FESTA SUSPENSA

Bailes funk no Aglomerado da Serra são cancelados por tempo indeterminado

Anúncio foi feito nesta terça-feira (29/4) nas redes sociais da comunidade. Moradores cobram parceria das autoridades para realizarem eventos

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Todos os bailes funk no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foram cancelados e estão suspensos por tempo indeterminado. O anúncio foi feito nesta terça-feira (29/4) por meio das redes sociais da comunidade.

"Pedimos a compreensão de todos e reforçamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar da comunidade", escreveu o perfil Aglomerado da Serra no Instagram. 

 

Em entrevista ao Estado de Minas, um morador que preferiu não se identificar, contou que desde a última reunião na Câmara Municipal, no dia 22 de abril, quando o vereador Pedro Rouseff (PT) cobrou diálogo entre o estado e a comunidade, a Polícia Militar tem intensificado as ações diárias no Aglomerado da Serra.

"A gente sabe que a ideia dos moradores é simples: querem que o baile seja regularizado, com horário pra começar e pra acabar. E isso também é o que muitos de nós defendemos. O problema é que até agora não conseguimos um acordo firme com comerciantes, moradores e, principalmente, com as autoridades que deveriam apoiar essa construção coletiva", relata.

Em outra publicação, divulgada também nas redes sociais da comunidade nesta terça, diz que, para os bailes continuarem existindo, precisam ser feitos com responsabilidade. "Muitos não vão para frente porque faltam coisas básicas: organização, horário para começar e terminar, diálogo com comerciantes e comunicação com autoridades. Sem isso, o que era para ser festa, vira conflito", diz o comunicado.

O residente, apesar de não frequentar os bailes, também destaca que o baile movimenta a economia da região, gerando renda para comerciantes locais, donos de trailers e ambulantes. "É cultura, é encontro e também é sustento pra muita gente. Estamos lutando com seriedade, com diálogo e com responsabilidade, para que os trailers permaneçam, para que o baile seja feito com responsabilidade e estrutura. Mas, nesse momento, os organizadores decidiram pausar os eventos, porque estamos sofrendo repressão", afirma. 

Ele ainda ressalta que a luta não é pelo som alto ou pela festa, mas por respeito, já que os bailes e o funk fazem parte da cultura e história da favela. "O funk salva. O funk tira gente do crime, dá alternativa, dá voz, gera renda, abre portas. Tem jovem que só acreditou que podia sonhar porque ouviu um verso que falava da sua realidade. Tem família que põe comida na mesa porque trabalha com o que gira em torno do baile", reitera.

A reportagem procurou a PM para saber detalhes das ações, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Relembre outros cancelamentos

Em 2024, os bailes funk foram suspensos duas vezes em um intervalo de três meses. Em maio, alguns dos motivos para o cancelamento foram transtornos consequentes do intenso fluxo de pessoas que vão às festas no aglomerado e complicação do trânsito no local.

Em agosto, um adolescente, de 17 anos, conhecido como “Leozinho”, foi esfaqueado na saída do baile "Nego Gato", na Praça do Cardoso, e motivou a suspensão novamente. Na ocasião, o perfil do Aglomerado publicou que a restrição abrangia também festas de pagode e outros gêneros musicais. A proibição das festas em geral durou apenas uma semana, enquanto os eventos no local onde o jovem foi morto, permaneceu suspensos por tempo indeterminado. 

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No mesmo dia, um mulher, de 27 anos, pegou carona com um desconhecido também em um baile funk e acabou levando seis tiros, dois na barriga e quatro na coxa. A vítima estava no banco traseiro do carro quando, ao chegar à Rua Cachoeira Dourada, no Bairro Paraíso, um outro veículo se aproximou e disparou contra o carro em que ela estava. 

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