Acidente em Araguari: motorista afirma ter visto vulto na rodovia
Ônibus tombou na madrugada de terça-feira (8/4) deixando 11 mortos. Entre as vítimas estavam duas irmãs, de 2 e 6 anos
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Siga noO motorista do ônibus que tombou na madrugada de terça-feira (8/4) em Araguari, no Triângulo Mineiro, afirmou em depoimento à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) que viu um vulto na via e, por isso, teria perdido o controle do veículo. O acidente causou a morte de 11 pessoas, entre elas duas meninas, de 2 e 6 anos.
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Segundo a PCMG, o motorista tem 58 anos e trabalha na profissão há 32 anos. Ele prestava serviço para a viação Real Expresso desde 2021 e fazia a rota Goiânia (GO)-Ribeirão Preto (SP) semanalmente, de modo que conhecia bem a via.
“A investigação está em estado avançado. Juntamos provas objetivas e testemunhais, e ao final da investigação vamos conseguir apontar a causa do acidente. Nos próximos trinta dias, que é o prazo que a Polícia Civil tem, vamos concluir o relatório final e apontar as possíveis causas do acidente”, disse o delegado regional em Araguari, Luciano Alves dos Santos.
Identificação dos corpos
Oito das 11 vítimas do acidente já foram identificadas pelos legistas que atuam no caso. Dois corpos já foram retirados pelas famílias. A Polícia Civil aguarda a resposta dos institutos de identificação de Goiás e São Paulo para a confirmação dos outros três corpos.
O perito Daniel Luíz de Souza explicou que a dificuldade na identificação das vítimas se deu pelo grau dos ferimentos infligidos devido à força do acidente. Segundo ele, nove corpos se encontravam embaixo do ônibus, sendo necessário desvirar o veículo para recuperá-los, e os outros foram ejetados.
“O evento foi muito grave. Além do tombamento houve arrastamento, com isso os corpos aram para a parte inferior. Houve dilaceramento e lesões de grande intensidade”, disse Souza.
A viação Real Expresso já foi oficiada e a PCMG aguarda o envio das informações solicitadas. Possíveis caronas estão sendo apuradas mas só serão confirmadas no relatório final da investigação.
O acidente
O ônibus saiu da cidade de Goiânia, em Goiás, com sentido à Ribeirão Preto, em São Paulo, com 46 ocupantes. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o motorista perdeu o controle da direção do veículo, atravessou o canteiro central do entroncamento que liga as rodovias MG-423 e a MG-413 e capotou na alça de o.
Alguns ageiros ficaram presos às ferragens e outros foram ejetados durante a capotagem. Dezoito pessoas foram socorridas e conduzidas, sendo cinco em estado grave para o Hospital da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e 11 para a UPA de Araguari. Outras 18 pessoas tiveram lesões leves ou não se feriram e dispensaram o atendimento médico.
Procurada pela reportagem, a viação Real Expresso, a qual o ônibus pertence, lamentou o ocorrido e disse que está colaborando com as autoridades para esclarecer as causas do acidente. A empresa também frisou, por meio de nota, que o veículo estava regular e devidamente revisado, conforme plano de manutenção corretiva.
"Cabe esclarecer ainda que a empresa não trabalha com duplas de motoristas e sim com trocas ao longo dos percursos exatamente para garantir que todos trabalhem devidamente descansados. O motorista havia subido no ônibus vindo de casa e descansado. É importante ressaltar que a empresa também possui todo um trabalho de treinamento para condutores", diz o texto.
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