Antério Mânica, condenado pela Chacina de Unaí, está em coma em hospital
Segundo familiares, Mânica teve um traumatismo craniano e precisou ar por uma cirurgia de emergência. Ele está em prisão domiciliar desde novembro de 2024
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Siga noAntério Mânica, de 77 anos, está em coma induzido depois de ar por uma cirurgia de emergência, nessa quarta-feira (9/4). Ele teve um traumatismo craniano após cair no quarto do hospital em que está internado, em Brasília. A informação foi confirmada ao Estado de Minas por fontes ligadas à família de Antério. Ele e o irmão, Norberto, foram condenados como mandantes da Chacina de Unaí, quando três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho foram executados, em 2004.
De acordo com familiares, a queda aconteceu no quarto do Hospital Sírio Libanês da capital federal. O incidente provocou um traumatismo craniano e Mânica teve de ser submetido a uma cirurgia de emergência. Um dreno foi colocado e o paciente está em coma induzido. O estado de saúde dele é considerado grave, mas estável.
Ele estava internado na unidade de saúde, há alguns meses, para tratar de um câncer de pâncreas. O paciente tem ainda comorbidades como diabetes e pressão alta.
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A reportagem entrou em contato com o Hospital Sírio Libanês, em Brasília, para obter mais informações sobre o caso e aguarda retorno.
Prisão domiciliar
Antério Mânica está em prisão domiciliar desde novembro de 2024. A Justiça concedeu o benefício para que ele tratasse de problemas de saúde. Em setembro de 2023, ele se entregou à Polícia Federal, depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a prisão imediata dele e dos outros condenados pela Chacina de Unaí.
Em maio de 2022, ele foi condenado como mandante do crime a uma pena de 64 anos de prisão. Este foi o segundo julgamento do caso. No primeiro, em novembro de 2015, Antério foi condenado a 100 anos de prisão.
O irmão dele, Norberto, foi preso em janeiro deste ano, em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha. Ele também foi condenado como mandante a 64 anos de prisão, mas estava foragido.
Relembre o caso
Em 28 de janeiro de 2004, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condições análogas à escravidão na Zona Rural de Unaí, incluindo as propriedades da família Mânica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, também foi morto.
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Além de Antério Mânica, o irmão dele, Norberto, foi condenado como outro mandante da chacina. Ele, porém, está em liberdade. Outros condenados pelos crimes foram Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, que cumprem pena na prisão.