
A concessão será, inicialmente, de 5 anos. Apesar do prédio do Hospital Maria Amélia Lins ter 77 anos, recentemente foram investidos R$ 50 milhões em equipamentos que serão doados à entidade parceira.
João XXIII
O Hospital João XXIII é um dos maiores hospitais de trauma do Brasil, referência em Belo Horizonte e o maior da rede Fhemig em número de leitos e especialidades ofertadas. Ele conta com 10 salas de cirurgia, sendo duas para tratamento de queimados e mais de 100 leitos de terapia intensiva. Somente no último ano foram realizadas 9.800 cirurgias e 12 mil internações.
Desde o fechamento do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins em dezembro de 2024, o João XXIII ou a funcionar com terceiro turno, ou seja, com atendimento contínuo 24h. Assim, a unidade localizada na Avenida Alfredo Balena, no Centro de BH, não só foi capaz de absorver as cirurgias que seriam realizadas na outra instituição, como aumentou os atendimentos em 11,7% - ando de 918 procedimentos em janeiro de 2024, para 1.026 no mesmo mês deste ano.
Está prevista a transferência de pacientes em cuidados prolongados do João XXIII para o Hospital Júlia Kubistchek, no Barreiro. Serão disponibilizados 50 novos leitos para absorver estes pacientes.
Além disso, com a futura transferência do Hospital João Paulo II para o Complexo de Saúde Hospital Padre Eustáquio (HoPE), há a previsão de expansão do Hospital João XXIII e a construção de uma sala híbrida para cirurgias complexas. “Temos expectativas de expansão a curto, médio e longo prazo para que nosso pronto socorro fique ainda melhor”, disse o secretário.
Opera Mais
O programa Opera Mais foi lançado em 2021 e já disponibilizou R$ 912,6 milhões aos municípios mineiros para a realização de procedimentos cirúrgicos. Em 2024, foram realizadas cerca de um milhão de cirurgias eletivas por meio da iniciativa. Para este ano, a previsão de investimento é de R$ 376,8 milhões.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, o programa define valores adicionais para procedimentos eletivos específicos de forma a cofinanciar sua realização, tendo em vista a desatualização de valores da tabela SUS.
Baccheretti explicou que a vantagem do consórcio é a possibilidade de atender todos os municípios da Região Metropolitana de BH e aumentar o número de servidores da Fhemig. Hoje, não é possível ultraar o número de vagas pré-estabelecidas em 2015 com pessoas concursadas.
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“Esse é um problema que nós temos de restrição. Nós só temos uma forma de aumentar o número de trabalhadores da Fhemig, é achando parcerias e essa é, de fato, a parceria que nós achamos mais viável e possível, que é um hospital que será custeado pelo estado através do Opera Mais”, afirmou o secretário.