DOAÇÃO DE PEIXE

BH: tradicional distribuição de peixes na Sexta-feira Santa atrai multidão

Doação é idealizada por dono de peixaria no Bairro do Bonfim, na capital mineira, há mais de 30 anos; estimativa é que milhares de pessoas em por lá

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Na manhã desta Sexta-feira Santa (18), centenas de pessoas compareceram na tradicional distribuição de peixes que ocorre anualmente, na Rua do Bonfim, no bairro de mesmo nome, na Região Noroeste de Belo Horizonte. A fila enorme é composta por católicos, que têm a tradição de comer peixe na Sexta da Paixão, mas também por pessoas de outras religiões e aquelas em situação de vulnerabilidade que aproveitam a doação para garantir uma refeição em casa.

De acordo com o dono da peixaria Teixeira do Peixe, Afonso Braga Teixeira, que realiza as doações há 32 anos, a Sexta-feira da Paixão deve ser marcada por atos de solidariedade. Ainda segundo ele, milhares de pessoas retiram o alimento todos os anos, inclusive para preparar o almoço do feriado. Teixeira ainda explica que cada pessoa pode pegar 2,5 quilos de peixe, mas ele prefere não informar a quantidade total de quilos doados.

“Faço a doação todo ano, há 32 anos. O povo vem pra fila, a gente dá a senha das 7h30 às 8h e as pessoas vão pegando o peixe. O total [de peixes doados] eu não divulgo pra não parecer propaganda. Milhares de pessoas pegam. Nesta data, a gente precisa fazer caridade. Aprendi isso desde criança”, conta o dono da peixaria.

Como a doação ocorre anualmente e o número de pessoas interessadas em retirar o alimento é muito grande, algumas pessoas chegam cedo para garantir a senha. Segundo o aposentado Roberto Oliveira de Magalhães, que bate ponto na distribuição todos os anos, a doação é avaliada com um ato de generosidade, pois mesmo não sendo católico, ele aproveita para fazer uma refeição.

“Eu moro na Região Centro-Sul e pego peixe aqui todo ano. Cheguei umas 6h, bem cedo, e demorou umas 3h para conseguir pegar o peixe. Eu venho sozinho, fico aqui na fila e levo a cavalinha pra fazer frita, ou uma torta”, diz.

 

Corrente do bem

Em meio à distribuição, outros atos de solidariedade foram observados. A aposentada Sabrina Maia, que esteve presente na ação pela primeira vez neste ano, prestou socorro a um homem que ava mal na fila e não queria ser atendido por medo de perder a oportunidade da doação. Solidária, Sabrina pegou o peixe para o senhor, não identificado, com a ficha dele, mas ao tentar pegar o seu, foi barrada dizendo que não poderia retirar o alimento mais de uma vez.

“O senhor aqui estava ando mal na fila, eu prestei socorro, fui lá na frente pegar o peixe dele. Ele não queria o atendimento do Samu, porque ele tem que levar o peixe dele pra casa e tomaram minha senha alegando que estou furando as regras da fila. Cheguei às 7h e não quero ar na frente de ninguém, mas eu acho justo que eu tenha direito de pegar igual todo mundo”, desabafa.

Sabrina, que é transplantada e aposentada por invalidez, também precisava pegar o peixe e ficou chateada com a situação. Diante disso, Mônica Kívia dos Santos, que tinha acabado de retirar a doação, cedeu o alimento à colega e optou por pegar uma nova senha e tentar retirar um novo peixe. Para ela, que poderia esperar um pouco mais para retirar o peixe, a atitude foi necessária devido a injustiça que a parceira da fila sofreu.

“Quando o senhor ou mal, ela foi lá, chamou a ambulância. Eu fiquei na fila. Ele estava muito preocupado que ele queria pegar o peixe. Aí ele ficou lá, recebendo o atendimento com o pessoal do Samu e ela foi lá para pegar o peixe para ele. Só que ela estava com a senha dela e com a dele e eles fizeram injustiça. Aí eu dei minha senha pra ela, porque ela é transplantada e de repente ela se sente mal, ela vai embora e eu fico”, relata.

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A gentileza feita por Mônica, que é católica, só foi possível porque ela tinha um pouco mais de tempo disponível para continuar na fila. Sabrina, que tinha um compromisso, permaneceu um tempo ao lado de Mônica para fazer companhia depois de receber o gesto de bondade. “Ela solidariamente me deu a senha dela pra eu pegar o peixe, mas agora eu vou esperar ela pegar a dela, porque é o justo, até o horário que eu puder”, disse Sabrina.

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