Um homem de 42 anos preso por esfaquear uma mulher, de 41 anos, durante um encontro em um hotel do Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi indiciado pela Polícia Civil (PCMG) por feminicídio tentado.

O inquérito foi finalizado na última sexta-feira (11/4). No dia do crime, o homem foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher (Depam), na capital, ao se apresentar na recepção do hotel sujo de sangue e com um canivete nas mãos, alegando ter esfaqueado uma mulher.

A vítima, encontrada desacordada no quarto do hotel, tinha perfurações no tórax e nas costas, e foi encaminhada para atendimento médico. O canivete utilizado no crime foi apreendido. O inquérito foi concluído com indiciamento do investigado por feminicídio tentado, e enviado à Justiça.

A investigação

O caso foi registrado no dia 2 de abril deste ano. Inicialmente, o suspeito alegou não conhecer a mulher, afirmando que havia se encontrado com ela apenas naquela noite. No entanto, durante o interrogatório policial, o homem assumiu o relacionamento e afirmou ter reagido para se defender.

“Ao ser interrogado, ele disse que se relaciona há cinco anos com ela e define o relacionamento como encontros esporádicos. Afirmou que no dia dos fatos, ela teria ingerido bebidas alcoólicas e utilizado drogas, ficando muito alterada. Em seguida, a mulher teria pegado um canivete e tentado agredi-lo”, informou a delegada Ariane Pimenta, responsável pela investigação.

Segundo Pimenta, pelas declarações da vítima, o casal mantém encontros amorosos há sete anos e naquele dia, além de agressivo, o investigado estava com pensamentos de perseguição.

“Ele teria chegado no hotel aparentemente sob efeito de substâncias entorpecentes, muito violento, e após a vítima negar ter relações sexuais com ele, o suspeito ou a se queixar de pessoas que o estavam perseguindo e querendo matá-lo. Quando ela pediu para ele ir embora, o homem iniciou as agressões”, detalhou a delegada.

O crime

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi acionada depois que o homem desceu para o hall do hotel com um canivete ensanguentado em mãos e confessou ter esfaqueado a mulher. O porteiro fechou a porta de saída e os militares encontraram o suspeito sentado e sujo do sangue da vítima.

Conforme o boletim de ocorrência, os militares subiram ao apartamento da mulher e a encontraram inconsciente, com pelo menos três perfurações e muito sangue ao redor. Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital João XXIII em estado grave.

Aos militares, o suspeito afirmou que não conhecia a vítima, mas que ela o convidou para um encontro durante a noite no apartamento do hotel em que morava. Ele alegou que a vítima tentou esfaqueá-lo e ele desferiu golpes em legítima defesa.

Uma testemunha contou aos policiais que a mulher costumava levar homens ao apartamento. Ainda conforme a testemunha, o canivete utilizado no crime não pertence aos objetos disponibilizados no apartamento, dando a entender que a arma seria do suspeito.

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A mãe da vítima acompanhou a ocorrência e relatou que a filha mora no apartamento há sete dias, desde que expressou o desejo de morar sozinha, e que ela usa remédios psiquiátricos.

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