x
MUDANÇAS CLIMÁTICAS

'Não temos risco de desabastecimento', diz presidente da Copasa

Em entrevista ao EM, Fernando alio descartou problemas de abastecimento de água na Grande BH nos próximos dois anos e anuncia investimentos de R$ 3 bilhões

Publicidade
Carregando...

As cenas de torneiras secas e racionamento de água, comuns na crise hídrica de 2015, parecem distantes da realidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Pelo menos é o que garante Fernando alio, novo presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Em entrevista ao Estado de Minas, ele assegura que não há risco de desabastecimento nos próximos dois anos e promete que, com as obras em andamento no Sistema Paraopeba, que abastece a Grande BH, essa ameaça será “afastada de vez”.

A afirmação vem após um 2024 de estiagem prolongada, a mais severa dos últimos anos, que durou quase seis meses. Na época, o Sistema Paraopeba —formado pelos reservatórios de Vargem das Flores (Betim), Rio Manso (Brumadinho) e Serra Azul (Juatuba)— registrou uma queda de quase 30% em seu volume, o menor nível dos últimos cinco anos, conforme mostrou reportagem do Estado de Minas.

Em setembro, Vargem das Flores operava com apenas 49,3% da capacidade, revelando margens ressecadas e solo rachado. Em 2015, chegou a alarmantes 22,3%.

Em meio à preocupação crescente com os impactos de extremos climáticos no abastecimento da população, alio reforça a posição de que os reservatórios da Grande BH não têm riscos iminentes de racionamento ou de desabastecimento.

“Não existe a possibilidade disso em um horizonte de dois anos. A menos que haja algum advento natural, imprevisível e de alto impacto”, afirma. "Não dá para a gente prever como é que vão estar as ondas de calor, mas, em condições normais de temperatura e pressão, como o que a gente já viu nos últimos anos, temos hoje garantia de abastecimento, principalmente na Região Metropolitana, onde é mais crítico", completa o ex-secretário de Desenvolvido Econômico de Minas Gerais.

Adicionalmente, a Copasa trabalha em planos de contingência para eventuais colapsos. Estão em andamento melhorias no reservatório Rio Manso, financiadas em parte pelo acordo do rompimento da barragem de Brumadinho, e que, segundo alio, vão permitir maior sinergia entre os sistemas na distribuição de água e assegurar que, caso um sistema falhe, o outro possa assumir a demanda.

“Essas obras são justamente para que a gente tenha adutoras que possam ser acionadas, caso algum reservatório tenha problema de abastecimento, para entregar essa segurança a mais, principalmente à Região Metropolitana”, diz.

No pacote de investimentos, que ultraa R$ 3 bilhões, está a construção de uma adutora de interligação entre os sistemas Paraopeba e Rio das Velhas, além da ampliação do Sistema Rio Manso. A expectativa é elevar a vazão média de 5,8 m³/s para 9,0 m³/s. “Com a obra pronta, praticamente a gente afasta essa possibilidade de vez”, reforça o presidente da Copasa. 

Interrupção do abastecimento de água

Mesmo com a garantia de abastecimento, moradores da Grande BH ainda enfrentam cortes temporários devido a manutenções programadas, que, em alguns casos, se prolongam além do esperado. No Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, por exemplo, houve relatos de interrupções que duraram 15 dias.

Para alio, essa demora no retorno da água é um problema técnico inerente ao sistema. "A questão é que, quando você corta o abastecimento da água para fazer a manutenção e ela volta ao sistema, não é igual a eletricidade. A eletricidade, você desliga e, ao ligar, na velocidade da luz as coisas se restabelecem. E a água não. O restabelecimento na casa do cidadão enfrenta a gravidade como maior desafio, porque ele tem que, de novo, acontecer o bombeamento até chegar. Realmente há um atraso que infelizmente a gente não tem como eliminar”, afirma.

O presidente reconhece que bairros mais altos, como o Aglomerado da Serra, sofrem mais com essas paralisações e afirma que a empresa estuda formas de mitigar o problema. Ainda assim, ele reforça que o tempo padrão de restabelecimento não deve ultraar 24 horas, embora casos pontuais possam demorar mais.

“A gente está atento a esses casos e estamos tentando melhorar a situação e ver porque demorou mais do que o previsto. Mas o correto é ser um restabelecimento não tão rápido quanto a energia, mas também que não dure dias”, diz.

Interior de Minas

Fora da Grande BH, o presidente da Copasa diz não ver risco de desabastecimento, mas ite que a companhia busca soluções para áreas historicamente castigadas pela seca, como o Norte de Minas. No ano ado, cerca de 300 cursos d'água na região secaram, afetando diretamente mais de 20 mil famílias que dependem dessas fontes para consumo e produção agrícola, conforme mostrou reportagem do Estado de Minas.

alio cita o projeto Água dos Vales, primeira Parceria Público-Privada (PPP) para ampliar o saneamento no Vale do Jequitinhonha e Mucuri, onde apenas 60% dos domicílios têm o à água tratada e 40% possuem coleta de esgoto.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

“Dentro desse projeto está o aproveitamento de sete barragens, extremamente positivas ali para garantir nos momentos de estiagem, a segurança hídrica que a população local precisa. Essas barragens que estão ali hoje com um nível de captação pequena vai ser possível aumentar esse volume de captação”, diz.

Tópicos relacionados:

copasa grande-bh minas-gerais

e sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os os para a recuperação de senha:

Faça a sua

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay