GUERRA DE NARRATIVAS

BH: mensagem atribuída ao CV declara fim de conflito no Morro das Pedras

Comunicado foi divulgado após PMMG ocupar aglomerado por suspeitas de imposição de toque de recolher e guerra entre organizações criminosas

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O fim de semana foi de tensão entre os moradores do Aglomerado Morro das Pedras, na Região Oeste de Belo Horizonte. O local foi ocupado pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) depois que informações sobre um suposto toque de recolher, imposto pelo Comando Vermelho (CV), terem sido divulgadas em grupos de mensagem e redes sociais. Nesse domingo (27/4), um comunicado atribuído ao comando da facção carioca em Minas Gerais afirmou que uma “guerra” que acontecia na comunidade acabou.

Na mensagem, também compartilhada entre os moradores, a organização criminosa afirma que o embate começou quando grupos criminosos que também atuam na comunidade, mas não atendem a nenhuma facção, não respeitaram o novo comando. "Estamos na pureza e sempre na intenção de respeitar de igual todos os bandidos que tem dentro da favela, independente da camiza (sic) de facção. Mas também exigimos nosso respeito e qualquer um que tiver maldade ou falar mal da facção CV-MG vai ser entendido como estar se opondo a nossa facção."

Boatos sobre o toque de recolher tiveram início em postagens anônimas publicadas nas redes sociais, nas quais as ameaças foram atribuídas a integrantes da facção Comando Vermelho (CV), em retaliação ao assassinato de um homem de 30 anos ligado ao tráfico de drogas. A informação foi denunciada por um morador à PMMG.

De acordo com o boletim de ocorrência, a ameaça também teria sido imposta por quatro homens que abordaram um motorista de ônibus no ponto final da linha 201 (Morro das Pedras/Hospital Madre Teresa), determinando que a partir das 22h da última quinta-feira (24/4), nenhum veículo ou pessoa circulasse pelas vias da comunidade, sob pena de represálias. 

Como medida preventiva, ainda conforme o relato do registro policial, as atividades das linhas de transporte coletivo que atendem à região foram suspensas. Os veículos ainda teriam sido recolhidos à garagem, sem previsão de retorno. No entanto, por meio de nota, divulgada na noite deste domingo (27/4), a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a linha 201 (Morro das Pedras/Hospital Madre Teresa) funcionou normalmente ao longo do fim de semana.

No comunicado assinado pelo “Conselho Final do CV-MG”, os responsáveis afirmam que as informações divulgadas tinham o objetivo de “criar pânico na população” e que a imposição de força por meio de seus integrantes e o suposto toque de recolher não é verdade. 

“O CV-MG não compactua e não apoia nada que possa prejudicar os moradores. Tudo que tem falado sobre toque de recolher e imposição de força sobre os moradores é algo criado pela mídia. Expressamos aqui nosso total respeito a todos os bandidos neutros e moradores da favela MDP [Morro das Pedras]”, indica o mais recente comunicado.

Ocupação do Morro das Pedras

Desde a última sexta-feira (25/4), militares do 22º Batalhão de Polícia Militar (BPM) estabeleceram uma operação, com apoio do Batalhão de Choque, para garantir a ordem pública no Aglomerado Morro das Pedras e reprimir qualquer tentativa de atuação criminosa.

Ao Estado de Minas, o tenente-coronel Jésus Cássio, comandante do 22º Batalhão da PMMG, que atua no Aglomerado do Morro das Pedras, explicou que na última quinta-feira (24/4), uma guarnição prendeu em flagrante quatro pessoas em posse de armas de fogo. Durante a ação, os militares desconfiaram que poderia haver algum preparativo para cometer homicídios na região. Por isso, desde então, o policiamento na região foi reforçado.

“Enquanto isso, começou a circular em grupos de mensagem a informação do toque de recolher. Mas ele não aconteceu. Não houve fechamento de comércio, escola e interrupção da circulação de pessoas”, afirma o comandante.

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O tenente-coronel explicou, ainda, que a denúncia sobre a ida de criminosos a uma empresa de ônibus foi apurada e que o serviço foi interrompido durante duas horas, enquanto o registro de ocorrência foi feito. “Nos demais dias, não teve nenhuma questão de ônibus que deixou de circular. Pelo menos o que nós visualizamos, inclusive em campo, foi de normalidade”, afirmou Cássio. 

De acordo com a corporação, a Operação Ocupação não tem prazo para acabar e deve seguir enquanto o comando policial avaliar necessidade. O comandante do 22º BPM enfatiza que ainda não foi confirmado que a difusão das informações partiram, de fato, de pessoas ligadas ao Comando Vermelho, mesmo assim, ele garante que as guarnições têm transitado na região sem intercorrências.

“Nesse período de ocupação, nós tivemos seis pessoas presas e cinco armas apreendidas, e nós não tivemos nenhuma situação de embate. Ontem mesmo nós tivemos a prisão de um cidadão que foi abordado com uma pistola calibre 40. Ele estava com ela na cintura, foi abordado, e não fez nenhuma menção de sacar a arma. É lógico que nós temos situações de enfrentamento, mas elas são muito pontuais e distantes quando comparamos com outros estados. Nós temos problemas com a segurança como em qualquer lugar do mundo, mas nós temos aqui domínio e presença do estado e não de criminosos. As viaturas continuam transitando por lá normalmente como continuam nos demais aglomerados”, conclui o tenente-coronel Jésus Cássio. 

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